Sabia que, em Portugal, a pílula é ainda o método contracetivo mais utilizado pelas mulheres? Todavia, o seu uso tem vindo a sofrer uma redução gradual, dando espaço a outros métodos contracetivos, como o dispositivo intra uterino (DIU), o implante subcutâneo, o adesivo e o anel vaginal.
Outra informação importante, revelada por um inquérito realizado pela Sociedade Portuguesa de Ginecologia e pela Sociedade Portuguesa de Contracepção (SPDC), mostra que entre as utilizadoras da pílula, uma em cada cinco esquece-se frequentemente de a tomar, o que pode levar ao uso da pílula do dia seguinte, um contracetivo de emergência.
Esquecer-se de tomar a pílula está entre os principais motivos que levam à interrupção do efeito desse método contracetivo. Além deste, existem outros motivos, como a toma de antibióticos, a doença de Crohn, a diarreia ou ingestão de alguns chás, apenas para citar alguns. Todos esses comportamentos ou condições clínicas podem cortar ou diminuir a eficácia da pílula, aumentando assim o risco de uma gravidez indesejada.
Existem alguns sinais capazes de indicar quando a pílula não está a fazer o efeito esperado, como a ausência de menstruação e pequenos sangramentos fora do período menstrual. Estes sinais revelam que a mulher não está a receber a quantidade suficiente de hormonas na sua corrente sanguínea.
Se notou algum desses sintomas, então está na hora de reavaliar alguns comportamentos e conhecer as situações mais comuns que cortam o efeito da pílula contracetiva. Neste artigo, procuramos responder à pergunta “o que corta o efeito da pílula contracetiva?”, dúvida comum que aflige uma boa parte das mulheres. Fique atenta às informações e partilhe-as com as suas amigas. Boa leitura!
O que corta o efeito da pílula contracetiva?
Em virtude da pertinência do tema, listamos, em seguida, alguns dos comportamentos ou condições médicas mais comuns que podem levar à ineficácia da pílula:
1. Utilização de fármacos e remédios naturais
Alguns antibióticos, antirretrovirais, antifúngicos, anticonvulsionantes e remédios naturais podem cortar o efeito da pílula contracetiva ou diminuir a sua eficácia.
Por esse motivo, é fundamental que, após o uso desses medicamentos, utilize outro método alternativo para evitar uma gravidez indesejada, como o uso de preservativo, por exemplo. A pílula deve ser usada até 7 dias depois da última dose do remédio, medida de precaução que deixará o casal mais seguro e protegido.
Conheça outros fármacos também contraindicados durante o uso da pílula:
- Teofilina;
- Lamotrigina;
- Melatonina;
- Ciclosporina;
- Midazolam;
- Tizanidina;
- Etoricoxibe;
- Verapamil;
- Varfarina;
- Diltiazem;
- Claritromicina;
- Eritromicina.
2. Vómitos ou diarreia
Se tomou a pílula contracetiva e até 4 horas depois teve um episódio de vómito ou diarreia, então fique atenta: possivelmente o efeito da pílula foi cortado. Isso acontece porque o tempo de absorção do remédio não foi suficiente, já que foi eliminado pelo corpo por meio do vómito ou das fezes. Quando isso acontecer, o mais indicado é que tome a próxima pílula para garantir a dose diária necessária para se proteger de uma gravidez indesejada. Mas, caso não seja possível controlar uma diarreia crónica, por exemplo, recomenda-se que seja utilizado outro método, como o uso de preservativo.
3. Doenças ou alterações no intestino
O que corta o efeito da pílula contracetiva? Doenças ou alterações no intestino também estão entre os motivos que levam à ineficácia da pílula contracetiva. A doença de Crohn, por exemplo, impede que o intestino delgado absorva corretamente as hormonas, o que fatalmente diminuirá a eficácia da medicação na proteção contra a gravidez. Sendo assim, é novamente recomendado que se faça o uso de outro método contracetivo.
4. Esquecer-se de tomar a pílula
O que corta o efeito da pílula contracetiva? Esquecer de a tomar! Este está entre os principais motivos que diminuem a eficácia da pílula ou simplesmente provocam a sua anulação. Quando a mulher deixa de tomar o anticoncecional, seja por um dia ou mais em qualquer semana do ciclo, fica exposta à gravidez não desejada, o que pode atrapalhar bastante os seus planos. Em caso de atraso ou esquecimento, deve-se ler a bula para mais informações sobre como proceder nesses casos. Não obstante, deverá sempre procurar orientação do seu médico de família, pois esta é a pessoa ideal para esclarecer quaisquer dúvidas.
5. Consumo de álcool em excesso
Bebidas como o vinho, a cerveja, o uísque (ou whisky) e tantas outras não deverão por si só cortar o efeito da pílula contracetiva. Todavia, beber em excesso pode provocar o esquecimento! Mulheres que consomem exageradamente este tipo de bebida ficam mais suscetíveis a esquecer-se de tomar a pílula na hora certa, o que potencializa as probabilidades de uma gravidez não planeada. Portanto, evite excessos.
6. Ingestão de alguns chás
O que corta o efeito da pílula contracetiva? Ingerir grandes doses de chás diuréticos (entre eles o chá de hibisco e de chá cavalinha) está entre as respostas para essa pergunta. Os chás diuréticos eliminam o excesso de água e os líquidos do organismo, sendo excelentes opções para tratar o inchaço e a retenção de líquido. Contudo, ingerir estas bebidas logo depois de tomar o contracetivo pode diminuir a sua eficácia, visto que o corpo não terá tempo para absorver o medicamento, que será expelido através da urina.
7. Consumo de estupefacientes
O consumo de drogas, assim como a ingestão de bebidas alcoólicas em excesso, leva ao esquecimento e, como vimos, esquecer-se de tomar a pílula contracetiva aumenta consideravelmente as probabilidades de uma gravidez indesejada. Se faz uso frequente de narcóticos, recomendamos que procure auxílio médico; caso engravide, suspenda o uso, mesmo que seja recreativo, pois as substâncias presentes nas drogas são muito prejudiciais para a vida da mulher e, principalmente, do bebé.
Como saber se o efeito da pílula foi cortado?
Como referido, o sangramento fora do período menstrual é um sinal de que o efeito da pílula pode ter sido cortado. Esse “escape” denuncia níveis de hormonas fora do normal, portanto, é um bom sinal de alerta. Quando isso acontecer, consulte o seu ginecologista para saber como proceder adequadamente.
Quando utilizada corretamente, a pílula contracetiva tem uma eficácia de 99%; no entanto, como vimos, alguns medicamentos e comportamentos podem interferir nessa eficácia. Nestes casos, utilize algum método contracetivo de barreira como o preservativo masculina ou feminino para prevenir uma gravidez indesejada. Lembre-se que o preservativo é também importante para evitar as doenças sexualmente transmissíveis (DST).
Ademais, alertamos que as informações contidas neste artigo possuem um caráter meramente informativo, não devendo, portanto, substituir a necessária orientação médica. Apenas um profissional de saúde poderá apontar, de forma assertiva, as condições clínicas e fatores externos que interferem na eficácia do efeito da pílula contracetiva. Cuide-se!