Neuropsicologia: o que é a avaliação neuropsicológica?

neuropsicologia

A psicologia é a ciência que estuda a mente e o comportamento. Trata-se de uma área ampla, que envolve, entre outros, o desenvolvimento humano, a saúde e o comportamento individual e social. Como tal, existem diversas subáreas dentro do campo da psicologia. Uma das áreas que tem ganho destaque nas últimas décadas é a neuropsicologia.

Neste artigo explicaremos em maior detalhe o que é a neuropsicologia, procurando responder a algumas das perguntas mais frequentes sobre este tema, nomeadamente quais as suas diversas aplicações. Boa leitura!

O que é a neuropsicologia?

A neuropsicologia é a ciência que estuda a relação entre o funcionamento ou atividade cerebral e o comportamento humano. É uma ciência de interface entre a psicologia cognitiva, a neurologia e a psiquiatria. Ou seja, é uma abordagem que conta com a participação de diversas áreas da ciência.

A neuropsicologia atua na investigação e avaliação das condições patológicas e/ou normais do sistema nervoso e das suas funções. Assim, a neuropsicologia preocupa-se com a complexa organização cerebral e as suas relações com o comportamento e cognição, tanto em quadros de doença como no desenvolvimento normal, e é definida como a ciência aplicada que estuda a expressão comportamental das disfunções cerebrais.

A neuropsicologia atual estuda os temas clássicos da psicologia, com métodos da psicologia experimental e psicometria: aprendizagem, memória, atenção, perceção, linguagem, funções executivas e comportamento motor.

Considerando a neuropsicologia enquanto área clínica, esta encarrega-se do diagnóstico, acompanhamento, tratamento e investigação da cognição, das emoções, da personalidade e do comportamento sob o enfoque da relação destes e do funcionamento cerebral.

Em suma, a neuropsicologia é a ciência aplicada que estuda as componentes das funções psicológicas complexas e das operações cerebrais responsáveis por essas funções e a expressão comportamental da disfunção cerebral. As funções psicológicas complexas ou funções mentais superiores incluem a memória, a linguagem, a atenção e a perceção. A expressão comportamental da disfunção cerebral consiste em alterações cognitivas e emocionais, da personalidade e do comportamento motor.

A neuropsicologia, como parte das neurociências, pode ser vista de duas formas:

  • Como ciência: a neuropsicologia abraça profissionais de áreas distintas, com experiências e estudos em vários campos do conhecimento e aplica os seus resultados em situações até então desconhecidas.
  • Como profissão: são os psicólogos que a exercem. Importa, no entanto, frisar que por vezes os profissionais de educação também utilizam modelos neuropsicológicos já conhecidos e/ou criam outros para entender a aprendizagem e as suas dificuldades analisando as funções mentais superiores que fazem parte deste processo.

Quais as características da neuropsicologia?

Sendo a neuropsicologia uma neurociência que estuda a relação entre cérebro e comportamento em indivíduos com e sem lesão ou disfunção cerebral, algumas das suas principais características são:

  1. Carácter neurocientífico: isto significa que a neuropsicologia utiliza o método científico, que serve para descobrir coisas através da observação cuidadosa e controlada. No entanto, muitos dos processos estudados pelos cientistas não podem ser observados.
    • A neuropsicologia em geral recorre ao método científico para caracterizar os processos não diretamente observáveis (ex: mecanismos neuronais usados pelo sistema nervoso para controlar o comportamento).
    • O método usado para estudar o que não é observável é a inferência científica. Ou seja, é feita uma recolha de medidas relevantes do comportamento e da atividade neural observável para inferir a natureza dos processos neurais que regulam o comportamento e que não são diretamente observáveis.
  2. Estuda as funções mentais superiores: tais como o pensamento, a memória, a linguagem, as funções executivas, as emoções, a motricidade e perceção.
  3. Estuda as manifestações do córtex associativo:
    • O córtex associativo é o principal responsável pelos processos cognitivos superiores;
    • O córtex associativo é mais suscetível a dano e lesão;
    • Outras áreas do encéfalo: corpo caloso, tálamo, gânglios da base, amígdala, hipocampo e cerebelo.
  4. Estuda as consequências de lesão/dano cerebral em processos cognitivos.
  5. Utiliza modelos humanos.
  6. Carácter interdisciplinar.

