Um pneu furado é uma dor de cabeça! Seja porque a estrada está cheia de buracos ou de objetos pontiagudos (como pregos, vidros, etc.), ninguém está imune a passar por este problema, que via de regra, acontece nos piores momentos possíveis!
Quando for surpreendido por esta desagradável ocorrência, o recomendado é parar o carro num local seguro, para avaliar a extensão dos danos, que podem fazer com que o pneu furado esvazie de forma gradual ou de forma imediata. Feito isso, basta trocar o pneu furado pelo pneu sobressalente (caso tenha) e deslocar-se até à oficina mais próxima.
É comum que, num primeiro momento, só pense em como resolver a situação o quanto antes. Depois, irá certamente perguntar-se se é possível proceder à reparação do pneu ou se o problema só é resolvido com a aquisição de um novo.
Essa pergunta é perfeitamente válida, afinal de contas, um único pneu pode chegar a custar 250€ (em função do automóvel e das características do pneu), enquanto a reparação, caso seja possível, é sempre mais em conta.
Todos queremos poupar, mas será que vale a pena ou é seguro optar pela reparação do pneu furado? Se quer saber a resposta para esta e outras perguntas, bem como aprender o que fazer perante um pneu furado, então não deixe de ler este artigo.
Pneu furado: o que fazer?
Um pneu furado é algo fácil de identificar, afinal de contas dá sinais imediatos: o volante fica pesado e o carro tende a puxar para o lado. Além disso, é provável que tenha dificuldades em travar e desviar-se de outros veículos ou obstáculos na via.
Mas, não é necessário entrar em pânico: procure um lugar adequado para fazer a troca do pneu furado pelo sobressalente. Caso não seja possível parar imediatamente, acione os quatros piscas e diminua a velocidade, sem ultrapassar os 20 km/h.
Importante referir que, os pneus radiais não foram feitos para andarem “murchos” ou com pouco ar, por isso, quanto menos andar com o pneu furado, maiores serão as chances de o reparar.
Para fazer a troca do pneu furado, siga as seguintes orientações:
- Sinalize, ativando os quatros piscas que está a fazer a manutenção do carro. Coloque o triângulo a uma distância considerável, o que evitará sustos;
- Puxe o travão de mão e engate uma marcha (com o veículo parado e desligado). Assim evitará que se mova durante a troca;
- Pegue a chave de roda (lembre-se de sempre ter esta ferramenta sempre dentro do carro) e desaparafuse os parafusos das rodas. Dê apenas uma volta com a chave, sem remover os parafusos;
- Pegue o macaco (outra ferramenta que deve andar consigo sempre) e levante o carro;
- Termine de desaparafusar os parafusos;
- Remova a roda com o pneu furado e coloque o pneu sobressalente;
- Coloque os parafusos novamente, prendendo o pneu sobressalente. Aperte os parafusos o máximo que conseguir;
- Solte o macaco;
- Com o carro no chão, aperte novamente os parafusos.
Pronto, missão cumprida. Vale lembrar que o pneu sobressalente é uma solução temporária, pois em muitos veículos este é um pneu mais frágil, feito apenas para situações de emergência. Por isso, jamais ultrapasse 80 km/h, procedendo à troca definitiva o quanto antes.
Devo comprar um pneu novo?
Resolvido o problema, é hora de averiguar se é possível consertar o pneu furado ou se a melhor opção é mesmo comprar um pneu novo. Conforme o tipo de pneu e do tamanho do furo, dificilmente conseguirá recuperar a peça. Confira:
- pneus com índice de velocidade T (até 190 km/h): é possível reparar furos de até 6 milímetros na banda de rodagem e de até 3 milímetros nas laterais.
- pneus com índice de velocidade W (até 270 km/h): é possível reparar furos de até 3 milímetros na banda de rodagem. Rasgos e furos nas laterais não poderão ser reparados.
- pneus com índice de velocidade Y (até 300 km/h): não podem ser reparados.
