Ciúmes: causas, tipos, sintomas e tratamento

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O ciúme é uma emoção transversal e comum, nos mais diversos relacionamentos. Faz parte da natureza humana e advém de um dos nossos medos mais básicos: o medo da perda. Apesar de comum, o ciúme é uma emoção complexa e que pode, por vezes, adquirir contornos patológicos.

Neste artigo pretendemos explicar de forma mais aprofundada o que são os ciúmes, como é que surgem, o que distingue o ciúme normal do patológico e como o prevenir ou lidar com esta emoção.

O que são ciúmes?

Os ciúmes acontecem quando temos receio de que o nosso relacionamento esteja ou possa vir a ser ameaçado. Temos receio de que o/a nosso/a parceiro/a amoroso ou amigo perca o interesse em nós em detrimento de outra pessoa, e que a proximidade com outro alguém possa suplantar ou substituir aquela que existe connosco. Os ciúmes não acontecem no vazio, e no palco dos ciúmes há geralmente três partes: nós, a pessoa com quem mantemos algum tipo de relacionamento e o elemento que vemos como ameaçador. É possível ter ciúmes da pessoa que se ama e com quem se tem um relacionamento amoroso, de amigos, familiares, colegas de trabalho, irmãos…

Os ciúmes podem assim ser definidos, de forma geral, como uma reação ao medo de ver as atenções e o afeto de uma pessoa que nos é querida dirigidos a outra pessoa, ou seja, de sermos excluídos de um relacionamento e o perdermos em função de uma terceira pessoa. Como tal, os ciúmes estão profundamente arreigados no medo da perda.

Mais do que uma simples emoção os ciúmes podem enquadrar-se como um conjunto de ideias, sentimentos e comportamentos. Além disso, os ciúmes envolvem várias emoções: raiva, ansiedade, medo, confusão, excitação, impotência, tristeza… Em determinadas circunstâncias os ciúmes podem ser encarados como um mecanismo de proteção do relacionamento, ou seja, como uma forma de alertar a pessoa para possíveis ameaças à relação, para que possa agir na gestão dessas ameaças. Noutras circunstâncias os ciúmes podem ser mais prejudiciais, dependendo diretamente do grau de sofrimento que causam ao indivíduo e à sua relação.

Porque é que os ciúmes acontecem?

Os ciúmes são um conjunto de emoções, comportamentos, pensamentos e atitudes complexas, pelo que compreender as suas causas implica também ter em conta diferentes variáveis. Em primeiro lugar é importante compreender que todos os seres humanos sentem ciúmes. Eles são uma espécie de estratégia de proteção que tem como base a nossa necessidade de apego e segurança nas relações. No entanto, alguns fatores podem explicar o porquê de determinadas pessoas desenvolverem ciúmes mais nefastos ou patológicos.

Os ciúmes resultam da interação de características da própria pessoa, da relação, das circunstâncias… Determinadas pessoas podem ser mais propensas ao ciúme devido a características temperamentais e de personalidade, mas também pela sua própria história de vida, padrão de relacionamentos e experiências relacionais anteriores, etc. Pessoas com maior dependência emocional são também mais propensas de desenvolver ciúmes, e que estes possam ser ciúmes mais nefastos e exacerbados.

A baixa autoestima é uma das características mais ligadas aos ciúmes. Parece existir uma relação recíproca entre ambos, ou seja, a baixa autoestima contribui para o surgimento de ciúmes e os ciúmes contribuem para a baixa autoestima. Ou seja, a pessoa sentir pouca confiança em si mesma vai torná-la mais propensa a sentir ciúmes e, por outro lado, se existir uma relação próxima entre o seu companheiro e outra pessoa, isto vai contribuir para fragilizar a sua autoestima.

É muito importante também ter em conta as experiências e a história de vida da pessoa. As nossas experiências precoces e aquilo que aprendemos no nosso contexto familiar enquanto crescemos são relevantes e ensinam-nos como ler o mundo, a realidade e os outros. É também durante a infância que começamos a aprender como funcionam as relações. Os padrões relacionais que existem na família de origem servem de base à construção dos modelos relacionais futuros. As necessidades de afeto que não foram satisfeitas durante a infância podem contribuir para que os padrões relacionais no futuro sejam instáveis ou inseguros, dando origem aos ciúmes.

