Obstrução nasal, corrimento nasal, espirros e uma comichão constante no nariz. Quem sofre de rinite alérgica sabe bem do que estamos a falar, e conhece também os impactos que esta doença provoca no dia a dia.
Neste artigo abordamos esta condição, procurando responder a algumas das perguntas mais comuns, nomeadamente quais as suas causas, sintomas e tratamentos. Boa leitura!
O que é a rinite alérgica?
A rinite alérgica trata-se de uma inflamação das mucosas do nariz, provocada por partículas inaladas consideradas estranhas, conhecidas como alérgenos. A resposta imunológica do corpo a essas partículas é imediata, causando um mal-estar e até mesmo corrimento nasal.
O nosso nariz funciona como uma porta de entrada; através dele, além do ar, entram também substâncias estranhas, mas que, regra geral, em indivíduos não alérgicos, acabam por ser filtradas. Acontece que a pessoa alérgica tem uma reação exagerada a essas substâncias, fazendo com que o sistema imunitário reaja de forma intensa para tentar defender o organismo.
Habitualmente, o indivíduo alérgico herdou a condição dos pais, por isso podemos dizer que a rinite alérgica apresenta um componente genético. Tal predisposição pode causar intolerância a certos alérgenos, principalmente nos primeiros anos de vida, com possibilidade de continuidade durante a vida adulta.
Quais as causas da rinite alérgica?
Passar uma tarde no parque pode ser um programa inofensivo para alguns, mas nunca para um alérgico. Isto porque o meio ambiente “oferece” vários alérgenos, entre eles, a poeira e o pólen das plantas.
Entretanto, alguns perigos podem residir em casa, seja no ambiente ou até mesmo em alguns alimentos que podem desencadear uma resposta exagerada do organismo, levando a uma desagradável crise de rinite alérgica. Em seguida abordamos cada uma delas:
1. Rinite alérgica e o pó
O pó é o principal vilão daqueles que sofrem com a rinite alérgica. Carrega consigo vários componentes, como descamação da pele humana e de animais, restos de pelos de animais, restos de insetos, bactérias, ácaros e fungos. Tanta sujidade não poderia acabar bem, sobretudo durante o inverno, quando os ambientes tendem a ficar mais fechados devido às baixas temperaturas, propiciando uma maior exposição a ácaros e fungos.
As pessoas hipersensíveis a essas substâncias certamente manifestarão uma crise de rinite alérgica. Há também as rinites perenes, isto é, que duram o ano todo, independentemente das condições climáticas e das estações. Estas são causadas pela exposição a animais domésticos, como cães e gatos, bem como outros fatores.
Para evitar uma crise, é essencial adotar algumas precauções:
- Faça uma higienização constante dos objetos;
- Mantenha as janelas abertas, possibilitando que a casa seja devidamente ventilada;
- Evite almofadas e colchões de penas, bem como tapetes e carpetes, visto que estes objetos acumulam pó e ácaros;
- Prefira pisos e cortinas laváveis, ou que possam ser higienizados com um pano húmido;
- Peluches, revistas, caixas de papelão, estantes e livros também devem ser evitados, principalmente no quarto onde dorme;
- Roupas e cobertores devem ser devidamente lavados e secados ao sol antes de serem utilizados.
2. Rinite e alergia e o pólen
O pólen está entre os alérgenos mais potentes encontrados no ambiente exterior, capaz de induzir os sintomas da doença alérgica. A polinose, como é conhecida a rinite alérgica causada pela “sensibilidade ao pólen”, costuma afetar pessoas hipersensíveis a este, principalmente nos meses de fevereiro a outubro, com picos de abril a julho, em Portugal.
Não obstante, é possível minimizar os efeitos da polinose, adotando algumas medidas, como por exemplo:
- Evitar áreas exteriores com elevada concentração de pólen;
- Evitar praticar exercício físico em áreas externas durante os referidos meses;
- Utilizar óculos escuros no exterior, medida que protege os olhos;
- Usar filtros de partículas no carro e andar sempre com as janelas do automóvel fechadas;
- Motociclistas devem investir num capacete integral, ou seja, que proteja toda a cabeça, não apenas os olhos.