Quais os fundamentos da neuropsicologia?

Da neuropsicologia experimental derivou a ideia de que as funções cognitivas se relacionam com a organização espacial do cérebro e com a organização temporal da atividade neuronal. A neuropsicologia foi influenciada por duas hipóteses tradicionais das investigações sobre a função cerebral. A hipótese cerebral indica que a organização espacial do cérebro é a fonte do comportamento. A hipótese neuronal levanta a ideia de que o neurónio é a unidade estrutural da estrutura e funções cerebrais.

Quais os objetivos da neuropsicologia?

O neuropsicólogo tem por objetivo principal correlacionar as alterações observadas no comportamento do paciente com as possíveis áreas cerebrais envolvidas, realizando um trabalho de investigação clínica com recurso a testes neuropsicológicos. Na prática, a neuropsicologia responde a vários objetivos:

  • Auxílio diagnóstico;
  • Prognóstico;
  • Orientação para o tratamento;
  • Perícias;
  • Reabilitação neuropsicológica.

Assim, podemos salientar duas grandes áreas dentro da neuropsicologia: a avaliação neuropsicológica e a reabilitação neuropsicológica.

O que é a avaliação neuropsicológica?

A avaliação neuropsicológica é o estudo do cérebro através dos seus produtos comportamentais, entrevistas, testes e questionários padronizados. É usada, tradicionalmente, para avaliar a extensão de um determinado défice numa dada competência ou capacidade, e tentar localizar a área cerebral que poderá ter sido danificada após a lesão cerebral ou doença neurológica.

Os objetivos da avaliação neuropsicológica são os seguintes:

  • Formular um diagnóstico
    • Para identificar e descrever alterações do funcionamento psicológico e descrever os estados neuropsicológicos em termos de forças e fraquezas cognitivas e comportamentais;
    • Identificação precoce de défices;
    • Localização de lesões cerebrais (menos comum, uma vez que estas podem ser localizadas com as técnicas de neuroimagem);
    • Diagnóstico diferencial entre transtornos neurológicos (ex: demência, tumor) e mentais (ex: depressão);
    • Para compreender a natureza da lesão e dificuldades cognitivas associadas (défice cognitivo) bem como o seu impacto no indivíduo: (1) na base da preparação de um programa de reabilitação; (2) aconselhamento em relação à execução de tarefas (ex: conduzir, retomar uma atividade profissional);
    • Para avaliar mudanças ao longo do tempo e fazer prognóstico do curso possível da doença;
    • Avaliar o impacto de procedimentos cirúrgicos e a eficácia de programas de reabilitação;
    • Para oferecer orientações para a reabilitação, planeamento vocacional ou educacional;
    • Para fins de perícia (diagnóstico forense), avaliando a responsabilidade civil ou necessidade de interdição;
  • Acompanhar e documentar o estado neuropsicológico (reabilitação ou demência);
  • Investigação científica.

A avaliação neuropsicológica inclui técnicas menos invasivas e menos custosas que as técnicas médicas (tomografia axial computorizada ou TAC, ressonância magnética, etc.), permite uma deteção precoce do dano, pois são identificadas alterações comportamentais presentes nas etapas de desenvolvimento, sem que tenha de haver necessariamente grandes danos cerebrais. Consiste em técnicas imprescindíveis em programas de reabilitação neuropsicológica, por permitirem detetar de forma sensível as alterações – às vezes pequenas – que se vão produzindo.

