Fitoterapia: o que é, para que serve e quais as vantagens?

fitoterapia

As medicinas alternativas são ainda um ponto de interrogação para muitas pessoas, e a fitoterapia não é exceção. À medida que os anos passam, estas técnicas começam a ser cada vez mais procuradas e alvo de investigações como forma de comprovar a sua eficácia.

No caso da fitoterapia, que é possivelmente das técnicas menos conhecidas e menos investigadas, existem ainda muitos ceticismos e dúvidas quanto ao seu contributo para a saúde dos pacientes.

Neste artigo, iremos explicar no que consiste esta a Fitoterapia, procurando repsonder responder a algumas questões comuns sobre este tipo de terapia.

O que é a fitoterapia?

A fitoterapia pode ser encarada como a ciência do uso de produtos de origem vegetal para o tratamento e prevenção de várias doenças. Em termos literais, fitoterapia quer dizer terapia através de plantas.

A fitoterapia integra o leque de técnicas da medicina tradicional chinesa, existindo há milhares de anos. No entanto, a fitoterapia é ainda alvo de vários ceticismos no mundo ocidental devido à falta de material científico que comprove a sua eficácia face a determinados problemas.

Por outro lado, devido à crescente procura por informação sobre a fitoterapia, bem como pela medicina alternativa em geral, o desenvolvimento científico nesta área tem vindo a ser intensificado, de modo a adquirir-se mais informação sobre a qualidade, segurança e eficácia destas terapias.

O que permite tratar a fitoterapia?

A fitoterapia é normalmente usada para tratar problemas não solucionados com a medicina convencional, desde que exista evidência física da utilidade do medicamento à base de plantas para determinada doença.

A fitoterapia pode realmente ajudar a tratar determinadas doenças devido a todas as propriedades que se encontram nas plantas, entre as quais propriedades antibacterianas, antifúngicas, antiflatulentas, adaptogénicas, sedativas, calmantes, tonificantes, estimulantes, etc.

De seguida, apresentamos algumas doenças/problemas que podem ser tratados com recurso à fitoterapia:

Além de poder ajudar em todos os problemas acima mencionados, a fitoterapia pode ainda ser usada como uma ferramenta importante em tratamentos de emagrecimento e anti envelhecimento.

Como se realiza o tratamento?

A forma mais simples e comum de fitoterapia consiste na ingestão de infusões de ervas através de partes de plantas secas, podendo-se utilizar folhas, caules, raízes, cascas e sementes. Além disso, quem preferir poderá optar por comprar comprimidos ou cápsulas, xaropes, elixires, pomadas, tinturas alcoólicas, óleos essenciais, vinagres, etc.

A fitoterapia pode utilizar diferentes recursos tendo em conta o problema em questão. Por exemplo, para o tratamento de algumas doenças crónicas como a alergia ou depressão, podem ser utilizadas algas, bolbos, raízes, flores, cascas, sementes e folhas. Para saber qual o melhor recurso a utilizar para o seu problema, aconselhamos contactar um profissional.

Vantagens e desvantagens da fitoterapia

Entende-se que as vantagens da fitoterapia são significativamente mais que as desvantagens. Entre os benefícios desta forma de terapia, destaque para:

  • Tratamento natural;
  • Mais acessível a nível económico;
  • Não requer prescrição de receita médica;
  • Quando aplicada cuidadosamente, a fitoterapia apresenta menos risco de dependência;
  • Menor risco de efeitos secundários face a alguns medicamentos convencionais;
  • Fácil manipulação das ervas medicinais.

No que concerne às desvantagens da fitoterapia, estas podem passar por:

  • Existem alguns grupos de risco mais elevado que não devem recorrer à fitoterapia, como pessoas hipertensas ou mulheres grávidas;
  • Os resultados demoram alguns meses a aparecer após o tratamento, portanto se pretende melhorias rápidas, esta não será a melhor terapia para si.

Quais as contraindicações da fitoterapia?

