Sexto sentido: saiba o que é e como o desenvolver

sexto sentido

Funciona como uma “voz” que habita dentro de nós, o sexto sentido, também chamado intuição, tem a sua essência interligada às emoções. Quando se manifesta, é comum que o corpo sinta uma sensação diferente, que pode ser fonte tanto de euforia quanto de desconforto – a depender da situação.

Já deve ter dado conta dessa “sensação” que surge de repente, exteriorizada nas mais variadas situações, sobretudo quando estamos vulneráveis a uma nova circunstância, capaz de nos tirar da nossa zona de conforto. Nesse momento, o importante é silenciar o mundo e ouvir o que a nossa intuição (leia-se, sexto sentido) tem a dizer, pois só assim poderá criar os meios necessários para que a sua consciência trabalhe a seu favor.

Estar em harmonia com o sexto sentido é entender que a razão não é dominante, pois existe muito conhecimento guardado no coração e no espírito, apenas à espera da hora certa para vir à tona e, finalmente, ser percebido.

Ficou interessado neste assunto e quer saber o que é sexto sentido, bem como aprender técnicas simples para despertar a intuição? Então continue a leitura deste artigo que preparamos especialmente para si. Boa leitura!

O que é o sexto sentido?

Para Carl Jung, o sexto sentido é uma função psicológica não racional baseada em processos inconscientes que acede informações que vêm de uma sabedoria interna, fruto de arquivos mentais, isto é, do conhecimento que fomos acumulando ao longo do tempo ou mesmo de um inconsciente coletivo; assim, podemos afirmar que a intuição é uma parte natural e inerente da nossa natureza.

Essa natureza autêntica é pacífica, feliz e intuitiva, e pode ser desfrutada a partir do momento em que retiramos todos os comportamentos de stress aprendidos, projeções mentais e pressões às quais fomos submetidos ao longo da vida.

Todos nós temos um sexto sentido, e este é tão natural quanto respirar, dormir ou comer; entretanto, alguns de nós estão mais abertos a essa capacidade e conexão a informações mais elevadas do que outros – o que não significa que esta capacidade não possa ser desenvolvida.

Como desenvolver o sexto sentido?

Os nossos sinais emocionais podem funcionar como um GPS no que diz respeito à tomada de decisões. Quando seguimos a nossa intuição, damos importância aos próprios sentimentos, ou seja, ao mundo interno.

Para que o sexto sentido não falhe, é preciso prestar atenção à linguagem do coração e desenvolver o autoconhecimento a partir de técnicas simples para incentivar a sua intuição e assim ter mais facilidade para resolver problemas e encontrar o caminho da facilidade.

Partilhamos algumas dicas:

1. Dar mais atenção aos seus sonhos

Sigmund Freud, no seu livro “A Interpretação dos Sonhos”, afirma que o sonho é a estrada que conduz ao inconsciente. Isso significa que o sono é o momento ideal para observar as manifestações do inconsciente por meio dos sonhos. Portanto, nas próximas manhãs, depois de acordar, tome nota dos sonhos que teve durante a noite, descrevendo detalhadamente as emoções sentidas e as visualizações.

Assim, terá um diário dos sonhos, o que facilitará a interpretação das mensagens reveladas pelo seu inconsciente – o que certamente lhe deixará mais perto do seu sexto sentido.

2. Tome nota dos pensamentos do dia a dia

Além da descrição dos sonhos, a intuição pode ser desenvolvida por meio de um fluxo dos pensamentos diários. Não importa o que seja, pode ser das reflexões mais complexas às mais simples, basta que coloque sinceridade nas suas palavras e apenas tentar compreender o conteúdo da mensagem após escrever os detalhes da situação.

3. Não ignorar as suas emoções

Dar atenção às emoções é uma ótima maneira de estabelecer uma comunicação com o seu sexto sentido. Entenda: o coração tem muito a dizer, e sabe exatamente o que é bom e o que é mau para si. Todavia, não o costumamos ouvir, justamente pela falta de confiança na própria intuição.

Para perder o medo de ser guiado por essa sensação interior, faça, pelo menos uma vez, um teste. Para isso, será necessário expor-se a algo que esteja fora da sua zona de conforto, para não agir em modo de “piloto automático” e assim sentir o que seu corpo tem a dizer sobre como lidar com a situação.

Acredite, há muitas probabilidades da sua intuição estar correta, mas para que funcione, é imprescindível que o corpo, mente e coração estejam em equilíbrio para que haja uma conexão entre todas as partes do seu ser.

4. Promover o equilíbrio entre a mente, o corpo e o coração

Esse equilíbrio pode ser alcançado por meio da meditação, técnica que permite um controlo dos pensamentos ao minimizar os ruídos provocados pelos agentes externos sobre os quais não temos controlo.

Ao silenciar o que vem de fora, podemos ouvir com mais sensibilidade e clareza a “voz interna”, habilidade que aguçará o autoconhecimento e permitirá que aprenda a diferenciar o julgamento da intuição.

A concentração plena conquistada através da meditação deixá-lo-á mais sensível às mudanças do seu corpo e entenderá como a sua mente trabalha. Desta forma, não haverá dificuldade para diferenciar o que é pensamento lógico e o que é sexto sentido.

5. Observar o mundo à sua volta

É importante referir que os agentes externos influenciam as nossas ações, seja por meio de problemas, pessoas ou acontecimentos que estão fora do nosso controlo. O conteúdo desses agentes é absorvido por nós, e quando não são devidamente controlados, podem sugar a nossa energia vital e causar uma sensação de esgotamento mental e/ou físico.

Observar o mundo é uma maneira de analisar o que está ao redor e assim identificar os agentes que roubam a nossa energia, pois ao reconhecer a doença, é possível encontrar a cura.

Descubra o que lhe adoece e permita que o seu sexto sentido atue sobre o problema. A sua “voz interior” conduzirá e, durante o caminho, sentir-se-á mais amparado e sábio, pois estará a ouvir a voz do seu coração, a manifestação mais plena e pura do seu verdadeiro eu.

6. Aproveitar os momentos de solidão

Quando estamos sozinhos temos a possibilidade de olhar para dentro de nós mesmos sem sermos interrompidos. Nestes momentos valiosos, pense no que é possível fazer em seu próprio benefício.

A resposta causará certamente boas sensações, pois esta é a sua intuição a dialogar consigo. Não julgue os seus desejos e as suas ações, faça o que sentir vontade de fazer e depois reflita sobre os seus sentimentos; entenda que o seu sexto sentido traz apenas boas energias, jamais energias negativas ou destrutivas.

Lembre-se: enquanto a sua mente estiver em paz, a sua voz interna está ativa. Não obstante, ir contra essa intuição significa negar-se a si mesmo, o que causará dor e insatisfação. Portanto, é importante cultivar e respeitar o seu sexto sentido, pois só assim conseguirá ter uma compreensão dos conceitos e conexões que estão além do conhecimento quotidiano.

Luana Castro Alves

Licenciada em Letras e Pedagogia, redatora e revisora, entusiasta do universo da literatura, sempre à procura das palavras. "Não se pode escrever nada com indiferença." (Simone de Beauvoir)