O Alentejo é certamente uma das regiões mais autênticas de Portugal. As suas pequenas vilas e cidades parecem-nos remeter a contos de fadas, em grande medida pelas suas paisagens impressionantes e beleza natural. Não é por acaso que se diz que no Alentejo, os dias passam mais devagar, é certamente necessário parar o tempo para contemplar todas as suas belezas e virtudes.
Não bastassem tantos atributos, esta região do sul de Portugal é ainda considera como paragem obrigatória para os apaixonados por vinhos e gastronomia, com uma oferta enoturística vasta, que permite ao visitante conhecer o processo de produção dos premiados vinhos alentejanos e, mais importante ainda, degustá-los durante o passeio por e pelas suas inúmeras vinhas.
Quer conhecer um pouco mais sobre esta região e sobre os seus vinhos? Então este artigo é especialmente para si! Um brinde ao Alentejo e às suas belíssimas cultura e história! Boa leitura!
Alentejo: região de forte tradição vinícola
O Alentejo é a maior região de Portugal. Os seus 27 mil km² abrigam um pouco mais de 500 mil habitantes, o que faz desta área o paraíso perfeito para quem quer fugir à agitação urbana. É também um dos destinos favoritos dos apreciadores de vinhos alentejanos, que visitam a região na busca dos seus vinhedos e adegas.
Embora faça parte das Rotas dos Vinhos, o reconhecimento da bebida produzida naquelas terras chegou tarde, apenas na década de 1980, quando o avanço da viticultura e dos processos de vinificação puderam, de facto, contribuir para o legado que conhecemos hoje. Podemos afirmar que os vinhos alentejanos são excecionais e diferenciados, exemplos da qualidade que Portugal conseguiu imprimir em suas garrafas.
História dos vinhos alentejanos
A produção de vinho em Portugal remete-nos a tempos remotos. Os historiadores afirmam que a plantação da primeira vinha no nosso país ocorreu em 2000 a.C., pelos tartessos, conhecida como a primeira civilização ibérica. Não obstante, a cultura do vinho em Alentejo deve-se aos romanos, os primeiros a utilizar processos como a fermentação em talhas de barro, hoje considerado tradicional e ainda utilizado por algumas vinícolas.
Contudo, foi apenas em meados do séc. XVII que os vinhos alentejanos conquistaram admiradores em Portugal e despertaram a ira de Marquês de Pombal, que tinha planos para a região do Douro, hoje considerada uma das mais importantes produtoras de vinho. O interesse comercial levou a uma atitude extrema: Marquês de Pombal solicitou que todas as vinhas do Alentejo fossem arrancadas, o que provocou a extinção da cultura de uvas na região. Todavia, alguns tempos depois, foram tomadas medidas para que a área fosse recuperada.
Graças a essas medidas, os vinhos alentejanos voltaram a ser produzidos e entraram definitivamente no mapa dos melhores vinhos portugueses. A qualidade inquestionável deve-se principalmente ao seu terroir, tema sobre o qual falaremos a seguir.
O terroir dos vinhos alentejanos
A região do Alentejo está situada no sul de Portugal, que apresenta uma grande diversidade de solo e clima, cada qual com a sua especificidade, geralmente, expressa nas garrafas dos vinhos alentejanos. Nesta região, predominam os solos de xisto, mármore, argila, calcário e granito, que possuem uma drenagem natural favorável ao cultivo de uvas. Além disso, a variação climática – que propicia um sol forte e altas temperaturas no verão e um frio seco no inverno – permite uma produção de uvas formidáveis, de maturidade e frescura excelentes.
A sustentabilidade é outro fator primordial na produção dos vinhos Alentejanos. Não se dispensam as práticas de proteção integrada, visando à proteção do meio ambiente. Afinal de contas, esta é uma forma de garantir também a longevidade das vinhas, bem como fortalecer a preservação ambiental.
Quais as características dos vinhos alentejanos?
No Alentejo são cultivadas inúmeras castas de vinho, que resultam em bebidas incríveis. A uva Antão Vaz, de qualidade inquestionável, é bastante utilizada no fabrico dos vinhos brancos, bem como as uvas de castas nativas como a Arinto Fernão Pires e a Roupeiro. Na produção dos vinhos tintos, destacam-se Alicante Bouschet, Aragonês e Trincadeira.
Não podemos esquecer do blend, vinho de corte habitualmente feito a partir das uvas Castelão, Aragonês e Trincadeira. Já os vinhos regionais contêm na sua elaboração as uvas Touriga Nacional, Carbenet Sauvignon, Syrah ou Chardonnay. Como bem se vê, existe uma diversidade de castas que em muito contribui para a variedade de tipos e para a qualidade dos vinhos alentejanos.
Como são os vinhos alentejanos?
Existem opções de vinhos alentejanos para todos os gostos, que vão das mais simples as mais complexas. No que concerne aos vinhos tintos, podemos dizer que apresentam uma coloração escura, são encorpados e ricos em taninos. São também aveludados, com uma expressiva concentração de frutas vermelhas e silvestres, ideais para o consumo enquanto ainda são jovens.
Embora menos tradicionais na região, os vinhos brancos alentejanos são dignos de prova. Deles podemos dizer que são ligeiramente ácidos, apesar de suaves, com aromas de frutas tropicais que agradam aos paladares mais acostumados com a frescura e delicadeza da bebida.
Quais os melhores vinhos alentejanos?
Os melhores vinhos alentejanos são aqueles que cumprem os seguintes requisitos:
- São elaborados com as uvas mais conhecidas da região;
- Possuem um selo de qualidade que garantem a sua procedência e alto padrão;
- Harmonizam perfeitamente com a ocasião em que será servido;
- E, claro, agradam ao paladar de quem os degusta.
Confira agora alguns rótulos de vinhos alentejanos que são ideais para saborear a dois ou, quem sabe, com os seus amigos.
Magna Carta Alentejo Reserva
Vinho tinto seco harmonioso e elegante, a Magna Carta é produzida a partir das castas Aragonês, Alicante Bouschet e Shiraz. É maturado em barricas de carvalho francês, e a sua evolução dá-se em cave. A sua tonalidade é vermelho grená, e os seus aromas de frutas vermelhas e frutos do bosque maduros conferem-lhe uma incomparável intensidade. Possui taninos elevados, harmonizando bem com carnes vermelhas grelhadas e massas com molho pesto.
Romeira Reserva Regional Alentejano
Tinto seco fabricado com as uvas Aragonês, Alicante Bouschet e Trincadeira, envelhece em barricas novas de carvalho francês e, assim como o exemplar anterior, também evolui em cave. A sua coloração é vermelho rubi, cujo aroma lembra compota de fruta vermelhas com notas de especiarias. É frutado, equilibrado, harmónico e persistente, combinando perfeitamente com carnes vermelhas grelhadas, bruschettas e massa ao molho de beringelas.
Os vinhos alentejanos são patrimônio de Portugal! Por isso são hoje exportados para diversas geografias do globo. Já conhece esta bebida única e elegante? Convide os seus amigos para um brinde e viaje pelos sabores de uma das mais encantadoras regiões de Portugal!