Já imaginou se, de repente, fosse afetada por uma paralisia facial sem causa aparente? Parece estranho, mas isto acontece com algumas pessoas.
A paralisia facial é uma condição relativamente comum, que provoca a perda de movimentos da face, cuja origem são problemas nos nervos. Por causa disso, os músculos ficam flácidos ou estáticos, geralmente apenas de um dos lados do rosto.
Embora pareça surgir do nada, existem múltiplas causas que levam ao seu desenvolvimento. Não obstante, a paralisia facial pode também instalar-se gradualmente ao longo dos anos, durando muito ou pouco tempo.
Também conhecida como paralisia de Bell – em homenagem ao médico-cirurgião Charles Bell, o primeiro a descrever esta doença -, a paralisia facial surge em razão de uma reação inflamatória no nervo facial, que incha e fica comprimido num canal ósseo estreito, localizado atrás da orelha.
Por consequência, há interrupção da transmissão dos impulsos nervosos para os músculos responsáveis pelas expressões do rosto, o que afeta de sobremaneira a mímica facial.
Além disso, ocasiona uma desagradável assimetria da expressão fisionómica, gerando danos estéticos que podem afetar a autoestima do indivíduo em razão de do seu potencial desfigurante. Quando afetadas por esta condição, é habitual as pessoas demonstrarem grandes dificuldades para sorrir, piscar ou fechar os olhos, franzir a testa, entre outros movimentos faciais, dos mais complexos aos mais simples.
Felizmente, a paralisia facial costuma regredir sem que haja necessidade de tratamento, visto que o inchaço do nervo regride de forma espontânea.
Quais as causas da paralisia facial?
Existem diversos fatores que podem levar à paralisia facial, não havendo, portanto, uma causa exata. Entretanto, se a perda dos movimentos do rosto for gradual, geralmente a condição está associada a um tumor na cabeça ou pescoço. Já se for repentina, os principais motivos são:
- Infeção ou inflamação no nervo facial
- Trauma na cabeça
- Tumores
- Herpes (labial e genital)
- Enfarte;
- Problemas de ouvido
- Varicela;
- Hipertensão;
- Diabetes;
- Rubéola;
- Gripe;
- Doença de Lyme, doença bacteriana transmitida por carraças;
- Doenças autoimunes como a esclerose múltipla e a síndrome de Guillain-Barré;
- Síndrome de Ramsay-Hunt, que é uma infecção viral no nervo facial;
- Stress;
- Fadiga extrema;
- Mudanças bruscas de temperatura;
- Distúrbios na glândula parótida;
- Otite.
É importante referir que, durante o nascimento, alguns bebés podem apresentar paralisia facial temporária, que tende a desaparecer com o decurso do tempo, na maioria dos casos.
Contudo, quando se manifesta em recém-nascidos, a paralisia geralmente é provocada por síndromes congénitas, entre elas a síndrome de Melkersson-Rosenthal e a síndrome de Moebius, patologias que deverão ser acompanhadas por um médico especialista.
Quais os fatores de risco da paralisia facial?
A paralisia facial pode atingir homens e mulheres de qualquer idade, com prevalência a partir dos 40 anos, sendo incomum na infância e na adolescência.
Ter histórico desta doença na família pode também ser considerado um fator de risco, em virtude de uma possível predisposição genética. As mulheres, sobretudo durante o terceiro trimestre da gestação e na primeira semana após o parto, também ficam mais suscetíveis à paralisia cerebral, bem como as pessoas que padecem de diabetes, infeções respiratórias, doenças autoimunes e doenças crónicas.
Quais os sintomas de paralisia facial?
Além do mais “visível”, que é a perda de movimentos da face, existe outros sintomas comummente relacionados, nomeadamente:
- Dores de cabeça;
- Dor na face;
- Dores de ouvido, com ocorrência de ruídos e alta sensibilidade aos sons;
- Dor nas proximidades da orelha e na mandíbula;
- Comprometimento do paladar em parte da língua;
- Dificuldade para comer e falar;
- Incapacidade de demonstrar emoções;
- Excesso de saliva;
- Espasmos musculares;
- Secura nos olhos e na boca;
- Lacrimejamento;
- Dificuldade para piscar e fechar os olhos;
- Dificuldade para conter líquidos dentro da boca.
Como é realizado o diagnóstico de paralisia facial?
Apenas um médico, normalmente um neurologista, poderá fazer o diagnóstico desta condição. Este é, regra geral, baseado na avaliação clínica e neurológica do paciente.
Exames como a eletromiografia, a ressonância magnética e a tomografia são capazes de analisar e estimar a gravidade das lesões do sistema nervoso periférico, registrando a atividade elétrica dos nervos e músculos envolvidos.
Os otorrinolaringologistas e o fonoaudiólogos também estão aptos para ajudar na reabilitação do paciente, visto que o tratamento interdisciplinar mostra-se importante na remissão dos sintomas.
Procurar os cuidados adequados é essencial para interromper a paralisia, bem como evitar algumas complicações, tais como:
- Ressecamento do olho que permanece aberto no lado paralisado do rosto;
- Lesões permanentes na córnea, levando a graves problemas de visão;
- Ocorrência de movimentos involuntários e simultâneos entre o olho e a boca, provocados por um comando voluntário de um grupo muscular específico;
- Síndrome de Bogorad, condição que interfere no funcionamento das glândulas lacrimais e salivares, sobretudo quando a pessoa se alimenta, o que a leva a lacrimejar durante as refeições.
Como é feito o tratamento da paralisia cerebral?
Não existe terapêutica padrão para a doença, visto que o tratamento deverá ser aplicado de acordo com as especificidades de cada caso. Não obstante, a prescrição de medicamentos anti-inflamatórios é bastante comum, visto serem capazes de ajudar na redução do inchaço do nervo facial e reativar a inervação dos tecidos. A fisioterapia e a fonoaudiologia estão também entre as terapêuticas mais indicadas.
A intervenção cirúrgica é, regra geral, pouco recomendada, pois não existem evidências de que contribua para a cura da paralisia facial; todavia, a aplicação de botox, técnica menos invasiva, é um tipo de intervenção que pode amenizar os impactos estéticos da doença, uma vez que promove o relaxamento dos músculos faciais.
A paralisia facial tem cura?
A boa notícia é que a paralisia facial apresenta, na generalidade, boas probabilidades de remissão, visto que a maioria dos pacientes recupera espontaneamente, isto é, sem que sejam submetidos a algum tipo de tratamento. Contudo, o acompanhamento médico é uma ótima alternativa para acelerar a recuperação e evitar o risco de complicações.
Fique atento: caso os sintomas não desapareçam em três semanas, procure ajuda médica e evite o risco de desenvolver sequelas permanentes. Por fim referir que o presente artigo é meramente informativo, não substituindo, o acompanhamento de um profissional da saúde. Cuide-se!