Dieta alcalina: o que é, benefícios e alimentos

dieta alcalina

Os alimentos são fundamentais para a nutrição do nosso corpo e para a manutenção da saúde. Todavia, além dos nutrientes, os alimentos deixam também resíduos após a digestão. É esta a teoria na qual se baseia a dieta alcalina, dieta que se baseia na restrição do consumo de alimentos ácidos que, via de regra, são mais pesados e, consequentemente, de mais difícil digestão – o que dificultaria o processo de emagrecimento.

É importante referir que a dieta alcalina não está suportada cientificamente, pois conforme afirmam os nutricionistas, o nosso corpo é perfeitamente capaz de trabalhar para manter o equilíbrio acidobásico necessário para o seu bom funcionamento; desta forma, a dieta não teria qualquer interferência nesse controlo. Apesar dessa ressalva, muitas pessoas têm aderido a este padrão alimentar que, embora não tenha a sua eficiência comprovada, não apresenta qualquer risco para a saúde.

Se ficou interessado neste assunto e quer saber em que consiste a dieta alcalina, quais os alimentos que podem ser consumidos e outras informações úteis, então continue a leitura deste artigo que elaboramos para responder a todas as suas dúvidas.

O que é dieta alcalina?

Frutas, legumes e verduras são a base de um plano alimentar que leva em consideração o pH (Potencial Hidrogeniónico – índice que indica a acidez, neutralidade ou alcalinidade de um meio qualquer) dos alimentos. Portanto, se deseja aderir à dieta alcalina, esteja preparado para frequentar o mercado local todas as semanas, pois irá certamente precisar de ingredientes naturais e frescos na sua alimentação do dia a dia.

Entre os alimentos mais indicados neste tipo de dieta estão o feijão branco, alface, brócolos, cebola, tomate, beterraba, rabanete, soja, couve, abacate e lentilha. Entre os contraindicados estão o café, bebidas alcóolicas, doces, condimentos do tipo mostarda, ketchup e vinagre – todos aqueles produtos industrializados que simulam um sabor ácido devem ser eliminados do seu cardápio.

Todavia, os nutricionistas não deixam de apontar algumas controvérsias no que diz respeito à classificação dos alimentos: para a dieta alcalina, frutas e vegetais aparecem como alimentos mais alcalinizantes; já fontes de proteínas de origem animal, como a carne vermelha, o peixe, a carne de aves, os ovos e o queijo, são classificadas como acidificantes.

Não obstante, dentre os próprios defensores da dieta alcalina existem aqueles que divergem sobre a classificação dos alimentos, visto que muitos os classificam de forma empírica, isto é, sem qualquer suporte científico. Desta forma, o que vale é dar prioridade aos alimentos mais saudáveis – recomendação válida para qualquer tipo de dieta.

A dieta alcalina emagrece?

Depende do valor calórico ingerido, ou seja, não adianta comprar os alimentos mais indicados para a dieta se não os consumir nas porções indicadas (leia-se, moderadas). Vale a pena referir que a dieta alcalina possui um efeito detox, ou seja, ajuda na desintoxicação do organismo, pois recomenda que os seus adeptos evitem o consumo de alimentos industrializados e de toda a gama de ingredientes e aditivos nocivos, utilizados para a conservação desses alimentos.

Entre esses aditivos estão a gordura trans (muito utilizada na produção de salgadinhos, biscoitos, margarina, entre outros), comprovadamente nociva à saúde. Portanto, a dieta alcalina, quando seguida à risca, pode sim promover o emagrecimento – especialmente quando aliada à prática de atividade física.

Vale a pena seguir a dieta alcalina?

Algumas pesquisas recentes apontam para a existência de benefícios na dieta alcalina, nomeadamente no controlo de doenças como osteoporose, doença renal crónica, diabetes e cancro. Por este motivo, esse padrão alimentar acabou por ganhar o seu espaço, sendo constantemente associado à perda de peso.

Não obstante, é importante ressaltar que qualquer dieta restritiva, a curto prazo, pode promover um déficit calórico e, consequentemente, emagrecimento. Todavia, estas não se sustentam a longo prazo, ou seja, quase todas as pessoas acabam por recuperar o peso perdido durante a vigência do plano alimentar. Isso acontece porque a restrição excessiva faz aumentar o apetite e reduzir o metabolismo; ademais, pode provocar uma obsessão por comida.

