Estimulação cognitiva: o que é, importância e exercícios

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A estimulação cognitiva constitui-se de um conjunto de técnicas orientadas para a promoção das capacidades cognitivas como a memória, atenção, linguagem, funções executivas, entre outras. Um cérebro saudável é um cérebro ativo, e da mesma forma que exercitamos o corpo procurando mantê-lo o mais funcional possível, o mesmo pode acontecer com a nossa mente.

Assim, a estimulação cognitiva é muito importante e pode ser útil e eficaz em diferentes domínios e para diferentes pessoas. Neste artigo pretendemos explicar em maior detalhe o que é a estimulação cognitiva e quais as suas aplicações.

O que é a estimulação cognitiva?

A estimulação cognitiva refere-se a todas as atividades que têm por objetivo melhorar o funcionamento cognitivo geral ou algum dos seus processos e componentes. Esta intervenção assume especial destaque pela consideração da existência da plasticidade cerebral ao longo da vida: o sistema nervoso tem a capacidade de mudar, adaptar-se e moldar-se a nível estrutural e funcional ao longo do desenvolvimento neuronal e quando sujeito a novas experiências.

Por outras palavras, quando as pessoas são expostas a novos estímulos, pode haver alterações e modificações a nível cerebral, que permitam uma maior capacidade de aprendizagem e funcionamento cognitivo.

Em suma, a estimulação cognitiva não é nada mais do que a utilização de procedimentos e técnicas que possibilitem a aquisição de novas aprendizagens e estratégias bem como, o fortalecimento das existentes. Ou seja, se estimularmos o cérebro vamos aprender coisas novas e fazer com que aquelas que já sabemos não sejam esquecidas.

Que funções podem ser estimuladas?

A estimulação cognitiva pode focar-se em diferentes funções mentais, mediante os objetivos que se procura alcançar. Referimos de seguida algumas das principais funções que podem ser trabalhadas na estimulação cognitiva:

Funções executivas

As funções executivas são um conjunto de processos cognitivos, entre os quais se incluem o controlo atencional, o controlo inibitório, a memória de trabalho e a flexibilidade cognitiva, em tarefas tais como o raciocínio, a resolução de problemas e o planeamento. As funções cognitivas têm influência em:

  • Tarefas que envolvam o planear e os processos de tomada de decisão;
  • Tarefas que envolvam detetar erros ou resolver problemas;
  • Situações nas quais seja necessário improvisar ou que contenham uma informação nova e diferente;
  • Situações perigosas que apresentem dificuldade técnica para serem resolvidas;
  • Situações que exijam uma resposta esperada forte (ou que requeira um forte nível atencional) ou resistir a uma tentação ou impulso.

À medida que crescemos e nos desenvolvemos, as funções executivas podem ser treinadas e adaptadas. Muitas vezes a sua estimulação é necessária, quando estas estão em défice. Por exemplo, as crianças com défice de atenção e hiperatividade apresentam muitas vezes défices ao nível das funções executivas, sendo necessário estimulá-las. O controlo inibitório, quando deficitário, resulta em impulsividade, e a dificuldade em focar-se em mais do que uma tarefa ao mesmo tempo.

Alguns exemplos de tarefas que permitem a estimulação das funções executivas: labirintos, jogos de estratégia, sair da rotina e planear atividades novas, dividir tarefas em sequências, jogo da palavra proibida…

Memória

Para percebermos melhor o que é a memória podemos compará-la a uma biblioteca. Na nossa memória estão armazenados os livros da nossa vida – os nossos conhecimentos, aquilo que vamos aprendendo, as coisas que vamos vivendo… Na nossa biblioteca existem diferentes secções e prateleiras: uma para as memórias de factos e coisas concretas, como as tabuadas que aprendemos na escola, outras para eventos da nossa vida, como o primeiro dia de escola ou a morte de alguém muito querido, outras ainda para coisas mais práticas, como saber andar de bicicleta ou conduzir, etc.

