Guia para escrever uma carta de recomendação

dicas para escrever uma carta de recomendação

Está a pensar candidatar-se a um novo emprego ou a uma universidade? O mais provável é que lhe peçam uma carta de recomendação. Tal como no currículo, este documento permite apresentar as suas competências e qualidades. Contudo, em vez de ser escrita por si, esta carta é elaborada através do ponto de vista de alguém que trabalhou consigo e que, como tal, deverá conhecer as suas valências profissionais.

Assim, não seria má ideia começar a pensar em potenciais professores ou patrões com quem tenha estabelecido uma boa relação e que estejam dispostos a elogiá-lo e a escrever sobre as suas excelentes capacidades como estudante ou profissional. A validação de um terceiro pode ser melhor considerada do que uma opinião completamente enviesada – a sua!

Qual a importância da carta de recomendação?

Num mercado cada vez mais competitivo, é sempre útil encontrar formas de nos destacarmos da concorrência. O mesmo se passa no mundo académico, onde as candidaturas de ingresso, particularmente em mestrados ou pós-graduações, são particularmente disputadas.

A carta de recomendação surge assim como uma forma de se diferenciar. Apesar de não ser exigida em muitos casos, pode sempre anexá-la como complemento ao currículo, pois afinal, quantas mais informações melhor.

Este documento permite formalizar a opinião de alguém que trabalhou consigo durante um período de tempo e que está disposto a partilhar o que sabe sobre as suas competências e sobre o seu desempenho numa dada área – basicamente, esta pessoa vai tentar pintar uma ótima imagem de si. A opinião externa é sempre uma validação extra, e de grande relevância se vier de um profissional de renome no ramo em questão.

A quem devo pedir uma carta de recomendação?

Como já referido anteriormente, precisa de contatar alguém com quem já trabalhou antes. É importante pensar numa pessoa com um cargo relevante, seja um líder no setor, um supervisor ou diretor de uma empresa.

Quanto mais alto o estatuto profissional da pessoa, mais credibilidade terá a carta de recomendação. Se não conhecer ou não tiver estabelecido uma boa relação com nenhum profissional que se encaixe neste perfil, pode sempre pedir a um antigo colega de trabalho… mas, como seria de esperar, não é bem a mesma coisa!

Esta é uma situação perfeita para ilustrar a importância de manter boas relações com professores ou antigos superiores hierárquicos, mesmo após o fim do seu percurso académico ou profissional.

O deve constar da carta de recomendação?

Para escrever uma carta de recomendação é preciso seguir alguns pontos importantes, de forma a que esta fique completa e com todas as informações necessárias. Veja como deve ficar a estrutura:

  • Identificação – Antes de mais, a carta de recomendação deve começar com o nome da pessoa que a está a redigir, seguido da data. Além disso, é também necessário incluir o nome da pessoa a quem está a dirigir a carta;
  • Apresentação – É onde a pessoa que está a redigir começa a falar sobre o candidato que irá recomendar, citando o nome, profissão, e também o objetivo da carta (se é para uma vaga de emprego, um mestrado, entre outros).
  • Conteúdo – É aqui que todos os elogios e descrições positivas acerca das suas capacidades e qualidades são incluídos. Recomendamos que sejam mencionados os seguintes pontos:
    • Nome de quem está a ser recomendado;
    • Nome das empresas nas quais o candidato já trabalhou;
    • Experiência profissional;
    • Formação académica;
    • Capacidades de relacionamento interpessoal;
    • Competências profissionais;
    • O redator deve dizer quanto tempo o recomendado trabalhou consigo, quais as tarefas que este desempenhava e qual o seu desempenho;
    • O redator deve mencionar o seu nível hierárquico na empresa/universidade onde o recomendado esteve;
    • A assinatura do redator.
  • Finalização – Antes de encerrar a carta, o redator deve dizer quanto tempo o recomendado trabalhou consigo, quais as tarefas que este desempenhava e qual o seu desempenho, além de mencionar o seu nível hierárquico na empresa/universidade onde o recomendado esteve. E, por fim, a assinatura do redator.

Que cuidados devo ter ao redigir?