Assim, podemos concluir que, incluir mais verduras e frutas na alimentação é uma decisão positiva, porém, não é indicado que siga um plano alimentar restritivo sem o devido acompanhamento médico. Apenas um especialista, como são exemplo os nutricionistas, poderão dar-lhe garantias de quais as dietas seguras para si.

Conheça o pH dos alimentos

Se deseja seguir a dieta alcalina, confira quais os alimentos que deverá consumir e descubra também quais os menos indicados. Acompanhe.

Alimentos alcalinos

  • Muito alcalino: ameixa umboshi, missô (pasta de soja fermentada), sal marinho, semente de abóbora em sal, lentilha, brócolos, algas marinha (nori, kombu), cebola, rabanete, inhame, batata-doce, laranja-lima, nectarina, framboesa, melão, tangerina, abacaxi.
  • Moderado alcalino: canela, pimenta, alho, shoyu (molho de soja), castanha de caju, salsa, couve, endívia, rúcula, folha de mostarda, laranja-pera, amora, manga.
  • Pouco alcalino: chá verde, vinagre de maçã, ovo de codorniz, amêndoa, gergelim, pimentão, nabo, couve-flor, repolho, berinjela, abóbora, batata, limão, pera, abacate, maçã, amora, papaia, pêssego.
  • Muito pouco alcalino: manteiga clarificada (ghee), quinoa, arroz selvagem, aveia, óleo de coco, azeite extravirgem, sementes (a maioria), beterraba, alho-poró, quiabo, alface, banana, damasco, mirtilo.

Alimentos ácidos

  • Muito pouco ácido: figo, tâmara, coco, goiaba, curgete, espinafre, vagem, feijão-roxo, óleo de girassol, arroz integral, peixe, gelatina, ovo, queijo de cabra, iogurte, manteiga, vinagre de arroz, mel, caril.
  • Pouco ácido: ameixa seca, ameixa vermelha, tomate, ervilha verde, acelga, feijão-preto, ervilha seca, tapioca, arroz branco, carne peru, carne de carneiro, leite de vaca, vinagre balsâmico, chá preto, stevia.
  • Moderado ácido: cenoura, vagem, grão-de-bico, pecã, amendoim, farelo de aveia, milho, frango, lula, carne de porco, queijo cottage, sacarina, café, aspartame, soja.
  • Muito ácido: farinha de trigo branca, lagosta, carne vermelha, gelado, queijo processado, vinagre branco, geleia com açúcar, cerveja, refrigerante, sal refinado.

Exemplo de plano de dieta alcalina

Abaixo, conheça uma opção de cardápio para quem segue a dieta alcalina. Existem possibilidades de alternar determinados alimentos, o que dependerá sempre do seu gosto pessoal.

RefeiçãoSugestões
Desjejum1 copo (200 ml) de água gelada com algumas gotas de limão espremido – 10 minutos antes do pequeno almoço.
Pequeno almoço1 copo (200 ml) de sumo verde: 2 maçãs, 1 pepino e 1 folha de couve batidos sem açúcar + 1 banana-prata amassada com 1 colher (sopa) de farelo de aveia ou 1 colher (sopa) de linhaça dourada + 1 colher (chá) de mel.
Meio da manhã 1 chávena (chá) de chá-verde + 2 fatias de melão com 1 colher (sobremesa) de sementes de gergelim, girassol e abóbora.
Almoço1 prato (sobremesa) de salada de alface, acelga, couve crua, rúcula, cebola, cebolinha e aipo + 2 colheres (sopa) de frango desfiado + 2 colheres (sopa) de purê de batata. Use o sal com moderação!
Lanche5 amêndoas + 1 copo (200 ml) de sumo de limão batido com 1 colher (sobremesa) de farinha de linhaça dourada – sem açúcar.
Jantar2 pratos (de sopa) de caldo de abóbora .
Ceia1 chávena (chá) de chá de camomila sem açúcar + 1 fatia de abacaxi aquecida com raspas de limão.

Por fim, referir que o acompanhamento de um nutricionista é algo manifestamente importante, sobretudo sempre que altera os seus hábitos alimentares. Como já referimos, é importante evitar dietas restritivas e, consequentemente, entrar em défice alimentar, sob pena de estar a colocar a sua própria saúde em causa. Cuide-se!

Luana Castro Alves

Licenciada em Letras e Pedagogia, redatora e revisora, entusiasta do universo da literatura, sempre à procura das palavras. "Não se pode escrever nada com indiferença." (Simone de Beauvoir)