O cruise control é um sistema que permite manter a velocidade constante no veículo, sem precisar de estar a pisar o acelerador. A velocidade é previamente programada e, quando é atingida, o carro aplica por si só a potência necessária para que se mantenha dentro dessa velocidade, sem que o condutor tenha de realizar qualquer ação.
Este sistema é útil uma vez que ajuda o condutor a estar no controlo total do veículo, garantindo mais segurança na direção. Além disso, o cruise control confere um pouco mais de conforto, especialmente ao conduzir em autoestrada e em viagens mais longas.
De forma simples, podemos dizer que é uma forma de não deixar que o carro ultrapasse o limite de velocidade estabelecido pelo condutor e que, ao mesmo, tempo facilita a condução. Para entender melhor como funciona o cruise control, acompanhe as informações que partilhamos neste artigo.
O que é o cruise control?
O cruise control – nome em inglês, também como conhecido por “piloto automático” foi inventado na década de 1940 pelo engenheiro mecânico norte-americano Ralph Teetor numa situação inusitada. Quando o seu advogado estava a conduzir, diminuía ou aumentava rapidamente a velocidade conforme conversava. Por esse motivo, pensou numa forma de manter a velocidade constante, foi então que surgiu de um sistema que tornasse isso possível.
O primeiro protótipo do controlador de velocidade para automóveis foi desenvolvido pelo engenheiro em casa, no estado do Indiana, nos Estados Unidos da América. No entanto, este sistema já era aplicado há algum tempo em navios e aeronaves.
O engenheiro passou uma década a aperfeiçoar a sua invenção. Ao longo dos anos o modelo foi sendo melhorado, até que a patente foi registada. O primeiro nome pelo qual ficou conhecido foi “Speed-O-Stat”.
Em 1958, começou a ser produzido pelo primeiro cliente, a Chrysler Corporation. Outras marcas de automóveis, como a Chevrolet, Lincoln e Mercury também adotaram o sistema, colocado como opcional (extra) na generalidade dos modelos automóveis. Com o tempo e o avanço das tecnologia, o cruise control foi ficando cada vez mais eficiente e adotado por cada vez mais fabricantes. Hoje tudo é feito por meio de botões, sensores e câmaras, sendo um acessório de origem em muitos automóveis.
Como funciona o cruise control?
Como já referimos, o cruise control é basicamente um sistema que ajuda a controlar a velocidade do automóvel e a mantê-la de constante sem que o condutor do precise de estar a pisar o acelerador.
Trata-se de uma ferramenta simples, que funciona através de um manípulo / botão do veículo, regra geral no volante. A velocidade desejada é selecionada. A partir daí, caso a velocidade esteja muito alta, o carro deixará de aplicar potência automaticamente de forma a atingir a velocidade desejada, caso esteja acontece precisamente o oposto.
Uma característica importante deste sistema é o regulador PID (Proportional-Integral-Derivative), uma tecnologia que já existe desde o fim do século XIX. Em português este termo significa: proporcional, diferencial e integral.
Ter este regulador faz com que dentro de um intervalo de tempo (alguns segundos, por exemplo), acontece uma comparação entre a velocidade que o carro está e a velocidade desejada, utilizando também o histórico de velocidades para fazer um cálculo da potência que deve ser colocada no motor.
Assim, se estiver a faltar um pouco para chegar à velocidade selecionada, o motor irá aplicar pouca potência. Se estiver a faltar muito, irá aplicar uma potência maior. Este controlo é fundamental porque ajuda a evitar perda do controlo do automóvel nas curvas mais apertadas ou em outras situações que poderiam causar problemas. Evita também que o condutor ou os passageiros do veículo sintam as “sacudidelas” comumente originadas pelas oscilações de velocidade.
Ou seja, é um trabalho em conjunto das três funções do regulador PID:
- Proporcional (P) – aproxima a velocidade atual à velocidade desejada, nos casos em que a diferença seja maior.
- Diferencial (D) – estabiliza a velocidade do automóvel quando esta se aproxima da velocidade que previamente determinada.
- Integral (I) – ajuda a manter a potência correta para garantir que a velocidade seja sempre aquela que foi determinada pelo condutor.
Já em relação ao consumo de combustível, ainda não existem testes suficientes que comprovem que o cruise control ajuda a economizar. Isto pode acontecer em alguns casos, como pode acontecer precisamente o contrário – por exemplo, nas subidas em que a aceleração (potência) precisa de aumentar para que o carro mantenha/atinja a velocidade estabelecida.
Outros sistemas de controlo de velocidade
Além do cruise control, existem outros três tipos de sistemas de controlo de velocidade que são mais comuns em veículos:
- Limitador de velocidade: o carro deixa de ganhar velocidade no ponto que foi determinado, mas para isso é necessário que o condutor do veículo continue a pressionar o acelerador.
- Cruise control adaptativo: determina a velocidade em função da distância (lógica de proximidade) dos demais veículos na mesma via e, quando esta distância diminui e os carros ficam mais próximos, o sistema trava e impede que a velocidade aumente, evitando riscos de colisão com outros automóveis.
- Controlos de velocidade de condução semiautônoma: é um sistema que também mantém a velocidade constante, além de manter o carro na via correta, evitando que haja desvios e, em alguns modelos mais modernos, realizando também algumas manobras automáticas de ultrapassagens.
Cruise control em carros de caixa manual
Quando se fala em cruise control, logo se pensa nos carros com “piloto automático”. Mas o sistema funciona também em automóveis de caixa manual. Nestes, o funcionamento é igual aos carros com caixa automática. Em alguns modelos mais modernos é possível trocar de mudança sem que o controlador de velocidade seja desligado, desde que a troca seja feita de forma rápida. Isso é muito útil em estradas inclinadas, quando é preciso diminuir a mudança de forma a conseguir manter a velocidade.
Uma das principais vantagens do cruise control, além da segurança, é que o sistema ajuda a reduzir o cansaço físico do condutor, que não precisará de ficar a controlar a velocidade do automóvel.