Candidíase: conheça os principais tipos e tratamentos

candidiase

Uma comichão chata, que provoca desconforto, dor e vermelhidão. Estamos a falar candidíase, uma condição que afeta sobretudo os órgãos genitais femininos, provocada, em pelo menos 90% dos casos, pelo fungo Candida.

Não obstante ser relativamente comum achar-se que esta doença afeta só as mulheres, a verdade é que a candidíase manifesta-se de diferentes maneiras e em diversas regiões do corpo, inclusive no corpo dos homem, nomeadamente no pénis, na pele, na garganta, nas unhas e até na corrente sanguínea.

Quer saber mais sobre este assunto? Leia o artigo que preparamos para si, sobretudo se procura mais detalhes sobre a candidíase, designadamente as suas causas, os seus sintomas e as possibilidades de tratamento. Boa leitura!

O que é a candidíase?

A candidíase consiste numa infeção causada por um fungo chamado Candida. Embora a que afeta os órgãos genitais seja a mais comum e, consequentemente, aquela que ouvimos falar, a verdade é que pode também afetar outros órgãos do corpo, como por exemplo a boca.

As infeções desta doença podem manifestar-se à superfície, afetando a pele e as mucosas, como afetar o interior do organismo, sendo esta variante mais comum em doentes com um sistema imunitário frágil em virtude de outras patologias ou de terem sido submetido a procedimentos cirúrgicos recentemente.

Quais os tipos de candidíase?

A candidíase pode afetar várias regiões do corpo, uma vez que o fungo está presente em diversas partes do nosso organismo. Não obstante, o tipo de candidíase mais comum é o genital.

Entre os vários tipos de candidíase, destacamos a:

  • Candidíase vaginal;
  • Candidíase masculina;
  • Candidíase oral;
  • Candidíase de esófago;
  • Candidíase na pele (intertrigo);
  • Candidíase invasiva.

1. Candidíase vaginal

Como referimos anteriormente, esta condição manifesta-se na vagina, sendo esta a sua forma mais comum. Trata-se de uma infeção “oportunista”, pois afeta mulheres que apresentam um sistema imunitário fraco ou uma flora vaginal desequilibrada.

O fungo, que se encontra no organismo, começa a replicar-se a grande velocidade, fazendo com que o corpo não consiga dispor dos recursos para travar a sua manifestação acelerada.

O que provoca o desequilíbrio da flora vaginal?

A vagina é um órgão com um ecossistema bastante dinâmico e complexo. Para se defender de infeções, existem, neste órgão, mais de 200 tipos de bactérias na secreção vaginal normal ou fisiológica.

A flora vaginal é composta, principalmente, por bactérias do tipo lactobacillus. Quando os lactobacilos diminuem, surge o tal desequilíbrio, provocado por situações como o stress, uso de corticoides, infeções sistêmicas, antibióticos, entre outras.

Como prevenir a candidíase vaginal?

Algumas atitudes simples podem ser adotadas no dia a dia da mulher para prevenir a candidíase genital, entre elas:

  • Visitar regularmente um médico ginecologista para uma avaliação periódica;
  • Manter a higiene sempre em dia;
  • Não lavar o interior da vagina;
  • Não se medicar sem prescrição médica;
  • Trocar o biquíni molhado por um seco, evitando a humidade na região genital;
  • Não deixar a roupa íntima secar em ambientes fechados e húmidos, como a casa de banho. Prefira lugares com incidência solar.

2. Candidíase masculina (balanopostite)

Esta forma da infeção, também conhecida como candidíase do pénis, é menos usual do que a candidíase vaginal. Assim como a sua forma feminina, merece ser tratada adequadamente. Geralmente, é provocada por diabetes e má higienização da região genital.

Quais os sintomas da candidíase masculina?

  • Dor;
  • Irritação;
  • Calor local;
  • Comichão;
  • Descamação da mucosa;
  • Secreção purulenta;
  • Cheiro desagradável debaixo do prepúcio.

Como prevenir a candidíase masculina?