Referir ainda que a avaliação neuropsicológica é inseparável da avaliação neurológica e da avaliação geral e uma deve esclarecer a outra.

Quando é indicada a neuropsicologia?

A avaliação neuropsicológica é indicada pela própria natureza das patologias e do impacto que elas podem causar, as condições nas quais ocorreram prejuízos ou modificações cognitivas, afetivas e sociais, devido a eventos que atingiram primária ou secundariamente o sistema nervoso central.

A avaliação neuropsicológica é indicada em casos de:

  • Traumatismos crânico-encefálicos (TCEs);
  • Tumores cerebrais;
  • Epilepsias;
  • Acidentes Vasculares Cerebrais (AVCs);
  • Demências;
  • Meningoencefalites / neuroinfeções;
  • Pré e pós neurocirurgia;
  • Distúrbios tóxicos;
  • Doenças endócrinas;
  • Distúrbios metabólicos.

Nas crianças os motivos mais comuns da avaliação neuropsicológica são:

  • Dificuldades de leitura e escrita;
  • Dificuldades de cálculo;
  • Défices de atenção;
  • Perturbações de linguagem;
  • Traumatismo crânio-encefálico (TCE);
  • Meningoencefalites;
  • Intoxicações;
  • Disfunções do desenvolvimento (p.ex. autismo);
  • Perturbação de hiperatividade e défice de atenção.

A avaliação neuropsicológica pode ser requerida por vários motivos:

  • Avaliação clínica: para identificar e compreender o padrão cognitivo de dificuldades e pontos fortes da pessoa, bem como ajudar nas tomadas de decisão a nível farmacológico e de reabilitação;
  • Investigação científica: avaliar / testar hipóteses acerca da estrutura e funcionamento cognitivo. Contruir e validar materiais de avaliação;
  • Avaliação médico-legal: a usar como evidência no contexto de questões legais ou investigação criminal.

Quais os métodos utilizados na neuropsicologia?

O grosso da avaliação neuropsicológica consiste na administração de testes neuropsicológicos para a avaliação forma do funcionamento cognitivo: orientação, atenção, memória, inteligência, linguagem, perceção visual, funcionamento executivo.

Os testes neuropsicológicos são tarefas usadas para medir uma dada função psicológica que se sabe estar ligada a uma dada estrutura cerebral ou circuito neural. São administrados individualmente em contexto formal e fornecem uma estimativa do nível de desempenho cognitivo de um indivíduo.

O resultado obtido por um indivíduo num teste é comparado ao de uma amostra populacional normativa – idealmente com características comparáveis às da pessoa examinada. Estudos normativos fornecem frequentemente dados estratificados por idade, escolaridade, sexo, etc, variáveis que a investigação científica demonstrou influenciarem o desempenho num dado teste. Isto permite a comparação do desempenho da pessoa com o de um grupo controlo possibilitando uma avaliação correta do seu funcionamento cognitivo.

No entanto, a avaliação neuropsicológica é mais do que a mera administração de testes. Preocupa-se também com os aspetos psicológicos, pessoais, interpessoais e contextuais do indivíduo. Como tal, são também realizadas entrevistas para apurar estes vários domínios.

O que é a reabilitação neuropsicológica?

A reabilitação neuropsicológica é uma área especializada dentro do exercício profissional da psicologia. É uma área que enfatiza o trabalho interdisciplinar e uma abordagem holística, integrando considerações médicas, psicológicas, sociais, ambientais e políticas de forma a alcançar objetivos de reabilitação ótimos.

A reabilitação neuropsicológica pode ser definida como um conjunto de procedimentos e técnicas que visam promover o restabelecimento do mais alto nível de adaptação física, psicológica e social do indivíduo incapacitado. É uma intervenção técnica que integra um ou vários tipos de estratégias e procedimentos que atuam sobre as causas e efeitos da lesão / disfunção cerebral, incluindo treino cognitivo, gestão comportamental e outras intervenções, no indivíduo ou no contexto, que contribuam para a adaptação funcional do doente.