Também a existência de segredos familiares, excesso de críticas ou padrões de comunicação disfuncionais contribuem para a existência de ciúmes pouco saudáveis nas relações posteriores. As experiências com os irmãos e a forma como, em criança, percebemos a divisão do afeto dos pais entre nós e os nossos irmãos, também pode ter um importante impacto nos comportamentos em futuras relações.

Podemos dar como exemplo alguém que assistiu a traições na família, ou a pais que costumavam ter manifestações violentas de ciúmes, ser mais propenso a sentir ciúmes e expressá-los de uma forma menos funcional. Por outro lado, alguém que desenvolveu um apego e vinculação segura aos pais terá menor probabilidade em apresentar ciúmes nefastos nos relacionamentos amorosos.

Em pequenos aprendemos, pelas experiências, se podemos confiar nos outros, se as relações são um lugar seguro onde nos podemos sentir confiantes, ou não. Se vivemos relações inseguras na infância, tenderemos a ser atormentados, nos relacionamentos futuros, pela insegurança e pelo medo, que darão origem aos ciúmes.

O histórico de relacionamentos anteriores também tem uma grande relevância. Por exemplo, alguém que vivenciou uma traição num relacionamento anterior será mais propenso a sentir ciúmes de forma mais intensa e frequente.

Existem diferentes tipos de ciúmes?

Dependo da perspetiva com que olhamos os ciúmes, podemos encontrar diferentes tipos. Por um lado, temos a própria natureza da relação, isto é, é diferente ter ciúmes de um amigo e de um parceiro amoroso, ou de um colega.

Por outro lado, podemos ter ciúmes reativos e ciúmes por suspeita:

  • Ciúmes reativos: são despertados por situações concretas e externas à própria pessoa, como por exemplo descobrir traições ou mentiras;
  • Ciúmes por suspeita: caracterizam-se pela ausência de situações externas concretas, estando mais relacionado com características da própria pessoa que sente ciúmes.

Enquanto que o ciúme reativo pode estar relacionado a características positivas de estabilidade e proteção do relacionamento, o ciúme por suspeita geralmente tem efeitos mais nefastos.

O que distingue o ciúme normal do patológico?

Nem sempre é fácil traçar a linha que separa ciúmes naturais de ciúmes patológicos, perceber concretamente onde estabelecer o limite. Isto porque, como qualquer emoção humana, também os ciúmes são altamente subjetivos, complexos e dependentes de inúmeras variáveis respeitantes à pessoa e à dinâmica da própria relação. Diferentes pessoas encaram os ciúmes de formas distintas, entre culturas a forma de ver os ciúmes também será diferente, as histórias de vida e padrões relacionais ao longo da vida determinarão também a diferença na forma de encarar os ciúmes.

Ainda assim, alguns aspetos podem ser indicativos de que os ciúmes ultrapassam um limite que poderá ser considerado patológico. Em primeiro lugar é necessário ter em conta o grau de sofrimento causado pelos ciúmes, quer para a pessoa que os sente quer para a sua relação e as pessoas que a rodeiam. Quanto mais intenso e limitador o sofrimento, mais próximos estamos de ciúmes patológicos. Por outro lado, é importante perceber até que ponto os ciúmes são fundamentados, ou seja, se existe de facto uma ameaça percetível, ou se há, por parte da pessoa, uma clara deturpação da realidade. Quando os ciúmes se mostram distantes da realidade ou quando passam a dominar todas as atenções da pessoa, poderemos estar perante ciúmes patológicos.

De uma forma simples podemos identificar três situações de ciúme patológico:

  • Ciúmes obsessivos, que pode até ser ajustado à realidade (ou seja, podem efetivamente existir ameaças identificáveis) mas que se expressam por comportamentos e pensamentos repetitivos e que interferem na vida da pessoa e causam-lhe um sofrimento significativo;
  • Ciúmes delirantes, nos quais há uma ideia persistente de estar a ser traído sem que exista efetivamente motivos fundamentados para isso;
  • Ciúmes paranoides, que se caracterizam por uma tendência muito persistente e significativa para a desconfiança.