3. Rinite alérgica e os alimentos
Raramente os alimentos são responsáveis por desencadear, por si só, os sintomas da rinite alérgica. Por isso, antes de eliminar qualquer coisa da sua dieta alimentar, é preciso investigar outros fatores, principalmente alergia ao pó, ao pelo de animas e ao pólen.
Todavia, pessoas muito alérgicas a estes componentes podem ter a sua condição agravada com o consumo de alguns alimentos, entre eles, bebidas fermentadas, como o vinho tinto e a cerveja, queijos maturados, leite de vaca, ovo, soja, trigo, peixe, camarão, amendoim e enchidos, que levam a uma reação do sistema imunitário e, consequentemente, à congestão nasal.
Caso sofra com alergias alimentares, nada melhor que evitar o consumo destes alimentos. Procure orientação médica, ou mesmo de um nutricionista, e conheça possíveis alternativas para o seu cardápio.
Quais os fatores de risco da rinite alérgica?
Pessoas que sofrem de asma, eczemas (dermatite) e conjuntivite alérgica são mais vulneráveis à rinite de origem alérgica. Não obstante, existem outros fatores de risco, a saber:
- Histórico familiar, pois a rinite alérgica apresenta um forte componente genético, como já referimos;
- Frequentar locais com pouca iluminação e pouca ventilação;
- Poluição do ar.
Quais os sintomas de rinite alérgica?
Basta entrar em contato com o alérgeno para que os sintomas da rinite alérgica se manifestem. Os principais sintomas são:
- Irritação no nariz, nos olhos, na garganta, na boca, na pele e outras regiões;
- Baixa tolerância a odores;
- Corrimento nasal;
- Lacrimejamento dos olhos;
- Espirros;
- Congestão nasal;
- Tosse;
- Diminuição da audição e do olfato;
- Dor de garganta;
- Olhos inchados;
- Olheiras;
- Fadiga e irritabilidade;
- Dor de cabeça intensa.
Se tem manifestado sintomas persistentes de rinite, não hesite em procurar ajuda médica. Apenas um especialista poderá realizar testes alérgicos, bem como prescrever exames de sangue, capazes de definir o tratamento ideal para a doença. Os especialistas mais indicados para tratar a condição, nomeadamente, são:
- Imunologistas;
- Alergologistas;
- Otorrinolaringologistas;
- Médicos de clínica geral.
Qual o tratamento para a rinite alérgica?
Existem três estratégias que devem ser adotadas durante o tratamento dos pacientes portadores de rinite alérgica: higiene ambiental, imunoterapia e medicamentos.
A higiene ambiental consiste na eliminação de possíveis alérgenos dos espaços em que o paciente frequenta. Isto significa que alguns cuidados devem ser tomados, entre eles propiciar uma maior ventilação, o que evita a humidade, o mofo, a concentração de ácaros e o pó. Por isso, abra as janelas e portas e deixe a luz solar entrar. Além disso, mantenha a limpeza em dia: utilize pano húmido e evite produtos de limpeza, tintas, perfumes, o fumo do cigarro e inseticidas, todos considerados alérgenos.
Já os medicamentos à base de corticosteroides são prescritos para tratamento a longo prazo, cujo objetivo é melhorar a respiração nasal e evitar ou amenizar as crises. Somente um médico poderá indicar o remédio ideal, bem como a dose. Escusado será alertar para os riscos da automedicação.
A imunoterapia aposta nas vacinas antialérgicas, sobretudo quando as medidas acima referidas não surtiram efeitos positivos e quando os alérgenos não podem ser eliminados da rotina do paciente. Apenas poderá ser aplicada se o teste cutâneo ou sanguíneo comprovar o alérgeno responsável pelas crises. Essa vacina é aplicada em injeções ou gotas sublinguais com quantidades controladas da substância; assim, o organismo deixará de ser hiper-reativo a esta.
Lembre-se: a rinite alérgica pode e deve ser tratada por um médico especialista. Caso contrário, pode levar a outros problemas de saúde, como otites, sinusite, roncos (provocados pelo entupimento do nariz) e até distúrbios de sono. Por isso, procure aconselhamento médico e ganhe qualidade de vida. Cuide-se!