Negociar uma oferta de emprego: o que considerar?

Negociar uma oferta de emprego

Está a ponderar como negociar uma oferta de emprego? Embora não vá aqui encontrar soluções milagrosas, acreditamos que este artigo lhe pode ajudar a centrar o pensamento naquilo que é realmente importante: os seus objetivos. Mas vamos por partes…

Todos nós sabemos o que é uma profissão, o que é um emprego, mas será que sabemos qual foi a primeira atividade renumerada da Humanidade? Segundo alguns estudos, a profissão de cozinheiro foi uma dos primeiros empregos a existir.

Facto é que surgiu muito antes dos Homo sapiens, por volta de há 2 milhões de anos atrás, dada a necessidade de procurar e cozinhar alimentos para sobreviver. Tal como agora, também esses cozinheiros recebiam uma “recompensa”. Claro que não seria uma quantia monetária, uma vez que, naquela altura, receber alimentos, proteção e abrigo predominavam acima de tudo o resto.

Agora a pergunta milionária e a base deste artigo é a seguinte: será que o Homo erectus cozinheiro, acabava por negociar uma oferta de emprego que lhe fosse proposta? Será que tinha escolha? Será que era obrigado a fazê-lo?

Estas são perguntas, que atualmente não têm resposta. Cabe a cada um de nós fechar os olhos, recuar 2 milhões de anos atrás, apurar os nossos sentidos, sentir o cheiro da carne a cozinhar, ouvir o dialeto incompreensível dos nossos antepassados e tentar decifrar as propostas e contrapropostas entre os elementos da mesma espécie.

Antes de negociar uma oferta de emprego

Atualmente é cada vez maior a pressão na procura de trabalho, as empresas escalam montanhas, atravessam riachos, voam milhares de quilómetros em busca do funcionário ideal, em busca da melhor solução para o seu negócio. Hoje, a pessoa que está a ser recrutada é posta num pedestal, as suas capacidades, a sua forma de trabalhar e a sua simpatia são elementos que as empresas procuram e que fazem de tudo para manter.

Não sabemos se o Homo erectus “perdia tempo” a negociar uma oferta de emprego, mas uma coisa é certa, no século XXI, a pessoa que está à procura de emprego, tem várias formas de atingir os seus objetivos, nomeadamente o emprego ideal.

Antes de procurar, antes de pensar, antes de sequer sonhar em ter um cargo na empresa x ou y, temos de saber quem somos, o que queremos atingir e por fim quanto gostaríamos de ganhar. Claro que cada uma destas etapas, tem muito que se diga e é necessário um processo de autoavaliação e de introspeção para chegar a um consenso.

Quem sou eu?

Está surpreendido como a pergunta? Pois é, negociar o salário não é tudo! Quem somos pode ou não variar ao longo dos anos, mas é algo que temos de ter presente na nossa consciência. Antes de procurarmos um emprego, temos de estar preparados e dispostos a expor-nos para outras pessoas. É importante reunir um conjunto de qualidades e dar-lhes o devido uso. A importância da simpatia, da flexibilidade, da paciência, do esforço, são aspetos que cada um de nós deve ter e melhorar, uma vez que podem ser aspetos diferenciadores no momento da verdade.

O que quero atingir?

Esta fase depende de vários aspetos. Depende da etapa em que nos encontramos. Pode ser o início de carreira, um trabalho temporário, uma mudança de cargo, mas independentemente do que seja, temos de ter sempre presentes quem somos, quais as nossas capacidades e o porquê de alguém nos querer contratar.

Depois de nos definirmos como pessoas, como funcionários, como parte de uma engrenagem, é importante perceber aquilo que queremos, o porquê de estarmos a concorrer a um emprego ou a ponderar uma candidatura a um determinado cargo. Devemos ter bem presentes os nossos objetivos, as nossas metas e não vacilar quando nos é apresentada uma proposta de emprego que pode parecer sedutora, mas que pode não satisfazer totalmente as nossas necessidades.

Pensar no futuro e não no agora. Pensar a longo prazo, o caminho constrói-se caminhando e não saltando de um charco para outro em busca de sonhos distantes. Quem somos, o que queremos atingir são as duas etapas mais importantes e que vão definir o nosso percurso no mundo do trabalho.

Quanto quero ganhar?

Esta etapa está um pouco fora do nosso controlo, mas não totalmente. Devemos ter sempre uma base, uma ideia daquilo que gostaríamos de receber, mas ao mesmo tempo, devemos ser realistas e estar informados.

Deve ser feito um pequeno estudo, uma pequena pesquisa sobre os salários médios em cada determinado setor, de maneira a podermos negociar uma oferta de emprego, tendo um conjunto robusto de dicas, métodos e respostas, que nos ajudem a conseguir alcançar os nossos objetivos.

Por muito que tenhamos na nossa mente um valor monetário como base para a nossa oferta, apenas podemos saber a nossa resposta mediante o empregador. Apenas através de um diálogo entre as duas partes interessadas é que é possível chegar a um acordo unânime.

Negociar uma oferta de emprego na entrevista

É importante partir para uma entrevista, isto é, para um dinâmica onde poderemos ter de negociar uma oferta de emprego, com estas três etapas anteriores bem definidas, uma vez que serão a nossa base, o nosso porto de abrigo para que a negociação posso correr a nosso favor. Devem estar presentes na nossa cabeça ao longo de todo o diálogo e devem ser usadas mediante o rumo da entrevista.

A simpatia, a capacidade de expor ideias e de dialogar, são três pontos a nosso favor que podem decidir logo de início o rumo da conversa e a impressão que vamos causar no empregador.

Deve estar sempre presente o porquê de estarmos a concorrer para a vaga, o porquê de estarmos a ouvir e a negociar uma oferta de emprego com a empresa. Se o estivermos a fazer por desespero, por falta de paciência para procurar outro emprego, vamos acabar por fazer algo que não gostamos, recebendo uma remuneração que não corresponde às nossas expetativas e vamos acabar por ficar desmotivados e infelizes no trabalho, esquecendo as duas etapas mais importantes, quem somos e o que queremos atingir.

Saber quando abordar a discussão, saber o ritmo da mesma e ter a noção de quando aproveitar para mostrar os nossos pontos de vista, as nossas capacidades, as nossas expetativas para o trabalho. Ser paciente e ouvir o empregador, ouvir a sua oferta e saber quando fazer uma contraproposta expondo o motivo da mesma.

Não aceitar logo as primeiras propostas, tirar todas as dúvidas e esperar. Muitas vezes é bom deixar alguns assuntos a pairar, deixar acalmar as duas partes, para poderem interiorizar as ideias e poder fazer novas propostas.
E acima de tudo, considerar a oferta como um todo – empresa, salários, tarefas, prazos, etc… Daí cada vez se falar mais no “salário emocional“.

Negociar uma oferta de emprego não é fácil, no entanto, a bola está nas nossas mãos e cabe a cada um de nós saber a melhor maneira de a usar para nosso proveito. Quem somos, o que queremos atingir e, não menos importante, quanto queremos ganhar. Procure a felicidade!

Worker.pt editorial team

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