A generalidade dos anúncios de emprego, independentemente da área profissional ou das funções, exigem que o candidato tenha alguma experiência profissional. Já ter desempenhado funções semelhantes anteriormente da empresa determinar se os candidatos possuem condições para exercer aquele trabalho.
Regra geral, para uma vaga de emprego existe mais do que um candidato, razão pela qual torna-se necessário que as empresas selecionem quais os melhores a serem convocados para a entrevista de emprego, designadamente através da análise dos respetivos currículos.
Em qualquer curriculum vitae, a experiência profissional é, a par da formação académica, um dos campos ao qual os recrutadores dão mais importância.
Para quem já está há mais tempo no mercado de trabalho, a experiência profissional não costuma ser um problema, afinal de contas já trabalharam em algum momento da sua carreira. No entanto, para aqueles que estão agora a sair da universidade ou à procura do primeiro emprego, a falta de experiência profissional pode ser um problema. Afinal de contas, se não há experiência profissional, o que colocar no currículo?
Neste artigo partilhamos algumas dicas de como lidar com o problema da experiência profissional, seja para os recém-licenciados como para os candidatos que já estão há mais tempo no mercado de trabalho. Procuramos ainda explicar o porquê de a experiência profissional ser tão importante, bem como dar algumas dicas para enriquecer o currículo.
Qual a importância da experiência profissional?
As experiências profissionais são fundamentais para construir uma carreira e, por isso, são muito valorizadas pelas empresas. Funcionam como uma espécie de selo de qualidade, isto é, um candidato com bastante experiência profissional, que tenha passado por esta ou aquela empresa de renome, será, à partida, um profissional de qualidade. De certa maneira é um pouco como o futebol, um jogador que tenha passado pelo Real Madrid e pelo Barcelona é tido como um bom jogador. Mas nem sempre é o caso.
É muito comum os anúncios de emprego exigirem um período mínimo de funções numa determinada área, colocando este requisito como obrigatório. Por exemplo, uma vaga para Técnico Superior de Marketing, poderá exigir que os candidatos tenham, pelo menos, 1 ano de experiência no departamento de marketing. Isto é algo muito comum, até em posições de entrada (nestes casos, os estágios curriculares ou estágios de verão são uma excelente forma de dar a volta à falta de experiência profissional).
Isto pode suceder-se por vários motivos. Por exemplo, uma empresa que concentre todas as funções ligadas ao marketing em apenas um colaborador não poderá contratar alguém sem experiência profissional, sob pena de ao ingressar na empresa a pessoa não conseguir desempenhar as funções por não ter ninguém para lhe explicar.
A formação académica, as competências profissionais e outras informações são muito importantes e fazem toda a diferença num currículo. Mas é facto que, na dúvida entre dois ou mais candidatos com o mesmo nível de qualificação, a experiência profissional poderá ser o fator de desempate.
Já ter trabalhado anteriormente em outras empresas mostra que o candidato tem aptidão para o cargo e, potencialmente é detentor de outras características como inteligência emocional, aptidão para trabalhar em equipa, comprometimento, entre outros.
E, para o trabalhador, a experiência profissional tem também outras vantagens além do mero enriquecimento curricular. É importante para desenvolver a autoconfiança, flexibilidade, comunicação, networking, além de se uma excelente forma para o candidato perceber se é esse ou não o caminho profissional que pretendem prosseguir.
No caso dos candidatos ao primeiro emprego, tudo é um pouco mais complicado. No entanto, mesmo experiência profissional propriamente dita, é possível contar este “problema”. Te contamos a seguir!
Como adquirir experiência profissional?
Saber como adquirir experiência profissional é um desafio para muita gente, especialmente para os que que estão a terminar a universidade e desejam posteriormente ingressar no mercado de trabalho, bem como para aqueles que, já tendo emprego, mas querem ampliar suas experiências.