Trata-se, portanto, de uma biblioteca muito rica e variada, a nossa memória. Tal como em qualquer biblioteca, na nossa memória há livros que chegam e permanecem pouco tempo – como aquilo que comemos há um mês atrás e que, por não ter relevância, já não nos lembramos – outros que permanecem apenas o tempo em que precisamos deles – como quando estou a fazer um cálculo mental e preciso de me lembrar dos números – e outros ainda que ficam muitos, muitos anos – como as memórias que temos da infância.

A memória é um processo cognitivo, ou seja, é um fenómeno mental, que nos permite:

  • Adquirir informação: é como se, na biblioteca da nossa memória, comprássemos um livro novo. Quando ele chega, temos que o guardar, mas antes disso vamos ver as suas características e atribuir-lhe um código. Da mesma forma, no dia-a-dia adquirimos muitas informações e precisamos de as organizar na nossa mente;
  • Armazenar: depois disto acontecer, vamos guardar o livro na prateleira. Para isso, temos que ver qual é a secção em que ele se encaixa. Da mesma forma, as informações que adquirimos no dia-a-dia ficam temporariamente armazenadas na memória dentro de determinada categoria (ex: eventos de vida, factos, nomes e caras…);
  • Retenção: depois, se já sabemos em que secção é que o livro melhor se encaixa e se ele é importante para nós, vamos guardá-lo. Ou seja, vamos reter a informação adquirida;
  • Recuperação: depois de o livro estar guardado na biblioteca, podemos mais tarde vir a precisar dele e querer ir buscá-lo. As informações que memorizamos muitas vezes têm de ser recuperadas, por exemplo preciso de me lembrar da minha morada para a fornecer nalgum serviço público.

No caso da memória, as vantagens da estimulação são muitas: por um lado, quanto mais treinarmos a memória, melhores somos a memorizar informação. Por outro lado, com o envelhecimento e o aparecimento de doenças neurodegenerativas como a demência, a memória vai perdendo muito as suas capacidades e, com a estimulação, podemos prevenir que isto aconteça. Com isso, também vamos conseguir funcionar de uma forma mais adaptada e eficaz no nosso dia-a-dia.

Atenção

A atenção diz respeito a um conjunto de processos que permitem que controlemos a nossa atividade mental com eventos internos e externos, selecionado os aspetos em que nos queremos ou não focar. A atenção requer capacidades percetivas (audição, visão, tato, olfato…), nível de consciência e também memória.

Se compararmos a atenção a uma lanterna, dirigimos o foco da luz a algo que consideramos relevante e em que nos queremos focar. Esse foco de luz é influenciado por outros processos, como as nossas preferências, necessidades e estado emocional. Por exemplo, se eu quiser focar a minha atenção num exercício de matemática, mas detestar matemática e estiver cansada ou frustrada, será mais difícil focar-me no exercício.

Assim, a atenção envolve o esforço mental, a capacidade de estarmos alerta, de nos focarmos em determinados estímulos e inibirmos outros. Por exemplo, para eu estar focada no exercício de matemática preciso de ignorar e inibir estímulos como o barulho à minha volta ou o que está a dar na televisão.

Podemos ter diferentes tipos de atenção:

  • Atenção focada: capacidade de atendermos e respondermos a estímulos e os percecionarmos (ex: sentir um cheiro, ver um objeto…);
  • Atenção mantida: capacidade de mantermos um comportamento em resposta contínua a uma atividade, envolvendo a vigilância (manutenção da atenção) e o controlo mental (manipulação de informações na mente). Aplica-se este tipo de atenção por exemplo quando estamos a ler um livro ou a estudar;
  • Atenção seletiva: capacidade de mantermos o foco mediante estímulos competitivos ou distratores. Por exemplo, o aluno na sala-de-aula conseguir prestar atenção à professora sem se distrair com a conversa dos colegas;
  • Atenção alternada: capacidade para alternarmos entre um foco de atenção e outro. Por exemplo, termos de alternar a atenção entre atender o telefone e escrevermos dados da pessoa no computador;
  • Atenção dividida: capacidade para responder simultaneamente a diferentes estímulos. Um bom exemplo disto é a condução, uma vez que ao conduzir temos de estar atentos a diferentes estímulos ao mesmo tempo: outros carros, sinais de trânsito, pôr as mudanças, a música no rádio…