Nestes casos, os ciúmes podem contribuir para que a pessoa se afaste da sua rede de relações e suporte social e comece a ficar cada vez mais sozinha, podendo mesmo afetar também a sua vida profissional. Os ciúmes patológicos estão também associados a maiores níveis de hostilidade, agressividade e depressão, e a menores níveis de autoestima, autoconfiança, autocontrolo, empatia e satisfação no relacionamento.

Os ciúmes são um problema?

Como vimos, os ciúmes podem ser uma emoção natural ou tornarem-se patológicos, ultrapassados determinados limites. No entanto, o problema não são os ciúmes em si enquanto emoções e pensamentos, mas sim a resposta que damos aos ciúmes. Ou seja, uma coisa é sentirmos ciúmes outra coisa é agirmos de acordo com esses ciúmes. Assim, é muito importante compreender e ter em conta algumas noções básicas sobre os ciúmes que ajudam a compreender que estes podem ou não ter uma dimensão problemática:

  • Os ciúmes compreendem um conjunto de emoções, pensamentos e atitudes distintas;
  • Todas as pessoas podem sentir ciúmes;
  • Há uma diferença entre sentir ciúmes e agir de forma desadequada com base nesses ciúmes;
  • Os ciúmes são uma resposta à nossa necessidade de segurança e apego, mas não são uma prova ou demonstração de amor;
  • Os ciúmes têm uma longa história e são uma emoção humana presente desde praticamente sempre;
  • Os ciúmes existem em diferentes idades, culturas, tipos de relações.

Que comportamentos de ciúmes são problemáticos?

Como vimos, não são os ciúmes em si enquanto emoção que são o problema, mas sim os comportamentos que adotamos devido aos ciúmes. Alguns comportamentos tornam-se particularmente problemáticos e acabam por afastar a outra pessoa:

  • Interrogação: interrogar constantemente a pessoa, questioná-la sobre tudo e submete-la a interrogatórios constantes, sendo que muitas vezes as perguntas têm um tom acusatório. Isto faz com que a outra pessoa comece a assumir uma postura defensiva e se sinta atacada;
  • Procurar indícios e “provas” constantemente: os ciúmes ativam muitas vezes a crença de que algo de errado está a acontecer ou de que a pessoa esconde alguma coisa. Motivadas por isso muitas vezes as pessoas adotam uma postura de estar constantemente à procura de sinais ou provas (mensagens no telemóvel, alterações na aparência do outro, atrasos, mudança de humor…). O problema é que muitas vezes assumimos que tudo são provas e começamos a interpretar erradamente coisas banais e que têm uma explicação lógica. Há uma tendência a ficarmos focados em detalhes seletivos e insignificantes e a ampliá-los. Quanto mais a pessoa está focada em procurar estes sinais, menos focada e disponível se torna para o parceiro, para a intimidade e para o fortalecimento da relação, afastando-se mesmo sem se dar conta;
  • Procurar sinais de interesse dos outros no/na seu/sua parceiro/a: este comportamento consiste em estar constantemente a observar e analisar a interação de outras pessoas com o parceiro. É uma procura de indícios, mas em vez de se focar no parceiro foca-se noutras pessoas. O que acontece é que progressivamente a interação com os outros vai-se tornar desconfortável e a prejudicar a vida social do casal, além de gerar muitas vezes discussões;
  • Afastar-se e “amuar”: esta é uma estratégia silenciosa que serve quase como um protesto e uma forma de o outro perceber que está com ciúmes, ou até uma forma de punir o outro. Obviamente este comportamento só irá contribuir para que exista um afastamento entre os elementos do casal;
  • Acusações repetidas: acusações vão originar discussões, conflitos e, mais uma vez, o afastamento do casal, além de gerar emoções intensas de raiva, ciúme e ansiedade;
  • Ameaças de terminar o relacionamento: estas ameaças vêm muitas vezes acompanhadas de controlo, por exemplo ou a pessoa deixa de falar com a pessoa X ou termina o relacionamento, etc. Estes comportamentos geram conflitos, afastamento e em última instância o fim do relacionamento;
  • Tentar fazer ciúmes ao parceiro, como uma espécie de vingança ou tentativa de chamada de atenção;
  • Controlar o outro e invadir a sua privacidade e espaço pessoal.

Será que os meus ciúmes são problemáticos?

