Sabe o que é o offshoring? O termo em inglês dá nome a uma prática cada vez mais comum no mundo corporativo – embora esta suscite grandes controvérsias. Trata-se do processo de realocar a unidade de operações de negócios (produção ou serviços) para um país diferente.
Em alguns casos, o esforço de terceirização não envolve a realocação de um negócio inteiro, mas a colocação estratégica de departamentos ou funções específicas num local geograficamente distante, mantendo a presença no país de origem.
Os países escolhidos para o offshore são, via de regra, nações em desenvolvimento, que disponibilizam, além de mão de obra barata, incentivos mais atrativos para a permanência dessas empresas. Nesta modalidade de terceirização, a empresa não tem como objetivo o retalho global, mas sim, diminuir consideravelmente o custo de produção, entre outros serviços de suporte, visando o lucro.
Facto é que o offshoring pode ser bastante benéfico para as empresas, visto que estas, com a terceirização e diminuição dos custos da produção, podem, finalmente, focar-se nas operações de negócios, entre outros aspetos mais relevantes para o crescimento da corporação. Todavia, existem também aspetos negativos que devem ser considerados, sobre os quais falaremos mais adiante.
Se ficou interessado no assunto, então não deixe de ler este artigo, no qual encontrará todas as informações acerca deste tema. Boa leitura!
Quais os benefícios do offshoring?
Entre os principais benefícios que o offshoring proporciona para uma empresa está a diminuição do custo de operação, sendo este, muitas vezes, a principal motivação para implementação da modalidade de terceirização. Não obstante, existem outras vantagens, nomeadamente:
- Permite à empresa focar-se nas operações do negócio: a empresa pode desenvolver melhor as suas funções principais, isto é, estratégias que visam o crescimento da instituição.
- Mão de obra barata e qualificada: o offshoring é uma oportunidade de se obter mão de obra barata e especializada, geralmente disponibilizada num país em desenvolvimento.
- Assistência completa: possibilita a contratação de uma equipa com know how na sua área de atuação, capaz de fornecer soluções relevantes para diversos problemas associados à produção ou serviços offshored.
- Melhor e maior controlo: o offshoring garante à empresa a gestão e a regulamentação adequadas de todas as suas operações.
- Benefícios fiscais e outros: para atrair empresas para investimento estrangeiro direto, boa parte dos países em desenvolvimento oferece incentivos ao offshoring, tais como isenções fiscais.
- Mitigação de risco: a transferência das operações comerciais para outros países diminui consideravelmente o risco de falência da empresa que opta pelo offshoring.
Quais os principais tipos de offshoring?
Existem pelo menos dois tipos de offshoring, sendo que a escolha do modelo mais adequado dependerá da análise das necessidades da empresa, como as suas atividades de negócios, estratégia de orçamento de capital, entre outras características que deverão ser consideradas. Conheça esses modelos:
Offshoring de produção
O offshoring de produção acontece quando uma determinada empresa estabelece a sua produção em outro país, para importar o produto final para comercialização no mercado interno. Por exemplo: uma empresa que fabrica máquinas pesadas instalaria a sua unidade de produção num país em que a matéria-prima, nomeadamente o ferro, seja abundante e a mão de obra local seja barata e especializada para o desempenho das tarefas.
Offshoring de serviços
Já o offshoring de serviços dá-se quando uma empresa estabelece unidades em outros países para realizar operações relacionadas a serviços, como tecnologia da informação, atendimento ao cliente, recursos humanos, marketing, vendas, contabilidade, entre outros.
Por exemplo: uma empresa de software estabelece a sua unidade de pesquisa e desenvolvimento num país onde os recursos humanos técnicos são altamente especializados e comparativamente mais baratos do que a mão de obra oferecida no país de origem.
Quais as desvantagens do offshoring?
Apesar de tantos benefícios, existem também desvantagens quando o assunto é o offshoring. Ao estabelecer parte ou todas as operações de negócios em outro país, a gestão de uma empresa deve considerar todos os desafios associados a esta escolha. São elas:
- Barreira do idioma: ao realocar a empresa num país diferente, a empresa pode encontrar diversas dificuldades relacionadas ao idioma e, consequentemente, à comunicação. Esse entrave pode prejudicar, em muito, a organização, por não possibilitar que haja uma comunicação eficiente com a equipa de offshoring.
- Distância geográfica: via de regra, as unidades de offshoring estão localizadas em locais geograficamente distantes, algo que pode dificultar a administração e visitas às subsidiárias com a devida frequência.
- Questões éticas: a imagem de uma empresa pode ficar seriamente comprometida caso esta opte por pagar remunerações baixas à equipa em offshoring, bem como oferecer a esta instalações inadequadas para o bom desempenho do trabalho.
- Problemas socioculturais: para que o sistema offshoring traga bons resultados, é indispensável que a empresa que realoca as suas unidades de produção num outro país conheça os aspetos culturais e sociais daquele lugar. Caso não tenha este cuidado, certamente enfrentará problemas socioculturais específicos.
- Agitações geográficas ou políticas: se os problemas geográficos ou políticos como protestos, paralisações, instabilidade política, entre outras agitações são uma constante no país onde a empresa realoca a sua unidade, isto poderá vir a afetar negativamente os negócios.
- Questões de segurança e proteção: a unidade de offshoring da empresa pode enfrentar ameaça de bloqueio e até fecho caso os nativos considerarem isso antiético ou prejudicial para o seu país.
O futuro do offshoring
Apesar dos desafios, o offshoring continua a ser um meio eficaz de adquirir mão de obra especializada com um custo consideravelmente mais baixo. Por esta razão, muitas empresas estão cada vez mais inclinadas a adotar esta estratégia (principalmente no setor de tecnologia da informação) de contratar pessoas altamente capacitadas, residentes em países em desenvolvimento.
Atualmente, países asiáticos como a Índia, as Filipinas e a China são os destinos preferidos de offshoring de empresas norte-americanas. O caso mais emblemático é a Apple, que transferiu as suas unidades de produção dos Estados Unidos para alguns países asiáticos, entre eles, a China, que hoje ocupa o topo da lista de países terceirizados da Apple, visto ser, reconhecidamente, um centro de manufatura de dispositivos eletrónicos com uma das melhores relações custo-benefício do mundo.
Entretanto, antes de optar pelo offshoring, é fundamental fazer levantamentos que mostrem que a estratégia será, de fato, uma boa alternativa para a contenção de gastos, conciliando a economia à capacidade produtiva e ao desempenho de vendas, mesmo estando em outra localidade.
Ademais, é importante encontrar um país que ofereça não apenas mão de obra barata, mas também, e principalmente, qualificada. Importante referir que, embora o processo seja bastante complexo, este pode trazer resultados positivos, tanto para as empresas que aderem a esta alternativa quanto para os países que recebem esse tipo de iniciativa.
Gostou deste artigo sobre offshoring? Então vai gostar também do nosso conteúdo sobre nearshoring, modelo de terceirização que, assim como o offshoring, tem atraído a atenção de milhares de empresas em todo o globo. Boa leitura!