A carta de recomendação é um documento formal e que, por isso, exige alguns cuidados:

  • A carta de recomendação deve ser redigida em formato digital e no modelo utilizado pela organização (deve incluir o logótipo);
  • Os elogios citados devem ser apenas do ponto de vista profissional, nunca elogios pessoais;
  • Não deve exceder uma página A4 (documentos extensos são prejudiciais);
  • A carta tem de estar obrigatoriamente assinada, datada e carimbada;
  • A carta deve ter uma aparência profissional- sem riscos, imagens ou tipos de letra incomuns.

Exemplo de uma carta de recomendação

Como já referido, a carta de recomendação pode ser solicitada ou necessária em diferentes ocasiões. Colocamos aqui alguns exemplos de como a redigir em função da sua finalidade, sendo as principais a: candidatura a uma de trauma vaga de emprego ou candidatura a um mestrado.

Minuta para candidatura a um emprego

CARTA DE RECOMENDAÇÃO

Caro/a [nome da pessoa]

É com muito prazer que recomendo [nome] para [cargo] na [nome da empresa].

[Nome] e eu [incluir o tipo de relacionamento] na [empresa] por [período de tempo].

Eu gostei do tempo que trabalhei com [nome] e descobri que [ele/ela] é uma pessoa muito valiosa para qualquer equipa.
[Ele/ela] é honesto/a, seguro/a e incrivelmente dedicado/a.

[Ele/ela] tem experiência em [mencionar experiência profissional e formação académica].

Além disso, [ele/ela] é ótimo/a a [incluir uma soft skill], que sempre [incluir um resultado dessas soft skills]. Os seus conhecimentos sobre [assunto específico] e experiência em [assunto específico] foram uma grande vantagem para toda a empresa.

[Ele/ela] sabe verdadeiramente trabalhar em equipa e traz o melhor de cada um dos seus colegas.

Sem dúvida alguma, eu recomendo [nome] para a sua equipa na [empresa].

Eu sei que [ele/ela] será uma contratação positiva para a sua empresa.

Por favor, sinta-se à vontade para entrar em contacto comigo através do e-mail [endereço] ou telefone [incluir número] se quiser conversar sobre as competências profissionais de [nome].

Atenciosamente,

[nome de quem recomenda]

Minuta para candidatura a um mestrado

A carta de recomendação também costuma ser necessária em candidaturas a mestrados ou doutoramentos. É uma forma da instituição conhecer um pouco mais sobre cada candidato, designadamente as suas competências, formação e personalidade.

Também pode ser escrita por um superior hierárquico ou outra pessoa com quem trabalhou, por um professor com quem teve aulas ou mesmo por um colega que seja ex-aluno do curso no qual pretende ingressar.

Há universidades que disponibilizam uma minuta de carta que deve ser escrita, mas, em geral, pode ser da seguinte forma:

CARTA DE RECOMENDAÇÃO

Caro/a [nome da pessoa]

Escrevo para recomendar o meu antigo aluno [nome] como candidato ao mestrado [nome do curso e da universidade].

Fui seu professor nas disciplinas de [nomes das disciplinas] no anode [escrever o ano], no âmbito da [escrever licenciatura ou curso aplicável]. Foi um discente sempre muito criativo, de grande dedicação académica, além de estabelecer um excelente relacionamento com colegas e demais professores.

Atualmente atua na área [nome], desempenhando de forma muito competente as funções que lhe foram delegadas

Não tenho dúvida de que é um excelente candidato ao vosso mestrado.

Caso pretenda, poderá entrar em contato comigo para mais informações.

Atenciosamente,
[nome de quem recomenda/cargo na universidade/assinatura]

Em que difere da carta de apresentação?

É muito comum confundir-se a carta de recomendação com a carta de apresentação. No entanto, como o próprio nome já sugere, uma carta de apresentação é feita pelo próprio candidato, seja para uma vaga de trabalho ou outras.

Já a carta de recomendação é feita por outra pessoa. É um documento cada vez mais exigido por empresas e instituições de ensino um pouco por todo o mundo, sendo que começa a ser quase tão importante como o próprio currículo. Esperamos ter ajudado!

Catarina Fonseca

Desde cedo uma curiosa nata, decidiu seguir Ciências da Comunicação para desenvolver a sua paixão pelo jornalismo e pela escrita. Agora formada, gosta de se aventurar pelo mundo, conhecer novas pessoas e culturas, e leva sempre um caderno e câmara fotográfica às costas para eternizar as suas experiências.

Adicionar comentário