Lesões avermelhadas, com uma “casca esbranquiçada”, que descamam e podem dar comichão ou causar dor, são as principais características da psoríase, doença crónica da pele que surge principalmente no couro cabeludo, cotovelos, joelhos, costas e nas mãos.
Atualmente a psoríase afeta aproximadamente 125 milhões de pessoas em todo o mundo. As suas causas não são conhecidas, no entanto, em muitas situações, parece estar associada a outras condições como a diabetes e a hipertensão.
A extensão das lesões causadas pela psoríase varia bastante, podendo ser uma manifestação simples, com lesões pequenas e leves em algumas partes do corpo, até ao comprometimento de toda a pele do corpo, o que pode afetar também as articulações e ter consequências físicas graves.
Além das consequências físicas, a psoríase é uma doença de pele que também afeta bastante o lado emocional, já que as manchas podem causar desconforto no que à aparência diz respeito, diminuindo a autoestima e, em alguns casos, levando a um afastamento social.
Se padece deste problema ou conhece alguém que está nessa situação, então este artigo é para si. Entre outros, abordamos mais detalhadamente a psoríase, listando os seus vários tipos, algumas das causas que parecem estar na sua origem e até as principais terapêuticas para o tratamento desta doença crónica de pele.
Quais os tipos de psoríase?
Existem diferentes tipos de psoríase, cada um com as suas próprias características e particularidades, o que interfere também na forma como serão tratadas:
- Psoríase em placas: também conhecida psoríase vulgar, trata-se do tipo mais comum, com lesões avermelhadas de diferentes tamanhos, que podem ser acompanhadas de dor ou de coceira e, nos casos mais graves, a pele chega a rachar e ter algum sangramento.
- Psoríase invertida: as lesões acontecem principalmente em regiões do corpo com dobras e “propensas a humidade”, como as axilas, as virilhas, debaixo dos seios e zonas próximas aos órgãos genitais. Trata-se de um tipo de psoríase que é habitualmente agravada quando há suor em excesso.
- Psoríase gutata: geralmente desencadeada por infeções, é caracterizada por feridas em formato de gota e é mais frequente na infância ou durante a juventude e início da vida adulta (até os 30 anos).
- Psoríase ungueal: deixa as unhas das mãos e dos pés mais grossas e sem cor ou com manchas, crescendo de forma anormal e podendo até esfarelar. Também pode afetar os dedos.
- Psoríase palmo-plantar: as lesões são mais comuns na planta dos pés e nas palmas das mãos.
- Psoríase pustulosa: é a forma mais rara e mais agressiva de psoríase, com formação de bolhas/pus e vermelhidão em toda a pele. Pode surgir acompanhada de febre e outros sintomas.
- Psoríase eritrodérmica: trata-se também de uma forma rara de psoríase, apresenta lesões avermelhadas que podem acometer mais de 75% do corpo, acompanhadas de comichão e ardor.
- Psoríase artropática: pode estar relacionada a qualquer um dos tipos anteriormente mencionados e, além de inflamações e descamações, causa dores nas articulações, que vão ficando mais rígidas.
Quais as causas da psoríase?
Como já referido, não há uma causa definida e conhecida, todavia, há vários fatores que podem influenciar o aparecimento da psoríase, desencadeando ou agravando o seu quadro. Entre eles, destaque para:
- Genética;
- Sistema imunológico deficiente;
- Fatores psicológicos como a ansiedade e o stress;
- Uso de determinados medicamentos;
- Consumo excessivo de bebidas alcoólicas;
- Tabagismo;
- Infeções de garganta e de pele;
- Mudanças climáticas bruscas.
Por se tratar de uma doença autoimune, isso significa que o organismo se ataca a si mesmo, afetando as células saudáveis da pele, como se estivesse a tentar cicatrizar uma ferida ou uma infecção.
Isso leva os vasos sanguíneos a ficarem mais dilatados e aumenta os glóbulos brancos, de forma que passam a atingir a camada externa da pele, surgindo assim as lesões. A repetição deste ciclo faz com que as crises possam acontecer com relativa frequência.
Como tratar a psoríase?
Apesar de não ter cura (a psoríase é uma doença de pele crónica), alguns tratamentos podem ajudar a manter esta doença sob controlo.
Conformado o diagnóstico – feito com exames físicos, relatos sobre o histórico familiar e, em alguns casos, biópsia das áreas afetadas – o médico saberá indicar o tratamento mais adequado para cada caso.
Não obstante, regra geral os tratamentos para psoríase passam por::
- Uso de produtos, como pomadas, para aplicar no corpo;
- Medicamentos orais ou injetáveis;
- Fototerapia (exposição controlada a raios ultravioletas).
Todos eles são têm o mesmo objetivo: reduzir as inflamações e formações de placas, uniformizar a aparência da pele e fazer com que as células parem de crescer rapidamente.
No entanto, é sempre importante lembrar que cada tratamento é individualizado e o que é eficaz para uma pessoa pode não ser para outra. A automedicação, além de ineficiente, pode ser perigosa para a sua saúde.
Há, também, alguns cuidados diários que podem ajudar a controlar a psoríase, designadamente:
- Evitar banhos muito quentes e demorados;
- Hidratar bem a pele;
- Apanhar, pelo menos, 15 minutos de sol diariamente, de preferência durante a manhã;
- Beber muita água para hidratar o corpo;
- Não fazer esfoliações na pele;
- Preferir usar roupas mais leves e de algodão;
- Manter uma alimentação saudável e equilibrada.
Falar sobre a psoríase sem tabus e desmistificar alguns pontos sobre esta doença de pele é importante, quanto mais não seja, para combater algum “preconceito” que parece ainda existir.
Não obstante, é importante lembrar-se que esta doença crónica da pele não é contagiosa e que, com os devidos cuidados, é possível amenizar os seus sintomas, melhorando a sua qualidade de vida (leia-se, autoestima).
Em alguns casos, além do acompanhamento médico aos sintomas físicos da psoríase é também importante não esquecer as consequências psicológicas desta doença.