Quanto mais estimularmos a nossa atenção, melhores capacidades atencionais teremos. Assim, a estimulação cognitiva da atenção é fundamental para a potenciarmos. Pode ser muito importante, por exemplo, no caso de crianças com défice de atenção, para conseguirem potenciar as suas capacidades atencionais.

Outras funções cognitivas

  • Cálculo e raciocínio:  resolução de cálculos mentais, operações aritméticas elementares, operações aritméticas rápidas, decompor números, problemas matemáticos;
  • Linguagem: função mental que nos permite representar o mundo através de ideias, mais tarde transmitidas através de um código partilhado, a língua;
  • Capacidade visuoconstrutiva:  capacidade de juntar/manipular estímulos físicos ou de realizar certos movimentos, de forma a organizá-los ou adaptá-los a determinado fim.

Quando recorrer à estimulação cognitiva?

A estimulação cognitiva pode ser utilizada por qualquer pessoa que pretenda aprimorar e estimular as suas capacidades mentais. No entanto, há contextos e situações em que ela se torna particularmente relevante.

Um dos contextos em que a estimulação cognitiva adquire grande importância é o envelhecimento. O cérebro humano passa por um processo de envelhecimento que se traduz no declínio de algumas funções cognitivas e consequente aumento da dificuldade de realização de várias tarefas quotidianas. O declínio cognitivo associado à idade pode ser revertido, ou retardado, através da estimulação cognitiva, que se refere a todas as atividades dirigidas a melhorar o funcionamento cognitivo geral ou alguns dos seus processos e componentes (por exemplo, atenção, memória, linguagem, funções executivas…).

Através da experiência e da aprendizagem há um surgimento, manutenção e reforço das sinapses no cérebro. Ou seja, para além de se criarem novas redes e ligações neuronais, reforça-se a reserva cognitiva, isto é, a capacidade do cérebro de armazenar por períodos prolongados o que foi adquirindo ao longo da vida, resistindo a alterações e possíveis lesões cerebrais. Transportando para a prática e para o quotidiano, a estimulação cognitiva contraria o declínio e as dificuldades existentes, contribuindo para melhorar a eficácia no desempenho das tarefas do dia-a-dia.

Outro dos contextos onde a estimulação cognitiva pode ser fundamental é o da aprendizagem. As funções cognitivas são fulcrais para a realização de inúmeras tarefas do quotidiano das crianças, e têm um papel fundamental na sua aprendizagem, tomada de decisões e processamento de informação. Os programas de treino cognitivo assumem, na sua base e fundamentação teórica, que o desenvolvimento cognitivo passa por dois sentidos: um (mais passivo) que se refere à associação de diferentes níveis etários com diferentes realizações e outro (mais ativo) que traduz ações interventivas na dimensão cognitiva, nas quais se insere o treino cognitivo. Assim, os programas de treino cognitivo passam por esta provocação de alterações nas diferentes realizações ao longo de desenvolvimento da criança.

A estimulação cognitiva pode ainda ser aplicada em outros contextos e situações:

  • Com atletas, para potenciar a capacidade de concentração e foco;
  • Com pessoas que apresentam algum défice ou lesão que provoca declínio nas funções cognitivas;
  • Em diferentes profissões, potenciando as funções cognitivas mais importantes para a função (ex: pilotos).