Existem contraindicações dirigidas a determinadas pessoas, entre as quais:

  • Mulheres grávidas: é sabido que alguns compostos contidos nas plantas podem atravessar a barreira placentária, o que pode causar problemas aos bebés à nascença. Além disso, algumas plantas medicinais possuem um efeito uterotónico, o que pode levar a abortos ou partos prematuros;
  • Mulheres a amamentar: os constituintes de certas plantas podem ser transferidos através do leite materno para o bebé, o que em muitos casos não é recomendado. A verdade é que ainda não se comprovou com toda a certeza quais os compostos que podem ter tais efeitos, e por isso mesmo, enquanto não se descobre, as grávidas e mulheres a amamentar devem evitar a fitoterapia;
  • Crianças: existem plantas que nem sempre são adequadas para todas as crianças, portanto recomenda-se a manter estes medicamentos fora do alcance das mesmas, tal como se faria com medicamentos convencionais, como forma de evitar uma ingestão acidental e consequências graves;
  • Idosos: Os idosos precisam de ter especial cuidado na administração de medicamentos à base de plantas, pois estes podem interferir com os medicamentos convencionais já tomados pelos mesmos devido a vários problemas associados à idade;
  • Pessoas com doença renal ou hepática;
  • Pessoas propensas a alergias.

Quais os cuidados a com a fitoterapia?

Além dos benefícios da fitoterapia, é importante salientar que muitas das substâncias presentes nas plantas podem provocar efeitos adversos, apresentar toxicidade, ou possibilitar o surgimento de determinadas doenças.

Portanto, é preciso ter cuidado e informar-se devidamente antes de dar início ao tratamento. De seguida, apresentamos-lhe os cuidados que deve ter para evitar situações indesejadas:

  • Aconselhe-se sempre com um farmacêutico ou especialista antes de ingerir qualquer substância;
  • Escolha um produto que seja específico para o problema a tratar;
  • Se estiver a tomar regularmente medicamentos convencionais, pergunte a um especialista ou farmacêutico se poderá haver risco de interações negativas;
  • Não tome muitos medicamentos em simultâneo, a não ser que o terapeuta tenha aconselhado;
  • Administre a dose eficaz mais baixa.

O que diz a lei sobre a fitoterapia?

Os medicamentos à base de plantas requerem uma Autorização de Introdução no Mercado (AIM) que deve ser concedida pelo INFARMED, tal como acontece com os medicamentos convencionais, e não são sujeitos a receita médica.

De acordo com o Decreto-Lei n.º 176/2006, um medicamento à base de plantas é definido como: “Qualquer medicamento que tenha exclusivamente substâncias ativas, uma ou mais substâncias derivadas de plantas, uma ou mais preparações à base de plantas ou uma ou mais substâncias derivadas de plantas em associação com uma ou mais preparações à base de plantas.”

Além disso, o ferido diploma referi ainda que os medicamentos tradicionais à base de plantas são aqueles que:

  1. Têm indicações exclusivamente adequadas a medicamentos à base de plantas e, dadas a sua composição e finalidade, se destinem e sejam concebidos para serem utilizados sem a vigilância de um médico para fins de diagnóstico, prescrição ou monitorização do tratamento;
  2. Se destinem a ser administrados exclusivamente de acordo com uma dosagem e posologia especificadas;
  3. Possam ser administrados por uma ou mais das seguintes vias: oral, externa ou inalatória;
  4. Já sejam objeto de longa utilização terapêutica, de acordo com os dados ou pareceres referidos na alínea m) do n.o 2 do artigo seguinte;

Para concluir, é importante referir que a fitoterapia não serve para ser usada como um substituto da medicina tradicional, mas sim um complemento à mesma. Além disso, relembramos que a falta de informação e preparação da parte do paciente pode resultar numa ingestão inadequada ou desaconselhada, o que pode trazer várias consequências à saúde do mesmo. Assim, recomendamos consultar um especialista antes de iniciar o tratamento.

Esperamos ter contribuído para compreender melhor a fitoterapia!

Catarina Fonseca

Desde cedo uma curiosa nata, decidiu seguir Ciências da Comunicação para desenvolver a sua paixão pelo jornalismo e pela escrita. Agora formada, gosta de se aventurar pelo mundo, conhecer novas pessoas e culturas, e leva sempre um caderno e câmara fotográfica às costas para eternizar as suas experiências.