Bandeira de Portugal: história e significado

Bandeira de Portugal

Há inúmeras situações em que a bandeira de Portugal pode ser vista, seja em situações informais ou em eventos oficiais, políticos, desportivos e outros. Embora se trate de um símbolo usado no protocolo de Estado, é também muito habitual ser exibida pelos cidadãos, como uma demonstração de orgulho (recorde-se o que aconteceu durante o Euro 2004).

Afinal, a bandeira é um dos principais símbolos de um país. No entanto, nem sempre foi assim. Ao longo da história, o significado das bandeiras dos países foi-se alterando até chegar à forma como as conhecemos hoje.

Antes de falar mais sobre a bandeira de Portugal e do significado de cada um dos elementos que incorpora, iremos abordar neste artigo um pouco mais sobre a história das bandeiras. Acompanhe!

Qual o significado das bandeiras?

significado das bandeiras
O uso generalizado de bandeiras deu-se por altura da Idade Média

Não há uma data precisa sobre quando as bandeiras começaram a ser utilizadas, não obstante, eram já utilizadas durante a antiguidade. Na época os símbolos de uma bandeira eram pintados nos escudos de combate ou recortados na madeira como uma forma de representação de poder.

Na Idade Média, era mais comum utilizar tecidos pintados, sendo este o momento em que as “bandeiras” começaram a tornar-se mais comuns. Para que os exércitos não fossem confundidos, cada um usava cores diferentes, além de outros sinais distintivos.

As armas das famílias que estavam no poder também eram sempre representadas nas bandeiras, assim como os brasões pelos quais os nobres eram reconhecidos e que se tornavam uma representação dos territórios por si governados.

Numa fase posterior, esses mesmos tecidos passaram a ser hasteados, tanto nos castelos como nos navios, de forma a ficarem bem visíveis, o que ajudava a evitar a morte de soldados aliados. O uso de bandeiras, passou também a ser um sinal para facilitar a identificação da nacionalidade/proveniência de cada embarcação, bem como do cumprimento das leis marítimas.

Com o passar do tempo foram sendo introduzidas novas alterações e hoje pode-se dizer que uma bandeira representa não só um país, mas toda a história do seu povo, cada uma com cores e símbolos característicos. Esta necessidade de representação começou a surgir no final do século XVIII, quando os sentimentos nacionalistas das potências europeias começaram a crescer.

História da bandeira de Portugal

historia da bandeira de Portugal
A bandeira portuguesa passou por inúmeras alterações ao longo da história

Assim como acontece com a maioria dos países, em Portugal a bandeira também passou por inúmeras alterações ao longo da história até à forma que hoje conhecemos.

A primeira bandeira de Portugal foi criada durante o reinado de D. Afonso Henriques, o primeiro rei de Portugal, durante o século XII. Não obstante, esta é uma história cercada de controvérsias.

A primeira bandeira “oficial” só surgiu algum tempo depois, já no período de D. Sancho I, o segundo rei, no final do século XII. Tinha um formato quadrado e a representação das armas reais, com cinco pequenos escudos, que remetem à origem do país, e sete castelos dourados em redor, simbolizando as vitórias portuguesas sobre os mouros.

No século XVII a bandeira de Portugal sofreu grandes alterações, passando a conter a cor branca com representações de armas, um escudo central e uma coroa, além dos castelos, isto já durante o reinado de D. João VI. Com a morte deste as armas deixaram de fazer parte da bandeira nacional, ficando apenas o escudo e os castelos.

Já no período da Monarquia Liberal, no século XIX, a bandeira passou a ser azul e branca, com o escudo na divisa entre as duas cores. Somente com a proclamação da República, em 1910, ganhou as cores que hoje conhecemos: o verde e o vermelho. Nesse mesmo ano, substituiu a antiga bandeira azul e branca no alto do Castelo de São Jorge, em Lisboa.

Foi também no decorrer do século XIX que a maioria dos países da Europa adotou as respetivas bandeiras nacionais, seguindo uma tendência que já vinha a acontecer desde o início do século nos países da América Latina e que, depois dos europeus, se expandiu também para outros continentes, como a Ásia.

Hoje, juntamente com o hino de Portugal, a bandeira de Portugal é considerada pela Constituição da República Portuguesa, um dos símbolos nacionais.

Qual o significado da bandeira de Portugal?

significado da bandeira de Portugal
O verde simboliza a esperança, enquanto o vermelho a coragem e o sangue derramado

A cor verde simboliza a esperança, enquanto a cor vermelha simboliza a coragem e o sangue derramado pelos portugueses mortos em batalha.

Embora essas duas cores façam parte da bandeira de Portugal o espaço que ocupam é diferente, sendo a parte vermelha maior que a verde. É precisamente na “fronteira” entre estas essas duas cores que encontramos o símbolo da esfera armilar, representando os descobrimentos ultramarinos e, já referido, escudo com os sete castelos, representando as fortificações conquistadas aos mouros.

São três os nomes apontados como os criadores desta nova bandeira, chamada bandeira republicana: Columbano Bordalo Pinheiro, João Chagas e Abel Botelho.

Uma curiosidade é que, na época, como os políticos não conseguiram chegar a um acordo definitivo, foi formada uma comissão de artistas para que pudessem determinar como seria futura bandeira nacional.

Regras sobre as bandeiras

regras sobre as bandeiras
Existem regras quanto ao formato e hastear da bandeira nacional

Atualmente as bandeiras obedecem a regras no que concerne ao seu formato e ao seu hasteamento. A título de exemplo, referir que decretado o luto oficial a bandeira deverá ser hasteada apenas até à metade – sendo esta prática tido como aceita mundialmente. No entanto, poderá haver maior ou menor rigor em função de cada país.

 Em relação à bandeira de Portugal, algumas regras são:

  • Deve ser hasteada diariamente nas sedes de todos os órgãos de Soberania Nacional.
  • Se hasteada junto a outras bandeiras, deve ter precedência sobre as demais, inclusive a da União Europeia, sendo a primeira a subir e a última a descer.
  • Havendo duas bandeiras no mesmo mastro, a bandeira de Portugal deve ficar no topo.
  • Havendo dois mastros, ficará à direita; se houver três, no centro; e se houver quatro, o mais à direita.
  • Rasgar, pisar, ou destruir de alguma forma a bandeira nacional é considerado crime com uma moldura penal que prevê a pena de prisão.

Em resumo, a bandeira de Portugal, assim como a bandeira de qualquer país, é um símbolo que faz parte da história e da cultura e que deve ser sempre respeitada!

Mariana Bueno

Brasileira, jornalista e escritora. Desde criança tem os livros como os seus grandes companheiros e, mais tarde, transformou a escrita em profissão. É formada em Comunicação e pós-graduada em Media Digitais. Gosta de transmitir informações por meio dos seus textos e adora ouvir e contar boas histórias, de preferência as que descobre ao viajar por diferentes lugares.