Para prevenir a candidíase genital masculina, nada melhor que dar uma atenção especial à higiene íntima, o que contribui muito para a saúde da região genital. Deixamos algumas dicas de como o fazer:

  • Na hora do banho, faça a higiene correta do pénis, lavando-o completamente para retirar todos os sinais de esmegma (substância de coloração amarelada que, por vezes, aparece na glande);
  • Usar preservativo durante as relações sexuais;
  • Lavagem do órgão genital após as relações sexuais;
  • Evitar roupa íntima de tecido sintético – costumam provocar reações alérgicas;
  • Não usar calções molhados por um longo período de tempo, bem como roupas íntimas apertadas;
  • Procurar ajuda médica de um urologista ao notar qualquer alteração no pénis.

3. Candidíase oral

A forma oral da infecção surge como pequenas aftas na boca, provocando dificuldade e dor para engolir alimentos. Esta pode afetar crianças, idosos e diabéticos; em adultos, costuma ser provocada pelo contato íntimo sem proteção, sendo a sua ocorrência comum também em pacientes que estão a ser submetidos a tratamentos que fragilizam o sistema imunológico.

Quais os sintomas de candidíase oral?

  • Vermelhidão, ardência e desconforto na boca;
  • Dor e dificuldade para engolir;
  • Manchas brancas dentro da boca e na língua;
  • Feridas nos cantos da boca.

4. Candidíase do esófago

Também conhecida como esofagite, a candidíase de esófago é causada pelo fungo Candida albicans. Não é muito comum, surgindo, predominantemente, em pacientes que têm um “comprometimento imunológico”, sobretudo, portadores de VIH/SIDA e cancro.

Quais os sintomas da candidíase do esófago?

  • Dor ao engolir;
  • Dor no peito;
  • Náuseas e vómito;
  • Dor abdominal;
  • Perda do apetite.

5. Candidíase na pele (intertrigo)

Esta é uma forma bastante comum da candidíase. É provocada pelo atrito entre a peles, causando lesões que levam à proliferação de bactérias e fungos em virtude de um ambiente propício a este desenvolvimento, como o calor e a humidade, por exemplo. Surge sem que haja necessidade de outros fatores associados.

Que partes do corpo são afetadas pela candidíase da pele?

  • Parte interna das coxas (provocado pelo atrito ao caminhar);
  • Pescoço (provocado pela transpiração excessiva);
  • Entre os dedos das mãos e dos pés;
  • Virilhas (humidade facilita o desenvolvimento da candidíase de pele)
  • Nádegas;
  • Axilas.

Quais os sintomas da candidíase de pele?

  • Vermelhidão na região das dobras;
  • Escurecimento da pele nesta região, com formação de erosão e crostas;
  • Descamação;
  • Comichão e sensação de queimaduras;
  • Líquidos nas zonas lesionadas.

6. Candidíase invasiva

Este é um tipo de candidíase que afeta pessoas cujo sistema imunológico se encontra fragilizado. É também conhecida como candidíase disseminada e é relativamente comum surgir em doentes hospitalizados, podendo, portanto, ser considerada como uma infeção hospitalar.

Recém-nascidos prematuros e pacientes imunodeprimidos são as pessoas mais afetadas por esta doença. Trata-se de uma forma bastante grave da candidíase, uma vez que o fungo atinge a corrente sanguínea, afetando órgãos como o cérebro, os olhos, os rins e as válvulas cardíacas. As suas consequências podem ser graves, e em alguns casos, podem mesmo levar à morte.

Quais os sintomas da candidíase invasiva?

Qual o tratamento para a candidíase?

Regra geral, o tratamento da candidíase efetua-se através do uso de pomadas antifúngicas ou de medicamentos, independentemente do local onde a infeção se encontra.

Nos casos de candidíase recorrente, o ideal é que o seu médico identifique os fatores de risco que levam ao aparecimento desta patologia, pois poderá ser necessário a aplicação de outras terapias e até mudanças no estilo de vida. A candidíase tem cura, e pode ser evitada na grande maioria dos casos.

Lembre-se: apenas um médico pode indicar o tratamento adequado, bem como os medicamentos ideais para o seu caso. Siga todas as orientações prescritas e, em nenhuma circunstância, se automedique, dado que o uso de fármacos de forma incorreta pode acarretar consequências como a dependência e até a morte.

Luana Castro Alves

Licenciada em Letras e Pedagogia, redatora e revisora, entusiasta do universo da literatura, sempre à procura das palavras. "Não se pode escrever nada com indiferença." (Simone de Beauvoir)