Estimulação cognitiva em crianças

A estimulação cognitiva em crianças pode ser aplicada num sentido interventivo, por exemplo no caso de crianças que apresentam dificuldades de aprendizagem ou défice cognitivo, ou num sentido preventivo e de promoção, com qualquer criança que não apresente dificuldades, mas em que se pretenda potenciar as suas capacidades mentais e o seu desempenho.

Estes tipos de intervenções provocam na criança conflitos cognitivos cuja resolução permitirá o desenvolvimento de novas estruturas e, consequentemente, o desenvolvimento das capacidades e competências cognitivas. Neste sentido, qualquer criança pode beneficiar do treino e estimulação destas funções, sendo que naquelas que apresentam dificuldades ou défices nestes domínios, o treino cognitivo é ainda mais importante e deve ser reforçado.

A estimulação cognitiva permite, de um modo geral, otimizar e desenvolver as funções intelectuais e, consequentemente, favorecer uma melhor adaptação da criança às exigências da aprendizagem escolar. Assim, a estimulação cognitiva apresenta várias vantagens, a destacar:

  • Desenvolver as competências necessárias ao sucesso escolar;
  • Aumentar a autoestima e autoeficácia da criança;
  • Desenvolvimento de competências sociais e emocionais, facilitando o ajustamento social (no treino cognitivo em grupo).

Os programas de estimulação cognitiva podem distinguir-se em diversas dimensões:

  • Os conteúdos trabalhados, que podem ser abstratos ou referentes a situações variadas do quotidiano ou do currículo escolar;
  • A abordagem: mais direta, em que se explica as competências treinadas, ou mais indireta, em que a criança trabalha as competências sem que isso seja diretamente transmitido;
  • As competências trabalhadas, que podem ser mais gerais ou mais específicas, e podem ser competências exclusivamente cognitivas ou também afetivas (por exemplo, a autoestima);
  • O foco, isto é, haver um foco mais nos processos (ex: inteligência, raciocínio) ou mais nas estratégias (ex: resolução de problemas, aquisição de conhecimento).

Os programas de estimulação cognitiva geralmente passam pelas seguintes fases:

  • Avaliação: avaliação cognitiva para identificação do perfil da criança, permitindo traçar um mapa de aptidões distribuídas por áreas fortes, fracas e necessidades. Através da avaliação é possível traçar os principais objetivos do treino e estimulação com aquela criança, bem como conhecer o seu potencial de aprendizagem.
  • Intervenção: a intervenção diz respeito ao treino cognitivo propriamente dito, no qual são realizados exercícios, tarefas e atividades que têm por objetivo estimular as funções cognitivas. Durante a intervenção devem ser feitas várias reavaliações, no sentido de se avaliarem os efeitos da intervenção nas funções cognitivas trabalhadas e ainda para se definirem novos objetivos.

Estimulação cognitiva em adultos e idosos

À medida que envelhecemos o cérebro vai-se alterando, observando-se por exemplo a diminuição do volume cortical, a perda de neurónios e a perda de neurotransmissores, o que conduz, consequentemente, à perda de ligações cerebrais.

Estas mudanças refletem-se, por sua vez, em alterações ao nível cognitivo, das quais se destacam: diminuição da velocidade de processamento (isto é, velocidade com que desempenhamos as operações mentais); declínio da memória de trabalho (que se traduz numa maior dificuldade em reter informação necessária para executar determinada tarefa); diminuição da capacidade de aquisição de novas informações; declínio da memória prospetiva (ou seja, memória relativa a planos futuros); menor flexibilidade cognitiva (capacidade de alterar regras por forma a adaptar-se às exigências do contexto); maior dificuldade na resolução de problemas.

