Sabia que, de acordo com a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, 1/3 dos alimentos produzidos para consumo humano são desperdiçados todos os anos? Em Portugal, 17% da produção alimentar acaba desperdiçada. Cada português é responsável por um desperdício anual de 130 kg de alimentos. Neste artigo abordamos o desperdício alimentar, fenómeno que é importante prevenir e combater.
O consumidor como agente de mudança
O desperdício alimentar é uma oportunidade desaproveitada, não apenas para alimentar uma população mundial cada vez em maior número, mas também para combater a fome a desnutrição nas população mais desfavorecidas. Não obstante o desperdício alimentar não é só uma questão ética, tendo também impacto no uso dos limitados recursos ambientais, utilizados na produção de alimentos.
As pessoas, como consumidoras de alimentos, podem contribuir para uma mudança de (maus) hábitos. Um consumidor responsável deve ter consciência das implicações sociais e ambientais sempre que adquire um produto, seja ele qual for. A procura determina a oferta, pelo que uma mudança nos hábitos de consumo alimentares implica necessariamente uma mudança nas práticas comerciais das empresas.
Dicas para combater o desperdício alimentar
É importante que o combate ao desperdício alimentar seja feito no dia-a-dia, seja quando estamos em casa, no trabalho ou mesmo quando vamos ao supermercado. Em seguida, deixamos-lhe um conjunto de pequenas dicas.
Dicas para quando está em casa
- Planeie as suas refeições para toda a semana, evitando improvisar;
- Sempre que sobrar comida, não deixe de colocar os restos numa embalagem para serem consumidos na refeição seguinte;
- Tenha em atenção os prazos de validade;
- Às refeições utilize um prato pequeno, servindo-se novamente sempre que necessário;
- Esteja atento às instruções de conservação nos rótulos alimentares;
- Mantenha o seu frigorífico arrumado, mantendo os produtos mais antigos à frente e os mais recentes atrás;
- Certifique-se que a temperatura do seu frigorífico está entre 1º e 5º C.
- Saiba que alimentos estão na sua despensa e frigorífico;
- Promova a rotação dos alimentos em sua casa, os alimentos mais antigos devem ser os primeiros a serem consumidos;
- Os alimentos que não conseguir aproveitar (p.ex.: frutas, legimes, cascas de ovos, folhas de cá e borras de café) podem ser utilizados para fazer compostagem de forma a obter adubo para o seu jardim ou horta.
Dicas para quando vai ao supermercado
- Planeie as suas compras, verificando o que falta no frigorífico e fazendo uma lista dos produtos que precisa;
- Não vá às compras com fome, caso contrario vai acabar por comprar mais comida do que precisa;
- Verifique sempre os prazos de validade dos produtos que adquire;
- Compre apenas a quantidade que realmente necessita, privilegiando sempre que possível a compra de alimentos a granel;
- Sempre que adquirir produtos com validade reduzida (muitas vezes em desconto), certifique-se que os vai consumir dentro do prazo.
Dicas para quando está trabalho ou na universidade
- Peça apenas para ser servido com a porção que vai consumir (nas cantinas, por exemplo);
- Esteja atento aos alimentos que a sua entidade empregadora coloca ao seu dispor (muitas empresas oferecem fruta e outros alimentos aos trabalhadores);
- Espalhe a palavra, sensibilize os seus colegas para a importancia de prevenir e combater o desperdício alimentar.
Dicas em restaurantes, cafés e hotéis
- Utilize um prato pequeno para se servir, servindo-se mais vezes se necessário;
- Leve para casa as sobras da sua refeição.
Interpretar os prazos de validade dos alimentos
Os rótulos dos produtos alimentares fornecem um conjunto de informações importantes para o consumidor, nomeadamente a lista de ingredientes, instruções de utilização, declaração nutricional, o modo de conservação e a data de validade dos alimentos.
Sabia que as datas de validade dos alimentos não são todas iguais? Conhece a diferença entre os termos “consumir até”, “consumir de preferência antes de” ou “consumir de preferência antes de”? É o que abordamos em seguida:
“Consumir até”
Indica a data de limite de consumo de um determinado produto, ou seja o alimento deve ser consumido até à data indicada. Lembre-se que o consumo de alimentos após a data limite pode acarretar riscos para a sua saúde. Exemplos: carne e peixo fresco, iogurtes ou queijo fresco (alimentos muito perecíveis).
“Consumir de preferência antes de”
Consiste na data indicativa de durabilidade mínima (identificada pelo dia, mês e ano). Data até à qual o alimento mantém as suas suas propriedades. Pode consumir depois dessa data, desde que respeite as regras de conservação. Exemplos: massas, arroz, cereais, bolachas e azeite (alimentos pouco perecíveis).
“Consumir de preferência antes do fim de”
Indica a data de durabilidade mínima dos produtos (identificada pelo mês e ano). Os produtos podem ser consumidos depois da data indicada, desde que respeitadas as regras de conservação. Exemplos: conservas e produtos congelados.
“Depois de aberto, consumir”
Indica o prazo no qual o alimento deve ser consumido após aberto, em virtude de já não estarem garantidas as condições de conservação.
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