A reabilitação neuropsicológica é um processo no qual o paciente e os seus familiares trabalham em parceria com os profissionais de saúde com vista ao alcance potencial máximo de recuperação, bem como aprender a lidar ou conviver melhor com as dificuldades cognitivas, emocionais, comportamentais e sociais resultantes da lesão cerebral ou quadro neurológico. Assim, pacientes e familiares relatam as suas expectativas e os objetivos da reabilitação são discutidos e negociados com todas as partes envolvidas.

É importante enfatizar que o objetivo do tratamento deve sempre estar associado à melhoria de aspetos e atividades no contexto de vida do paciente. Desta forma garante-se o aumento da motivação, da adesão terapêutica e da possibilidade de generalização, ou seja, transferência dos ganhos obtidos com as técnicas de reabilitação para a vida real.

A reabilitação neuropsicológica engloba um conjunto de intervenções voltadas não apenas para os problemas cognitivos, mas também emocionais, comportamentais, sociais e familiares, e pode apresentar diferentes abordagens e objetivos:

  • Recuperar ou restaurar a função cognitiva comprometida;
  • Potencializar a plasticidade cerebral ou a reorganização funcional por meio das áreas cerebrais preservadas;
  • Compensar as dificuldades cognitivas com meios alternativos ou auxílios externos que possibilitem a melhor adaptação funcional;
  • Modificar o ambiente com tecnologia de assistência ou outros meios de adaptação às dificuldades individuais de cada paciente.

Como se processa a reabilitação neuropsicológica?

Considerando-se que o paciente com alterações cognitivas e comportamentais específicas, a sua família, a personalidade antes da doença e o estilo de vida prévio influenciam as necessidades e objetivos da reabilitação, é realizada, inicialmente, uma entrevista clínica ou anamnese detalhada sobre crenças, valores e estilo de vida anterior, bem como a personalidade anterior à lesão ou quadro neurológico. A entrevista clínica é geralmente complementada com questionários, para identificação de sintomas recentes.

Para melhor compreensão da natureza, extensão e gravidade da lesão cerebral ou quadro neurológico, pode ser necessário obter informação de exames neurológicos e de imagem. Os pacientes e familiares podem ainda ser avaliados por equipa interdisciplinar com entrevistas, instrumentos de avaliação padronizados, ecológicos, medidas funcionais e de atividades de vida diária, testes neuropsicológicos, escalas de comportamento e de humor. O objetivo é obter o máximo de informação possível a respeito do paciente no que diz respeito às esferas cognitiva, comportamental, emocional, social, vocacional, ocupacional, motora e de saúde geral.

Numa fase seguinte é feita a negociação de objetivos realistas para o tratamento. Um dos principais objetivos da reabilitação neuropsicológica é capacitar o paciente a retornar ao seu contexto mais apropriado, tanto ele como os seus familiares e a equipa interdisciplinar devem estar envolvidos na negociação dos objetivos.

Para que o paciente alcance o seu potencial máximo de recuperação, o processo de reabilitação neuropsicológica deve ter como objetivo não apenas restaurar ou reduzir o prejuízo das funções cognitivas alteradas, mas também compensar esse prejuízo com o uso de capacidades preservadas de maneira mais eficiente, adaptando e modificando o meio ambiente com tecnologia de assistência, facilitando a realização de atividades diárias e aumentando a participação da pessoa.

O que faz o psicólogo na reabilitação neuropsicológica?