Neste sentido, a estimulação cognitiva no processo de envelhecimento é fundamental por diversas razões:

  • Permite prevenir que, com o avançar da idade, desenvolvamos doenças como demências. A investigação científica tem mostrado que a estimulação cognitiva é dos principais fatores que previne o aparecimento, por exemplo, da demência de Alzheimer;
  • Permite contrariar a perda de capacidade que é inerente ao envelhecimento, potenciando a capacidade de manter a funcionalidade e o desempenho e de a pessoa conseguir continuar a fazer tarefas como gerir as suas finanças, trabalhar, etc. Ou seja, quanto maior a estimulação melhor a funcionalidade;
  • Permite criar condições para podermos aprender coisas novas ao longo da vida.

Alguns estudos científicos demonstraram que a participação em atividades de estimulação pode atrasar o início acelerado da perda de memória. Idosos que recebem estimulação cognitiva demoram mais tempo a começar a sentir o declínio na memória ou noutras funções cognitivas superiores, quando comparados a idosos que não recebem nenhuma estimulação.

Para que a estimulação cognitiva possa produzir os efeitos desejados, isto é, contribuir para um melhor funcionamento cognitivo e retardar o declínio, as atividades devem conjugar três fatores fundamentais: novidade, variedade e dificuldade crescente.

Os programas de estimulação cognitiva com população idosa geralmente iniciam-se com uma fase de avaliação, que pode passar pela aplicação de instrumentos de rastreio cognitivo e pela entrevista ao participante e aos seus familiares. Relativamente à metodologia, são realizadas sessões nas quais se trabalham diversas funções cognitivas (memória, atenção, funções executivas, resolução de problemas…).

Nas sessões são realizados exercícios variados, apelativos, com dificuldade crescente e que constituam um estímulo novo para os participantes. Podem também ser sugeridas atividades para casa, para potenciar os ganhos. No final dos programas de estimulação cognitiva há, geralmente, uma avaliação para aferir os ganhos obtidos.

Exemplos de exercícios de estimulação cognitiva

No nosso quotidiano podemos exercitar o nosso cérebro e promover a nossa própria estimulação cognitiva. Isto permitir-nos-á ter um melhor desempenho cognitivo e prevenir o declínio. Apresentamos, em seguida, alguns exemplos de atividades que podem ser feitas com este propósito:

  • Fazer atividades e coisas diferentes que lhe permitam sair da rotina, por exemplo visitar lugares novos, experimentar fazer uma receita nova, conhecer pessoas novas… A novidade é sempre um estímulo importante para o nosso cérebro e potencia a aprendizagem;
  • Aprendermos coisas novas, seja um idioma, um hobby ou passatempo, etc;
  • Fazer tarefas como palavras-cruzadas, sopas de letras, sudoku, enigmas e quebra-cabeças;
  • Mantermo-nos ativos na realização de atividades quotidianas como ir às compras, cozinhar, gerir as finanças…;
  • Manter hábitos de leitura;
  • Desafiar a nossa capacidade de atenção e concentração nas tarefas laborais ou pessoais do quotidiano;
  • Estimular a imaginação e a criatividade (artes manuais, artesanato, redecorar a casa, escrever histórias ou textos, desenhar…);
  • Investir no convívio e o contacto social com outras pessoas e conversar muito;
  • Fazer exercício físico;
  • Sair da zona de conforto e contrariar a monotonia;
  • Dispensar o auxílio constante de muletas tais como a calculadora ou o smartphone;
  • Colocar desafios a si próprio.

Esperamos que este artigo tenha sido útil!

Diana Pereira

Amante de histórias, gosta de as ouvir e de as contar. Tornou-se Mestre em Psicologia Clínica e da Saúde, pela Universidade do Porto, mas trouxe sempre consigo a escrita no percurso. Preocupada com histórias com finais menos felizes, tirou pós-graduação em Intervenção em Crise, Emergência e Catástrofe. Tornou-se também Formadora certificada, e trabalha como Psicóloga Clínica, com o objetivo de ajudar a construir histórias felizes, promovendo a saúde mental. Alimenta-se de projetos, objetivos e metas. No fundo, sonhos com um plano.