Osteoporose: uma doença silenciosa que exige cuidados!

osteoporose

O que tem feito para cuidar da sua saúde? Se tem mais de 45 anos, é importante redobrar os cuidados consigo mesmo e ficar atento aos sinais que vão surgindo com a idade, entre eles, a osteoporose.

A osteoporose é uma doença que afeta principalmente mulheres acima dos 45 anos de idade, deixando os ossos frágeis e porosos e, portanto, menos resistentes ao esforço, aumentando o risco de fraturas, sobretudo do quadril, do fêmur e das costelas.

O nosso esqueleto renova-se constantemente, e ganhamos massa óssea até os 20 anos de idade. Neste processo de renovação atuam dois tipos de células, nomeadamente os osteoclastos e os osteoblastos, responsáveis por absorver minerais e regenerar os ossos, respetivamente.

Depois dos 40 anos, perdemos massa óssea com maior velocidade, e sofremos com a primeira etapa da degeneração óssea, chamada osteopenia. As células que antes trabalhavam bem começam a entrar em desequilíbrio, o que leva à degradação dos ossos.

É importante observar que este desequilíbrio pode acontecer de forma prematura nas mulheres, afetando-as a partir dos 35 anos de idade. Durante a menopausa, acentua-se em virtude das mudanças hormonais, sobretudo em razão da queda na produção de estrogénio, interferindo de maneira incisiva na perda e ganho de massa óssea. Nesta situação, a doença é designada como osteoporose pós-menopáusica.

O processo de degeneração óssea acontece de maneira diferente nos homens, note-se que o esqueleto masculino mantém-se quase intacto até aos 40 anos. O motivo desta “vantagem” em relação às mulheres dá-se em virtude da testosterona, uma hormona masculina capaz de barrar o desgaste ósseo. Por isso fraturas osteoporóticas costumam acontecer depois dos 70 anos, enquanto nas mulheres as probabilidades aumentam depois dos 45 anos.

Quais os sinais e sintomas da osteoporose?

É preciso ficar atento e realizar exames periódicos para facilitar o diagnóstico da osteoporose, visto que esta patologia pode não se manifestar. Infelizmente, por ser considerada uma “doença silenciosa”, pode degenerar os ossos com rapidez, provocando dor crónica e fraturas.

Conheça os principais fatores de risco da osteoporose:

  • Envelhecimento;
  • Dieta pobre em cálcio;
  • Sedentarismo;
  • Amenorreia;
  • Baixa exposição solar;
  • Imobilização;
  • Baixo peso corporal;
  • Predisposição genética;
  • Abuso de álcool;
  • Tabagismo;
  • Uso abusivo de remédios à base de corticoides;
  • Disfunções na tiroide;
  • Diabetes;
  • Menopausa.

Embora a osteoporose seja uma doença silenciosa, podem ser observados alguns sintomas mais comuns, nomeadamente:

  • Diminuição de estatura com o passar do tempo;
  • Dor ou sensibilidade óssea;
  • Dor na região lombar devido a fraturas dos ossos da coluna vertebral;
  • Postura encurvada ou cifótica;
  • Dor no pescoço devido a fraturas dos ossos da coluna vertebral.

O que é a osteoporose secundária?

A osteoporose secundária manifesta-se quando a perda de massa óssea está relacionada com outras doenças, entre elas, problemas renais ou endócrinos, bem como o uso de determinados medicamentos.

Além disso, a osteoporose secundária pode ocorrer em virtude do tabagismo, pois o cigarro é capaz de destruir as células responsáveis pela formação dos ossos. Não obstante, nota-se que as principais causas da osteoporose secundária passam pela carência de cálcio e vitamina D, por uma predisposição genética e por um estilo de vida sedentário.

Como prevenir a osteoporose?

