De repente, pequenas bolhas com aspeto de ferida surgem nos seus lábios. Com elas vêm também um grande desconforto e uma dor que certamente o vão acompanhar por alguns (longos) dias.
Estamos a falar do herpes labial, uma infeção viral e contagiosa que se manifesta nos lábios, na boca ou gengiva, e afeta milhares de pessoas em todo o mundo. Infelizmente o herpes nos lábios não tem cura, todavia, é possível evitar que essas lesões apareçam tomando alguns cuidados simples no seu dia a dia.
Ficou interessado no assunto? Então recomendamos que continue a leitura deste artigo e conheça as causas do herpes labial, os seus fatores de risco, as formas de prevenção e quais os tratamentos adequados. Acompanhe!
Quais são as causas do herpes labial?
Causada pelo vírus Herpes simplex 1 (HSV-1), o herpes labial não tem cura, e as suas lesões costumam perdurar por cerca de 7 a 10 dias. Entramos em contato com o HSV-1 através de gotículas de saliva, pelo beijo e ao colocar objetos contaminados na boca.
Ao invadir o corpo, o vírus instala-se nos nervos e nos gânglios – as glândulas do sistema linfático – e por lá permanece escondido do sistema de defesa do organismo, esperando a melhor oportunidade para desencadear crises, regra geral, quando a pessoa está menos à espera. O período de incubação dura entre 2 a 26 dias, e as lesões surgem 4 a 6 dias após o contacto com o vírus.
Regra geral o herpes labial manifesta-se:
- Em casos de imunidade baixa;
- Em situações de stress;
- Quando a pessoa não dorme o suficiente;
- Quando há exposição excessiva ao sol;
- Ao consumir alimentos processados, sobretudo os que contêm conservantes.
É importante referir que, em alguns casos o vírus do herpes simples tipo 2 (HSV-2), o principal causador do herpes genital, também pode provocar o herpes labial.
Quais os fatores de risco do herpes labial?
Entre os fatores de risco do herpes labial estão:
- O contato íntimo e o compartilhamento de objetos com alguém que tenha herpes labial;
- Doenças como HIV/AIDS e cancro, visto que afetam o sistema imunitário;
- Outras infecções.
Estas situações e fatores de risco enfraquecem o sistema imunitário, abrindo as portas para que o HSV-1 entre em ação. Por isso, é importante que sejam evitados, e que momentos potencialmente stressantes causem o menor impacto possível na qualidade de vida de quem sofre com o herpes labial.
Quais as fases do herpes labial?
São três as fases do herpes labial:
- Infeção primária: estágio em que surgem bolhas pequenas e dolorosas, geralmente acompanhadas de febre;
- Latência: quando as bolhas começam a desaparecer, o vírus permanece em estado de latência num gânglio da raiz dorsal localizado na medula espinhal. Neste estágio não existe manifestação de sintomas;
- Recorrência: o vírus pode ser reativado periodicamente, o que causará um novo episódio de bolhas. Esta reativação é desencadeada pela febre, tensão emocional, menstruação, supressão do sistema imunitário, superexposição à luz solar ou trauma físico. Não obstante, existem situações em que não é possível identificar o fator desencadeador do herpes labial.
Quais os sintomas do herpes labial?
Não é particularmente difícil perceber quando estamos perante uma crise de herpes labial, visto surgirem bolhas semelhantes a uma ferida na região dos lábios. Os seus sintomas podem ser divididos nos seguintes três estágios:
- Comichão: quando a crise se começa a manifestar, a maioria das pessoas sente uma sensação de comichão, ardor ou formigueiro em redor dos lábios. Esta fase precede o surgimento das bolhas;
- Bolhas: nesta fase surgem, em redor dos lábios, nariz ou bochechas, um conjunto de pequenas bolhas cheias de líquido;
- Cicatrização: as bolhas rompem-se e formam crostas, dando início à cicatrização.
Uma erupção de bolhas geralmente envolve:
- Lesões na pele, lábios, boca e gengiva;
- Bolhas doloridas que se rompem e libertam fluido;
- Várias bolhas pequenas que formam uma bolha maior;
- Crostas amareladas que se soltam e revelam uma pele rosa no processo de cicatrização.
A doença manifesta-se em torno de uma a duas semanas, causando, além do já referido desconforto, um grande constrangimento. Por isso, é importante tratá-la logo que surjam os primeiros sintomas, visto que a falta de tratamento apropriado facilita a invasão de bactérias presentes na pele.
Como prevenir o surgimento do herpes labial?
Embora não tenha cura, é possível prevenir o herpes labial, bem como “aprender a conviver” com este através da adoção de alguns cuidados simples, nomeadamente:
- Usar protetor solar e moderar a exposição prolongada ao sol (quando em excesso, esta exposição baixa a imunidade e facilita a reativação do vírus);
- Evitar o contacto com outras pessoas e nunca partilhar objetos pessoais;
- Evitar beijos sociais durante a crise;
- Usar sempre preservativo durante relações sexuais;
- Lavar as mãos após tocar no local afetado;
- Redobrar os cuidados com a higiene, o que ajudará a controlar o quadro infecioso.
Quais os tratamentos para o herpes labial?
Caso sofra com alguns dos sintomas mencionados neste artigo, procure um médico especialista, nomeadamente um clínico geral, infeciologista ou dermatologista. Regra geral, o diagnóstico é feito por meio de um exame clínico, quando o profissional observa as feridas características do herpes labial. Caso existam dúvidas, o médico poderá solicitar a realização de exames que auxiliem no diagnóstico.
Feito o diagnóstico, o médico indicará o tratamento mais adequado, capaz de minimizar os sintomas de um problema que infelizmente não tem cura. Entre os tratamentos mais comuns estão:
- Medicamentos antivirais tomados por via oral, capazes de aliviar os sintomas, bem como fazê-los desaparecer mais rapidamente;
- Pomadas antivirais tópicas aplicadas a cada duas horas. Reduzem o tempo da erupção das bolhas entre algumas horas a até um dia, isto em casos de herpes labial leve;
- Curativos líquidos em forma de adesivos transparentes, capazes de impedir a contaminação e a propagação do vírus;
- Compressas com loções antissépticas não agressivas, isto é, que não retirem as crostas que se formam durante o estágio de cicatrização. A remoção acidental pode provocar sangramento e retardar a cicatrização.
Atenção: não interrompa o uso do medicamento sem antes consultar o seu médico, tampouco utilize quantidades maiores do que as prescritas pelo especialista. Apenas um médico poderá indicar o melhor tratamento, bem como a dosagem e duração corretas. Siga as orientações à risca e jamais se automedique. Cuide-se!