Evento astronómico em que a Terra recebe a maior quantidade de raios solares, o solstício de verão é conhecido popularmente como “o dia mais longo e a noite mais curta do ano”.
Esse fenómeno, que se sucede duas vezes por ano, uma em cada hemisfério, acontece por causa da inclinação máxima do planeta em relação ao Sol, facto que faz com que os raios solares incidam diretamente sobre a linha dos trópicos, dando origem a um dia com mais luz do que o habitual. É justamente nesse momento que tem início o verão, a estação mais quente do ano.
Se gosta de conhecer os mistérios da ciência e deseja saber mais sobre o solstício de verão, bem como as principais curiosidades acerca deste assunto, então não deixe de ler este artigo.
O que é o solstício de verão?
A palavra solstício é originária dos temos latinos sol e sistere, cuja tradução é “parada do Sol”. Pela posição do astro, fica-se com a impressão de que para de ser movimentar no céu ao ser visto do nosso planeta.
Como referido, o solstício ocorre duas vezes durante o ano, mais precisamente nos meses de junho e dezembro, marcando o início do verão nos hemisférios norte e sul. O fenómeno sucede de acordo com os movimentos de rotação e translação, sendo que o solstício de verão acontece quando o Sol assume a sua máxima declinação relativa à Terra, incidindo perpendicularmente sobre o Trópico de Capricórnio (hemisfério sul) ou o Trópico de Câncer (hemisfério norte).
Isso significa dizer que, quando o hemisfério sul está a passar pelo solstício de verão, as pessoas que vivem no hemisfério norte da Terra estão a passar pelo solstício de inverno, que corresponde ao dia mais curto do ano. Importa referir também que os solstícios não acontecem sempre no mesmo horário, embora a sua regularidade possa ser calculada.
Ademais, apesar de o solstício de verão ser conhecido como “o dia mais longo do ano“, a diferença em relação aos “dias normais” é de aproximadamente 1 minuto; ou seja, não adianta fazer planos a pensar em aproveitar algumas horas a mais de Sol na praia ou no parque, certo?
Diferença entre solstício e equinócio
Provavelmente já ouviu falar também em equinócio, não é verdade? Assim como o solstício de verão, o equinócio (noite igual, em latim) é um evento astronómico que marca um período de mudança de estação: outono e primavera.
Outra curiosidade prende-se com o facto de ser caracterizado pelo dia e a noite com a mesma duração, ou seja, 12 horas para cada período, consequência da inclinação no eixo da Terra, o que faz com que os dois hemisférios fiquem igualmente perpendiculares em relação ao Sol, recebendo a mesma quantidade e intensidade de luz solar.
Os equinócios variam de ano para ano, via de regra, com seis horas de atraso entre cada equinócio, visto que a translação completa da Terra leva 365 dias e algumas horas. Por isso, a cada quatro anos, os equinócios atrasam-se, o que significa dizer que, em alguns séculos, se adiantarão um pouco.
Curiosidades sobre o solstício de verão
Existem inúmeras curiosidades associadas quando o assunto são fenómenos da natureza, e não poderia ser diferente no que respeita ao solstício de verão. Facto é que a ciência continua a investigar esses acontecimentos, que permanecem ainda hoje envoltos por mistérios e superstições que os deixam ainda mais intrigantes. Conheça infra alguns factos curiosos sobre o tema.
- Especialmente no hemisfério norte, a chegada do solstício de verão representou o motivo para uma série de festividades consideradas pagãs em diferentes lugares, porque depois da data, os dias passam a ser cada vez maiores. Em muitas culturas, a sua chegada representou a ideia de recomeço, um renascimento do ano mesmo para sociedades que já usavam calendários cíclicos;
- Para a religião pagã wicca, por exemplo, o solstício representa o apogeu do Sol e do seu poder em união com a natureza. As árvores, flores e demais plantas mostram o seu maior vigor. Todavia, depois da celebração do solstício, o Deus entra em declínio e o Sol passa, gradualmente, a ocupar menos tempo no céu e as noites ficam mais longas;
- Durante o Império Romano, o solstício de verão marcava o nascimento do deus Sol Invictus, cujo nascimento teria ocorrido no dia 25 de dezembro;
- Na Ásia, foram criadas diferentes celebrações tendo o fenómeno como motivação. Na Índia, todo o dia do solstício é considerado sagrado para os hindus mais religiosos, com direito a banhos em rios e preces para entidades. Já na China, é celebrado o festival Dongzhi, momento em que famílias reúnem-se e confecionam uma sobremesa feita à base de arroz conhecida como Tangyuan;
- Embora o solstício de verão seja o dia mais longo do ano no hemisfério norte, as datas do nascer do sol mais cedo e do pôr do sol mais tarde variam em alguns dias. Isso acontece porque a Terra orbita em torno do Sol numa elipse e a sua velocidade orbital varia ligeiramente durante o ano;
- Na Suécia, o solstício de verão é um dos principais feriados do ano, rivalizando com as tradições do Natal. Dados os longos e escuros invernos da Escandinávia, é compreensível que a chegada do verão seja um grande evento nos países nórdicos;
- Stonehenge, monumento pré-histórico localizado nas planícies de Wiltshire, no sudoeste de Inglaterra, foi construído para observar os solstícios de verão, por isso tem sido local de adoração e celebração desse fenómeno há milhares de anos. Isso porque o eixo principal das pedras do monumento está alinhado de acordo com o eixo do solstício;
- O ano de 2016 foi a primeira vez em quase 70 anos que a lua cheia e o solstício de verão do hemisfério norte ocorreram no mesmo dia. A lua cheia do solstício de verão nesse ano surgiu exatamente quando o sol se punha;
- Tradicionalmente, em muitas regiões temperadas (sobretudo na Europa), o solstício de verão é visto como o meio do verão. Hoje, porém, em alguns países e calendários, é visto como o início do verão;
- O único lugar onde não há solstício é na linha do Equador. Enquanto todas as mudanças de posicionamento da Terra acontecem próximas aos trópicos, a duração dos dias na linha do Equador é sempre a mesma, com 12 horas de luz e 12 horas de noite. Por esse motivo, não é possível observar solstícios nos países próximos da linha do Equador, como por exemplo, Equador, Colômbia, Brasil, Somália, Maldivas, Indonésia e Kiribati.