Felizmente a osteoporose pode ser prevenida se forem adotados alguns cuidados:

  1. Ingestão de cálcio: o cálcio é um mineral que atua de forma decisiva para a renovação óssea. O ideal é que sejam ingeridos 1000 miligramas por dia, o que equivale a quatro porções lácteas. O nutriente pode ser encontrado principalmente no leite e nos seus derivados, bem como em alimentos como brócolos e folhas escuras, como espinafre, couve, agrião, entre outros.
  2. Ingestão de vitamina D: este nutriente facilita a absorção do cálcio, por isso é recomendada a ingestão de 400 a 600 miligramas diárias desta vitamina. Diferentemente do cálcio, a vitamina D é encontrada em poucos alimentos, no entanto, é possível “absorvê-la” através da exposição solar. Apenas 15 minutos por dia poderão ser suficientes para que a vitamina D chegue ao intestino e ajude na incorporação do cálcio.
  3. Prática de exercício físico de impacto: são importantes porque estimulam a formação de massa óssea, facilitam o ganho de massa e força muscular, fator que ajuda na prevenção das quedas e da osteoporose.
  4. Controlo do peso corporal: esta é uma medida fundamental para quem sofre com a osteoporose, note-se que a obesidade dificulta a realização de exercício e propicia o surgimento de outros problemas, entre eles, a hipertensão arterial e a diabetes. Além disso, pessoas acima do peso estão mais vulneráveis a fraturas.
  5. Manter bons hábitos, eliminando o tabagismo e a ingestão de álcool: O fumo do cigarro interfere no processo de absorção e regeneração óssea, comandado pelas células. Já o álcool diminui as reservas de cálcio, o que deixa os ossos mais fracos, e interfere na absorção de cálcio e vitamina D pelo pâncreas.

Como é realizado o diagnóstico da osteoporose?

Como referimos neste artigo, a osteoporose é uma doença silenciosa, por isso, nem sempre o médico tem sinais claros de sua atuação sobre os ossos.

Para fazer o diagnóstico, o profissional investiga dados como a idade, o peso, a altura, o histórico de fraturas na família, os hábitos (tabagismo, álcool e uso de cortisona, por exemplo).

Todos estes fatores de risco contribuem para o desenvolvimento da osteoporose, entretanto, apenas um exame de densitometria óssea é capaz de revelar a osteoporose com a devida precisão.

A densitometria óssea é um exame feito por um aparelho de raio X que percorre os ossos em análise. Esta avaliação permite ao médico observá-los internamente e medir a sua densidade mineral, prevendo até o risco de fraturas.

Como é feito o tratamento da osteoporose?

Regra geral, a primeira medida para conter a perda de massa óssea e tratar a osteoporose passa por implementar alterações alimentares de forma a corrigir a ingestão de cálcio e vitamina D, nutrientes indispensáveis para a regeneração óssea. Não obstante, se não for suficiente, o médico poderá receitar suplementos que complementem a dieta alimentar.

Contudo, se a osteoporose já dá sinais de estar numa fase mais avançada, e nem as dietas nem os suplementos parecem suficientes para travar o avanço progressivo da osteoporose, estes hábitos – aliados à prática de atividades físicas -, devem ser combinados com o uso de medicação específica, capaz de melhorar a resistência, impedir a degeneração e incentivar a reconstrução dos ossos.

Conheça os principais medicamentos utilizados no combate à osteoporose:

  • Raloxifeno;
  • Bisfosfonatos;
  • Ranelato de estrôncio;
  • Teriparatida;
  • Calcitonina.

Importante: Reumatologistas, endocrinologistas, ginecologistas, fisiatras, geriatras e ortopedistas são alguns especialistas que estudam e tratam a osteoporose. Portanto, apenas estes estão aptos a realizar uma avaliação e indicar, caso seja necessário, as terapêuticas mais adequadas. Escusado será dizer que a automedicação pode ter efeitos nocivos, pelo que deve sempre procurar ajuda. Cuide-se!

Luana Castro Alves

Licenciada em Letras e Pedagogia, redatora e revisora, entusiasta do universo da literatura, sempre à procura das palavras. "Não se pode escrever nada com indiferença." (Simone de Beauvoir)