Possíveis soluções para o problema da falta de experiência profissional:
Estágios de verão, curriculares e profissionais
No caso dos estudantes, os estágios são uma das melhores formas de adquirir experiência profissional. Realizar um estágio curricular, um estágio de verão ou um mesmo estágio profissional é uma ótima forma de ter um primeiro contato com o mercado do trabalho e com as dinâmicas de uma empresa.
O foco nestas experiências não deve ser de cariz financeiro, mas sim a possibilidade de ganhar algum conhecimento pratico do que é efetivamente trabalhar. A generalidade dos estágios não são remunerados, tendo o estagiário apenas direito a uma bolsa de estágio que poderá cobrir os custos com alimentação ou com os transportes.
No caso dos estágios profissionais, sobretudo os realizados ao abrigo dos programas do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) o estagiário terá direito a uma remuneração, muitas vezes, em função do seu grau académico (ensino secundário, licenciatura, mestrado, etc.).
Programas de voluntariado
O voluntariado embora não se trate de experiência profissional propriamente dita, poderá muitas vezes ser encarado como tal, especialmente se estiver relacionado, de alguma forma, com a área profissional da vaga de emprego em questão ou com a formação académica.
Mesmo sendo um perfil de atuação mais informal, o voluntariado é uma possibilidade de desenvolver várias competências e habilidades, além de ser um ponto bastante valorizado pela generalidade das empresas.
Trabalho por conta própria
Muitas vezes não é preciso estar integrado numa empresa ou mesmo ter um contrato de trabalho com uma determinada entidade patronal para começar a desenvolver a “trabalhar”. Há diversas formas de adquirir experiência profissional ao trabalhar por conta própria, comercializando algum serviço para o qual tem aptidão e conhecimentos.
Isto é cada vez mais comum hoje em dia. Existem diversas plataformas online que permitem vender e contratar serviços de freelancing, como por exemplo o Workana e o Fiverr. A prestação destes serviços, sobretudo se realizada de forma regular e periódica, poderá ser encarada como experiência profissional.
Isso vale para quem é ainda estudante, para aqueles que já concluíram a sua formação académica, para quem está temporariamente desempregado ou mesmo para quem já está empregado, mas quer desenvolver novas experiências.
Experiência profissional e o primeiro emprego
Para quem procura o primeiro emprego, mesmo que já tenha alguma experiência em programas de estágio, trabalho em regime de voluntariado ou trabalho por conta própria (freelancing), é importante preencher o currículo com outras informações, como:
- Formação académica;
- Palestras, seminários e workshops dos quais participou;
- Características pessoais como boa comunicação e facilidade para aprender;
- Conhecimentos gerais de informática;
- Línguas estrangeiras que domina;
- Cursos realizados presencialmente ou online.
Referir que a inclusão desta informação deve ser ponderada em função da vaga de emprego em concreto. Se está a candidatar-se para um emprego na área do marketing, de pouco ou nada lhe serve dizer que ganhou o 1.º lugar no concurso de leitura da escola secundária ou que completou o curso de cozinha de fusão.
Isto irá deixar o currículo mais atrativo e diminuirá o peso da falta de experiência profissional, permitindo demonstrar ao recrutador que, pese embora, não tenha experiência profissional propriamente dita, procurou manter-se ativo na aproximação ao mercado de trabalho.
Como descrever a experiência no currículo?
Independente de ter muita ou pouca experiência profissional, fará certamente diferença, também, a forma como esta é descrita no currículo.
A dica é começar com uma espécie de resumo profissional, sintetizando que tipo de experiências possui. Na sequência, é importante listar separadamente cada uma dessas experiências, destacando o(s):
- Nome da empresa;
- Período que exerceu funções;
- Cargo desempenhado;
- Principais atividades exercidas;
- Resultados obtidos.
E começando sempre das mais recentes as mais antigas. Em alguns casos, poderá também ser importante anexar uma carta de recomendação de algum antigo superior hierárquico.
Agora é consigo, boa sorte!