O papel do psicólogo inclui diferentes tarefas:

  • Supervisionar programas de neuroreabilitação e avaliar progressos no plano cognitivo e emocional;
  • Identificar obstáculos e recomendar estratégias de tratamento e intervenção aos demais elementos da equipa interdisciplinar;
  • Informar e aconselhar os pacientes e familiares sobre a natureza das lesões e os seus efeitos a nível da cognição, emoção, comportamento, expectativas de recuperação e formas de lidar com os défices;
  • Aconselhar a outras pessoas (chefes, professores…) estratégias e adaptações que permitam reintegrar o doente nesses contextos;
  • Desenhar e aplicar programas de reabilitação neuropsicológica;
  • Conduzir a consulta de apoio, aconselhamento ou intervenção psicológica individual, de grupo e familiar;
  • Articular a reabilitação neuropsicológica com a consulta psicológica (incluindo, se necessário, psicoterapia).

Que programas de reabilitação neuropsicológica existem?

Dentro da reabilitação neuropsicológica existem diferentes programas possíveis:

  • Treino neurocognitivo ou reabilitação neurocognitiva: aplicação repetida e sistemática de tarefas e procedimentos com o objetivo de o doente recuperar parte ou todas as capacidades mentais alteradas;
  • Psicoestimulação ou estimulação cognitiva: aplicação de um conjunto de estímulos produzidos pela neuropsicologia intervencionista com fins primários desenvolvimentais (mas também pode ser aplicado em adultos);
  • Manutenção cognitiva: aplicação deliberada e regular de exercícios de modo a promover ou manter a eficiência cognitiva.

Os modelos de intervenção podem ser orientados para a restituição ou recuperação funcional (ou seja, visam o restabelecimento das capacidades funcionais que a pessoa tinha antes da lesão ou doença) ou orientados para a compensação funcional (ou seja, visam a aprendizagem de novas capacidades ou estratégias que substituam as funções perdidas).

A abordagem de recuperação baseia-se na repetição de exercícios de funções cognitivas particulares (ex: memória ou atenção), enquanto que a abordagem de compensação procura a aprendizagem de novas estratégias que substituam as capacidades perdidas e, na medida do possível permitam um comportamento idêntico ao “normal”, aplicando estratégias de treino comportamental. Podem ser usados, por exemplo, auxiliares de memória, planeamento de rotinas, reforços positivos, blocos de notas, agendas eletrónicas, sistemas de alarme, pistas ambientais (ex: etiquetas nas gavetas, lembretes no frigorífico).

As abordagens atuais geralmente combinam estratégias de recuperação com estratégias de compensação, procurando restituir as capacidades recuperáveis e compensar as irrecuperáveis. Por exemplo, num paciente com um traumatismo a recuperação pode ser no sentido de o paciente recuperar a fala, e a compensação pode consistir em dar ao paciente estratégias alternativas de comunicação (ex: através de imagens ou figuras).

Para serem aplicadas estratégias de recuperação é necessário que estejam preservados um número mínimo de neurónios e conexões (máximo entre 10 a 20% afetados). Quando esse número não é garantido, são necessárias estratégias compensatórias que envolvem o indivíduo e/ou o contexto.

Qualquer uma das abordagens requer uma avaliação neuropsicológica prévia dos pontos fortes e fracos. Por exemplo, se a linguagem está afetada, pode utilizar-se material não verbal para o treino da memória. Se a memória episódica está afetada, a memória implícita pode ser potenciada utilizando abordagens de aprendizagem livre de erros. Se a pessoa tem alguma capacidade mnésica e poucos problemas cognitivos adicionais (o que acontece por exemplo no caso das demências), o treino compensatório é maximamente eficaz.

Diana Pereira

Amante de histórias, gosta de as ouvir e de as contar. Tornou-se Mestre em Psicologia Clínica e da Saúde, pela Universidade do Porto, mas trouxe sempre consigo a escrita no percurso. Preocupada com histórias com finais menos felizes, tirou pós-graduação em Intervenção em Crise, Emergência e Catástrofe. Tornou-se também Formadora certificada, e trabalha como Psicóloga Clínica, com o objetivo de ajudar a construir histórias felizes, promovendo a saúde mental. Alimenta-se de projetos, objetivos e metas. No fundo, sonhos com um plano.