Existem algumas perguntas que pode fazer a si mesmo para compreender se os seus ciúmes são apenas uma expressão natural das suas emoções, ou se são problemáticos e uma dificuldade à qual deve atender com mais atenção:

  • Os ciúmes que sente são muito frequentes e intensos?
  • Costuma discutir e ter conflitos frequentes com o/a seu/sua parceiro/a ou com amigos, família ou colegas por causa de ciúmes?
  • Os ciúmes já fizeram ou fazem com que os seus relacionamentos terminem?
  • Costuma guardar rancor e ficar ressentido com coisas durante muito tempo?
  • Sente que não consegue afastar da sua mente pensamentos relacionados com ciúmes ou desconfiança?
  • Sente que muitas vezes age sem ter controlo, devido aos ciúmes, e acaba por fazer coisas das quais se arrepende?
  • Sente-se constantemente inseguro nos seus relacionamentos?
  • Sente-se por vezes sem esperança, não só no relacionamento atual, mas também quanto à sua capacidade para ter relacionamentos futuros saudáveis e sem serem dominados pelos ciúmes?
  • Tenta controlar de alguma forma o comportamento ou as ações do/da seu/sua companheiro/a?
  • Costuma ruminar e pensar sobre as relações passadas do/da seu/sua parceiro/a?
  • Pensa que, se o/a seu/sua parceiro/a considerar outras pessoas interessantes ou atraentes, isso significa que você é inferior?
  • Se um amigo estiver a passar mais tempo com alguém, considera que isso é porque você é inferior?

O que fazer para controlar os ciúmes?

Como vimos os ciúmes são complexos e podem ser difíceis de gerir. No entanto, para que o relacionamento seja saudável e também para que se sinta melhor consigo mesmo, é importante aprender a gerir e controlar os ciúmes. Apresentamos de seguida algumas estratégias importantes para aprender a controlar os ciúmes:

1. Assumir e aceitar as emoções

Sentir ciúmes não é o problema, mas sim a forma como agimos sobre eles. Por isso, não se sinta mal ou culpado por sentir ciúmes nem tente reprimi-los a todo o custo. Pense que os ciúmes são como um alarme, muitas vezes falso. Aceite o som desse alarme sabendo que, como qualquer alarme, a dada altura ele parará de soar. Aceite também que as relações são complexas e que muitas vezes envolvem emoções menos agradáveis, e que é possível amar e sentir por vezes sentimentos indesejados. No entanto, podemos senti-los sem ser controlados por eles.

2. Observar os seus pensamentos

Aprenda a ser capaz de parar e observar os seus pensamentos, a identificar o que está a pensar. O mindfulness pode ser uma estratégia útil, e existem algumas meditações guiadas que se focam precisamente na observação dos pensamentos. Olhe os pensamentos como nuvens, que vêm e vão na sua mente, e que nem sempre são factos e que, como tal, não tem de acreditar ou agir de acordo com tudo aquilo que pensa.

3. Validar as suas emoções

Aceite o que está a sentir e saiba que tem direito de sentir ciúmes. Respeite os seus sentimentos por aquilo que eles são, uma experiência interna natural e humana. Não faça das emoções algo monstruoso ou maior do que realmente é, e compreenda que é normal sentir ciúmes, e que senti-los não significa que existem razões para agir sobre eles.

4. Avaliar a validade dos seus pensamentos

Como vimos, não temos de acreditar em tudo o que pensamos e podemos aprender a questionar os nossos pensamentos. Quando tiver pensamentos intrusivos relacionados com ciúmes, questione-se:

  • Existem evidências que comprovam o que estou a pensar?
  • Há alternativas mais viáveis? Quais?
  • Qual é a probabilidade do que eu estou a pensar acontecer?
  • Já tive estes pensamentos antes e depois percebi que não eram verdadeiros?
  • Se esta situação fosse com outra pessoa e não comigo, acharia que este pensamento é válido?

5. Recorrer a perspetivas diferentes

Às vezes é muito difícil manter uma perspetiva neutra e racional no que diz respeito aos nossos ciúmes e aos nossos próprios pensamentos. Por isso, pode ser muito útil recorrer a outra pessoa e conversar sobre o que estamos a pensar ou a sentir. Alguém que não está “dentro da nossa cabeça” pode ajudar-nos a pensar de uma forma mais neutra e não tão infiltrada por medos ou suposições.