Caso o furo seja superior a 6 milímetros, é muito provável que haja um corte da banda de rodagem ou das laterais, por isso, nesta situação, é obrigatória a troca por um pneu novo.
E se o pneu não estiver totalmente danificado?
Atualmente, as oficinais de reparação costumam fazer recurso a dois tipos de técnicas para recuperar um pneu furado, que podem ser empregues sozinhas ou combinadas:
- Técnica I: consiste em retirar e desmontar o pneu e aplicar uma espécie de adesivo na sua parte interna, por cima do furo;
- Técnica II: trata-se da mais comum, e consiste em preencher o furo com um pedaço de elástico, sem que o pneu precise de ser desmontado. Esta solução é temporária, embora muitos condutores a adotem como permanente (o que não é de todo indicado);
- Técnicas combinadas: a segunda é aplicada na parte externa do pneu furado e primeira na sua parte interna.
O spray reparador é uma boa alternativa?
O spray reparador é uma solução de emergência e, por isso, de cariz temporário, sendo indicado para pneus sem câmara de ar. Existem no mercado diferentes marcas, mas todas funcionam da mesma forma: uma solução líquida que, quando expelida, veda o furo de dentro para fora e ainda enche o pneu. Contudo, esta solução não faz milagres, pois não consegue tapar furos maiores que 5 milímetros, tampouco rasgos na lateral do pneu.
É necessário trocar os dois pneus?
Alguns especialistas advertem que os pneus de um eixo precisam de ser iguais, isto é, precisam ter a mesma dimensão e o mesmo nível de desgaste. Quando substitui apenas um dos pneus, perde-se um equilíbrio entre as peças. Portanto, o mais recomendado é que, ao trocar um dos pneus, o outro do mesmo eixo seja também substituído.
No entanto, se o seu carro tiver tração nas 4 rodas, então o problema é ainda maior, pois provavelmente precisará de trocar os 4 pneus. Ao substituir apenas o pneu furado, poderá causar uma “confusão” nos sistemas antiderrapagem ou no controlo de estabilidade do veículo – o que poderá provocar danos ao seu carro. Todavia, se todos os pneus forem novos ou seminovos, a troca de apenas um deles dificilmente trará problemas.
A reparação tem que ser bem feita!
Um pneu furado apenas poderá ser reparado por um profissional experiente, que disponha de materiais para conserto padrão e com ferramentas apropriadas, respeitando as instruções dos fabricantes dos pneus que serão utilizados no processo.
O procedimento envolve a limpeza dos furos e posterior preenchimento – passo que deverá ser realizado de forma criteriosa, visto que a ideia é reter o ar dentro do pneu e também evitar a infiltração de humidade nas bordas do buraco. Importante mencionar que a infiltração pode deteriorar a estrutura da peça e provocar uma separação dos componentes – o que causará diminuição da vida útil da peça e, o pior: riscos para a sua segurança.
Reparar é mais barato, mas será o mais indicado?
Claro que, se possível, o mais indicado é mesmo comprar pneus novos. Entretanto, o conserto pode ser uma boa alternativa quando o dinheiro está em falta, desde que este seja feito de acordo com as normas de segurança e que o pneu conserve as suas características, sem prejuízo no que diz respeito ao desempenho e à segurança.
Mas, se o seu pneu for de alta performance, fique atento: caso sejam submetidos a mais de uma reparação, o seu índice deverá ser reduzido para T (até 190 km/h), o que significa que velocidades acima dessa determinação são terminantemente proibidas.
Qual a melhor solução?
Existem técnicas que reparam um pneu furado, entretanto, a depender do estrago, talvez seja mais apropriado comprar um pneu novo. Consulte um especialista e verifique a necessidade de substituir os dois pneus do mesmo eixo, o que proporcionará mais segurança.
Priorize a sua segurança e também a dos outros condutores e pedestres e, já agora, não se esqueças de verificar regularmente a pressão dos pneus!