Quem sofre com insónias sabe como isso pode desencadear diversos problemas. Além das noites mal dormidas ou até mesmo sem dormir, há uma sensação de cansaço no dia a dia, que , entre outros, desencadeia uma queda na produtividade no trabalho ou nos estudos, mau humor, desânimo para compromissos familiares e pessoais, levando a uma queda na qualidade de vida de modo geral.
Conhecer e entender as causas das insónias é essencial para melhor lidar com este problema e saber como procurar opções de tratamento que o ajudem a melhorar.
Se está a passar por noites difíceis, poderá encontrar neste artigo um pouco mais de informação sobre este assunto. Nele abordamos, mais detalhadamente, os sinais que podem ajudar a identificar que tem insónias, além das causas, formas de tratar e dicas para lidar melhor.
O que são as insónias?
De forma simples e simplicista, as insónias são um transtorno do sono que faz com que a pessoa tenha dificuldades em conseguir adormecer ou, mesmo conseguindo, que tenha dificuldade em permanecer a dormir. Isto faz com que a pessoa acabe por não gozar do necessário período de descanso.
Ter insónias é, de certa forma, algo comum na vida adulta e a maioria das pessoas tende a passar por isso em alguma fase da vida. No entanto, quando se torna algo constante, como se se tratasse de uma insónia crônica, é necessário dar a devida atenção a este problema e procurar ajuda especializada.
Quais as causas das insónias?
Não há uma causa única e definitiva para as insónias, mas sim vários fatores que podem fazer com que tenha dificuldades de adormecer/dormir. De um modo geral, podem ser divididos entre fatores emocionais e fatores físicos.
Indicamos alguns dos principais:
- Ansiedade e stress: as preocupações do dia a dia, seja em relação ao dinheiro, à vida profissional, aos problemas de saúde, entre outros, fazem com que a mente fique sempre em alerta, mesmo na hora de adormecer.
- Mudanças: as alterações no trabalho, no horário de despertar, no próprio ambiente ou mesmo uma mudança de residência podem demandar do organismo um novo ritmo.
- Alimentação inadequada: consumir alimentos muito pesados, principalmente durante a noite, poderá dificultar chegada a hora de dormir. Caso tenha apetite perto da hora de dormir, opte por alimentos leves.
- Sedentarismo: a falta de exercício físico interfere no sono, quanto menos ativa é uma pessoa, mais dificuldade terá para dormir.
- Substâncias estimulantes: a cafeína (presente no café e em outras bebidas como chás e refrigerantes e bebidas energéticas), faz com que o organismo fique em alerta, tornando-se mais difícil adormecer.
- Álcool e tabaco: dois hábitos nocivos, que provocam diversos problemas de saúde, e que também podem atrapalhar o sono.
- Doenças crónicas: algumas doenças, especialmente as que causam dor, também fazem com que muita gente não consiga ter uma noite de sono constante.
- Medicação: há diversos medicamentos que têm as insónias como efeito possíveis colaterais.
- Maus hábitos: muitas vezes os próprios hábitos que a pessoa tem ao dormir atrapalham o sono, por isso é importante manter uma rotina de horários para dormir e acordar e ter sempre um ambiente apropriado, longe da televisão, dos aparelhos eletrónicos (telemóvel, tablet, computador…) e da luminosidade.
Além dos fatores que causam a insónias, existem ainda alguns fatores de risco que levam algumas pessoas a apresentarem o problema ocasionalmente. São eles:
- Idade: o passar do tempo faz com que as insónias aconteçam com maior frequência, sendo muito comum em idosos.
- Sexo feminino: as mulheres têm uma predisposição maior à insónia devido às constantes alterações hormonais do ciclo menstrual.
- Gestação: as mulheres grávidas são mais propensas a terem dificuldades para dormir.
- Transtornos psicológicos: quem apresenta quadros de depressão, bipolaridade, entre outros, está mais suscetível às insónias.
Como saber se sofre de insónias?
Muita gente acha que uma forma de saber se sofre de insónias é ter em consideração o número de horas dormidas. Embora possa ajudar, isso poderá ser falacioso, dado que isso varia de idade para idade e até de pessoa para pessoa.
Regra geral, os adultos necessitam de dormir entre 7 a 9 horas, as crianças consideravelmente mais. Todavia, independente de dormir 7, 8 ou 9 horas, o que irá mostrar se o sono foi reparador é o facto de se sentir descansado ao acordar, bem como de sentir sonolência durante o dia.
Na tabela infra, encontrará a relação entre as horas de sono necessárias e a idade:
Idade | Horas de sono |
---|---|
0 a 3 meses | 14 a 17 horas |
4 a 11 meses | 12 a 15 horas |
1 a 2 anos | 11 a 14 horas |
3 a 5 anos | 10 a 13 horas |
6 a 13 anos | 9 a 11 horas |
14 a 17 anos | 8 a 10 horas |
A partir dos 18 anos | 7 a 9 horas |
Os principais sinais das insónias, além da dificuldade para conseguir adormecer e da inconstância do próprio sono, que é frequentemente interrompido, podem passar por (enumeração não exaustiva):
- Sonolência durante o dia;
- Sentir-se cansado ao acordar;
- Dificuldades de concentração no trabalho, estudos e tarefas domésticas;
- Dificuldades de memorização;
- Irritabilidade e/ou agressividade;
- Dores de cabeça com mais frequência.
Tudo isso é prejudicial para a qualidade de vida. Se apresenta algum dos sintomas de insónias previamente referidos, é importante procurar ajuda de um profissional de saúde. Só assim conseguirá ser avaliado e, caso seja necessário, ser indicado um tratamento.
Existem tratamento para as insónias?
Como já visto, a privação de sono gera vários problemas no dia a dia. Porém, muitas pessoas convivem com as insónias por longos períodos de tempo achando tratar-se de algo banal.
De modo geral, como qualquer outra doença, a melhor forma de tratar as insónias é eliminar os fatores causadores, como por exemplo o consumo de cafeína, nicotina ou álcool, o sedentarismo, má alimentação, maus hábitos de sono. No entanto, nem sempre isso será suficiente, daí ser sempre necessário consultar um médico.
De um modo geral, o tratamento para as insónias poderá passar por medicação que proporcione um efeito de “relaxamento” na hora de dormir. Escusado será dizer que o uso deverá ser feito precisamente como prescrito pelo médico, isto é, na dosagem e com a regularidade certas.
Referir que não será suficiente ir uma vez ao médico e considerar o problema das insónias resolvido porque lhe prescreveram um remédio. O acompanhamento médico é essencial para avaliar a evolução do quadro, podendo até mesmo terminar o tratamento quando o sono já estiver regularizado.
Por fim, referir que, tal como em qualquer outra patologia, automedicar-se para lidar com as insónias é um erro crasso, bem como interromper o tratamento sem que tal lhe seja indicado pelo médico. Apenas o referimos por serem dois erros bastante comuns.
Não há uma fórmula mágica para lidar com as insónias. Não obstante, acreditamos que o presente artigo lhe possa dar algumas indicações de como indentificar os principais sintomas das insónias.