6. Não generalizar

Como vimos muitas vezes os ciúmes nascem de padrões relacionais e experiências anteriores. É difícil quebrar esses padrões e compreender que porque alguém nos magoou no passado não quer dizer que outras pessoas o irão fazer. Procure distanciar-se das suas experiências, compreende-las enquanto algo que aconteceu num determinado momento da sua história e não generalizar o que viveu antes para tudo o que lhe acontece.

7. Estabelecer uma comunicação aberta na relação

A comunicação é a chave fundamental de qualquer relação. Por isso, para aprender a gerir os ciúmes é fundamental existir uma comunicação aberta e saudável entre o casal. Não assuma que o outro tem de adivinhar o que está a sentir, e vice-versa. Se algo incomoda, converse abertamente sobre isso, abordando o problema como uma situação a ser explorada e não em forma de acusação. Expresse o que sente, porque o sente, de que forma o sente. E mostre-se disponível para ouvir também o que o seu parceiro sente e pensa. Todas as emoções são legítimas e podem ser abordadas num relacionamento saudável, e senti-las e falar sobre elas não tem mal nenhum, impedindo até que as ações tomadas sejam irrefletidas.

Tenha em conta o ponto de vista da outra pessoa, mostre interesse em ouvir, assuma a sua posição e as suas emoções e procure colocar-se no lugar do outro.

Como lidar com os ciúmes do parceiro?

Para quem está do outro lado, ou seja, quem é alvo dos ciúmes, também pode ser difícil gerir toda a situação. Por isso, algumas estratégias podem ser importantes para lidar com os ciúmes do parceiro:

  • Compreenda que os ciúmes são uma emoção natural;
  • Demonstre empatia e compreensão pelos sentimentos da outra pessoa;
  • Mostre que se preocupa com a forma como o seu parceiro se sente;
  • Ouça o que ele tem para lhe dizer e recapitule o que foi dito, para ter a certeza que compreendeu e evitar mal-entendidos;
  • Encontre alguns pontos de validade, aspetos em que compreende o que a outra pessoa possa sentir, e demonstre-os (por exemplo, dizer que percebe que determinada situação o possa ter deixado incomodado);
  • Demonstre o seu ponto de vista sem desconsiderar o ponto de vista do outro;
  • Mostre a sua postura e perspetiva procurando que a pessoa compreenda determinados aspetos que ela possa ter interpretado de uma forma diferente daquilo que realmente aconteceu;
  • Pense e fale com a pessoa sobre os aspetos positivos da relação e as mostras de segurança e confiança;
  • Não tente convencer ou obrigar a outra pessoa a mudar a forma como se sente;
  • Tranquilize o seu parceiro demonstrando que está do seu lado.

O que fazer no caso de ciúmes patológicos?

Se a pessoa não consegue gerir os seus ciúmes e se estes assumem uma forma patológica, então pode ser importante existir uma ajuda externa, ou seja, recorrer a ajuda profissional. Neste âmbito pode ser considerada a psicoterapia individual ou de casal. Se os ciúmes são um problema essencialmente da pessoa e que não estão diretamente relacionadas à dinâmica da relação atual, a psicoterapia individual é mais indicada.

Por outro lado, se os ciúmes estão arreigados à relação do casal e são um problema da própria relação, a terapia de casal é mais indicada. Em muitos casos pode ser benéfico recorrer a ambas, isto porque para além de a pessoa precisar de trabalhar os seus pensamentos e emoções, pode ser importante para o outro aprender a lidar com estas dificuldades e para o casal como um todo gerir a situação de uma forma mais saudável.

Diana Pereira

Amante de histórias, gosta de as ouvir e de as contar. Tornou-se Mestre em Psicologia Clínica e da Saúde, pela Universidade do Porto, mas trouxe sempre consigo a escrita no percurso. Preocupada com histórias com finais menos felizes, tirou pós-graduação em Intervenção em Crise, Emergência e Catástrofe. Tornou-se também Formadora certificada, e trabalha como Psicóloga Clínica, com o objetivo de ajudar a construir histórias felizes, promovendo a saúde mental. Alimenta-se de projetos, objetivos e metas. No fundo, sonhos com um plano.