Pronomes pessoais: o que são, para que servem e exemplos

pronomes pessoais

Chamamos de pronomes a classe de palavras cuja função é fazer uma referência a um nome (substantivo ou adjetivo), seja ao acompanhá-lo ou ao representá-lo/substituí-lo dentro de um enunciado. Além disso, um pronome pode também retomar um substantivo já mencionado no discurso.

Por ser uma classe gramatical vasta, é subdividida em diferentes tipos:

Função gramatical dos pronomes

Os pronomes podem ter função gramatical de adjetivo ou de substantivo.

Pronomes adjetivos

Os pronomes adjetivos referem-se a qualquer substantivo mencionado em algum momento do enunciado. Ajudam a especificar o substantivo do enunciado, por isso são classificados como pronomes adjetivos. Observe:

O meu telemóvel está descarregado.
Aquele livro é ótimo!
Essa paisagem faz-me lembrar de algum lugar que já visitei.

Nos enunciados acima, os pronomes adjetivos (sublinhados) ajudam a identificar ou a especificar um substantivo (a negrito).

Pronomes substantivos

Os pronomes substantivos não acompanham um substantivo, pois são os próprios pronomes que assumem a função de substantivo no enunciado. Há situações em que não fazem qualquer referência a nenhum substantivo determinado no enunciado.

Eu não queria trabalhar hoje.
O Pedro manda um beijo para os seus.
Os filmes são cada vez mais caros. Alguns têm tido grande sucesso.

Os pronomes sublinhados exercem função de substantivo, pois se referem a substantivos que não apareceram no mesmo enunciado que os pronomes.

Agora que já sabe o que são os pronomes, como são classificados e as suas funções no enunciado, abordaremos, neste artigo, de maneira minuciosa, os pronomes pessoais, um tipo de pronome que apresenta uma importante função dentro do discurso. Fique atento à explicação e bons estudos!

O que são pronomes pessoais?

Os pronomes pessoais são aqueles que fazem referência às pessoas do discurso, podendo ser a 1.ª, a 2.ª ou a 3.ª tanto do singular quanto do plural. São elas:

  • 1.ª pessoa: eu (singular), nós (plural);
  • 2.ª pessoa: tu (singular), vós (plural);
  • 3.ª pessoa: ele, ela (singular), eles, elas (plural). A 3.ª pessoa também contempla tudo o que não é um ser vivo, isto, é, seres inanimados. No enunciado “Aquele carro é preto.”, o verbo está conjugado na 3.ª pessoa, ainda que “carro” não seja um ser propriamente dito.

Além disso, os pronomes pessoais apresentam subclassificações de acordo com a função do sujeito (caso reto) ou de objeto (oblíquo átono, quando sem preposição ou oblíquo tónico, quando acompanhado de preposição). Observe na tabela a seguir os diferentes pronomes:

tabela pronomes pessoais

É importante referir que os pronomes de tratamento também configuram um caso de pronome pessoal, diferenciando-se destes por serem formas de reverência. Entenda, em seguida, como se dão essas classificações.

Pronomes pessoais do caso reto

Os pronomes pessoais do caso reto atuam como sujeito do enunciado em que estão inseridos, ou seja, executam ou sofrem a ação do enunciado. Retomando os pronomes do caso reto da tabela acima, veja agora os seguintes exemplos:

Nós combinamos ir ao parque de merendas.

(Sujeito + verbo + complemento)

Eu estava muito feliz.

(Sujeito + verbo + complemento)

Observe que os sujeitos dos enunciados acima são pronomes pessoais, visto referirem-se às pessoas do discurso (nos dois casos, à 1.ª pessoa), e são do caso reto, pois atuam como sujeito nos respetivos enunciados. Veja outros exemplos:

As raparigas foram para a escola.

(Sujeito + verbo + complemento)

O meu pai e minha mãe vivem em Coimbra.

(Sujeito + verbo + complemento)

Nos enunciados acima, os sujeitos não são classificados como pronomes pessoais do caso reto pois “raparigas”, “pai” e “mãe” são substantivos. Todavia, é possível substituir esses substantivos por pronomes do caso reto. Observe:

Elas foram para a escola.
Eles vivem em Coimbra.

Pronomes pessoais do caso oblíquo

Os pronomes pessoais do caso oblíquo exercem função de complemento do enunciado. Em algumas situações, devem vir acompanhados de preposição para que o enunciado tenha sentido. Nesses casos, são denominados pronomes oblíquos tónicos. Quando não são acompanhados de preposição, são chamados de pronomes oblíquos átonos. Veja os exemplos de cada um deles:

Pronomes pessoais oblíquos tónicos

Essa música foi dedicada a vós.

(Sujeito + verbo + complemento)

Os clientes vieram até mim.

(Sujeito + verbo + complemento)

Elas falaram bem de nós.

(Sujeito + verbo + complemento)

Nas situações acima, “vós”, “mim” e “nós” assumiram função de complemento e vieram acompanhados de preposição (“a”, “até” e “de”, respectivamente), sendo assim, são pronomes oblíquos tónicos.

Ele esteve comigo ontem à noite.

(Sujeito + verbo + complemento)

No exemplo acima, encontramos dois pronomes pessoais: “Ele”, que é um pronome do caso reto, visto exercer função de sujeito do enunciado, e “mim” (com + mim = comigo), que é do caso oblíquo, pois trata-se de um complemento. Como precisa da preposição “com”, é um pronome oblíquo tónico.

Importante referir que a preposição “com” junta-se sempre aos pronomes, formando assim uma só palavra:

  • com + mim = comigo
  • com + ti = contigo
  • com + si = consigo (singular ou plural)
  • com + nós = connosco
  • com + vós = convosco

Pronomes pessoais oblíquos átonos

Os alunos ouviram-me falar.

(Sujeito + complemento + verbo)

Muitas pessoas vieram-nos assistir.

(Sujeito + verbo + complemento + verbo)

Nós desejamos-lhes saúde e felicidade.

(Sujeito + complemento + verbo + complemento)

Nas situações acima, “me”, “nos” e “lhes” exerceram função de complemento, contudo, não estão acompanhados de preposição. Por isso, são classificados como pronomes pessoais oblíquos átonos.

Atenção: existem regras a respeito da colocação do pronome oblíquo átono: a próclise ocorre antes do verbo quando alguns vocábulos exigem o pronome oblíquo; já a ênclise ocorre quando o verbo inicia a oração ou está na forma nominal gerúndio ou no modo verbal imperativo afirmativo. Quanto à mesóclise, esta, via de regra, ocorre quando o verbo está conjugado no futuro (tanto do presente, quanto do pretérito), não existindo construção sintática que justifique o uso da próclise ou da ênclise.

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Luana Castro Alves

Licenciada em Letras e Pedagogia, redatora e revisora, entusiasta do universo da literatura, sempre à procura das palavras. "Não se pode escrever nada com indiferença." (Simone de Beauvoir)