Obesidade infantil: o que é, causas, riscos e tratamento

obesidade infantil

“Gordura é formosura!”. Esta é uma frase que ouvimos muitas vezes, no entanto, desde há algum tempo, ela deixou de fazer qualquer sentido, sendo-lhe hoje atribuído um significado bem diferente.

A tal “gordura”, na verdade, pode ser o que se chama de obesidade infantil, considerado o problema crónico mais prevalente entre as crianças em todo o mundo. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente 41 milhões de crianças com menos de 5 anos estão acima do peso ideal.

Em Portugal, felizmente o excesso de peso e a obesidade infantil apresentam uma tendência decrescente, isto é, verifica-se uma redução dos casos, facto que nos coloca como referência para prevenir este problema tão comum em todo o mundo, seja em países desenvolvidos ou em desenvolvimento.

Os quilos a mais podem ter consequências para as crianças até a vida adulta, ainda que a obesidade seja revertida nesse período. Entre as doenças relacionadas com a obesidade infantil não tratada estão a diabetes, a hipertensão e o colesterol alto; além disso, a obesidade tem também um forte impacto na autoestima dos mais pequenos, o que pode ocasionar distúrbios psicológicos, entre eles a depressão e a ansiedade.

Por isso, é fundamental detetar crianças acima do peso ou sob maior risco de engordar, a fim de que se realize uma intervenção precoce, o que aumentará significativamente as probabilidades de estas se manterem dentro de peso saudável no futuro.

Ficou interessado neste assunto e quer saber mais sobre as causas da obesidade infantil, os seus fatores de risco, tratamento e outras informações úteis? Então continue a leitura deste artigo e aproveite para partilhá-lo com os seus amigos e familiares. Acompanhe!

O que é a obesidade infantil?

obesidade infantil é caracterizada pelo excesso de peso em crianças com até 12 anos de idade. Recentemente, o problema ganhou status de epidemia em virtude do aumento do número de crianças obesas em todo o mundo. Por esse motivo, a obesidade infantil é considerada um problema de saúde grave, visto que os problemas causados pelo excesso de peso afetam a criança num momento em que esta deveria estar em pleno desenvolvimento físico.

Ademais, a obesidade infantil gera sérios impedimentos à mobilidade dos mais pequenos, atrapalhando a execução de atividades simples e das brincadeiras comuns da infância. É importante referir que não se trata de um problema estético, mas sim de saúde, pois a obesidade está intrinsecamente ligada a diversas doenças crónicas, cardíacas e à má formação do esqueleto.

Quais as causas da obesidade infantil?

São diversos os fatores que causam a obesidade infantil, entre eles, a má alimentação, o sedentarismo, questões genéticas ou uma combinação de todos estes problemas. Há casos em que a obesidade infantil está associada a alguma condição médica, como doenças hormonais ou ao uso de medicamentos à base de corticoides.

É importante referir que, embora exista uma influência genética relacionada à obesidade infantil, nem todos os pais e mães com obesidade terão filhos com o mesmo problema, assim como os pais e mães com peso adequado podem ter filhos obesos. Isto porque a obesidade infantil está intimamente ligada aos hábitos alimentares das crianças e da família e à realização ou não de atividades físicas.

Fatores de risco da obesidade infantil

Existem alguns fatores que são responsáveis pelo aumento do risco de obesidade nas crianças e nos adolescentes, nomeadamente:

  • Hábitos alimentares nocivos, são exemplos dietas ricas em alimentos industrializados, congelados, doces, fritos e refrigerantes;
  • Sedentarismo, visto que a prática de atividade física é fundamental para “queimar” as calorias que ingerimos diariamente;
  • Histórico familiar de obesidade, pois a doença possui influência  genética. Além disso, os hábitos alimentares inapropriados podem ser ensinados de pai para filho, perpetuando assim este problema de saúde;
  • Fatores emocionais podem fazer as crianças alimentarem-se de uma forma errada, entre esses fatores estão o stress e até mesmo o tédio.

Quando procurar ajuda médica?

Caso o seu filho ou filha apresente excesso de peso corporal ou mesmo obesidade infantil, é importante que procure orientação de um especialista, nomeadamente, um pediatra, um endocrinologista, um nutrólogo ou um nutricionista, pois apenas estes profissionais estão verdadeiramente aptos para diagnosticar e tratar o problema.

Durante a consulta, o profissional fará uma entrevista a fim de facilitar o diagnóstico, por isso, prepare-se com antecedência e forneça o maior número possível de informações. Leve as suas dúvidas por escrito, pois isso garantirá todas as respostas para as suas perguntas, o que certamente o ajudará a conduzir o tratamento indicado pelo médico da maneira mais adequada e, portanto, mais eficaz.

Diagnóstico da obesidade infantil

Uma criança apenas poderá ser diagnosticada com obesidade infantil a partir do cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC). Vale lembrar que as faixas de IMC para os mais pequenos mudam de acordo com a idade e o sexo, contudo, existem tabelas da Organização Mundial da Saúde (OMS) que orientam os médicos a realizarem o cálculo de maneira correta.

Além da análise do IMC, o especialista avaliará outros elementos para determinar se o peso da criança está a afetar sua saúde, nomeadamente:

  • Histórico familiar de obesidade e problemas de saúde associados (diabetes, hipertensão, entre outros);
  • Hábitos alimentares da criança;
  • Sedentarismo;
  • Outras condições de saúde que a criança possa vir a apresentar.

Alimentação no combate à obesidade infantil

São os pais os responsáveis por garantir à mesa da criança a maior variedade possível de alimentos saudáveis, visto que estes são fundamentais para a perda de peso e aquisição de novos hábitos alimentares.

Confira algumas dicas importantes para auxiliar nesta caminhada:

  • Aposte em legumes, vegetais e frutas;
  • Dê preferência aos alimentos integrais e evite os refinados;
  • Evite alimentos ricos em açúcar, sódio e gorduras, como as bolachas, os biscoitos e as refeições prontas;
  • Limite o consumo de bebidas adoçadas, entre elas, sumos industrializados, pois não possuem nenhum nutriente, além de serem muito calóricas;
  • Evite comer fora de casa, sobretudo em restaurantes de fast food. Nestes estabelecimentos existem poucas opções saudáveis e muitas opções ricas em gordura e calorias;
  • Sirva apenas a quantidade de comida necessária que o seu filho deve comer. Lembre-se que uma criança come menos do que um  adulto. Além disso, caso não consiga comer toda refeição, não o obrigue a terminar.

Tratamento de obesidade infantil

Tratar a obesidade infantil é algo bastante complexo, contudo, para evitar o fracasso do tratamento é fundamental seguir a recomendação de ouro dos especialistas, isto é, comer menos e gastar mais energia, através de atividades físicas.

Além disso, são encorajadas outras mudanças no estilo de vida da criança, que deverão ser conduzidas pelos pais. Estes deverão ser bons exemplos durante o processo de perda de peso corporal, estimulando a prática de exercício físico, facilitando o acesso a alimentos saudáveis e limitando o tempo ocioso em frente aos ecrãs da televisão, do smartphone e do computador e consolas de videojogos.

Lembre-se: atitudes e exemplos valem mais do que mil palavras!

Luana Castro Alves

Licenciada em Letras e Pedagogia, redatora e revisora, entusiasta do universo da literatura, sempre à procura das palavras. "Não se pode escrever nada com indiferença." (Simone de Beauvoir)