Todos nós, em determinada altura da nossa vida, temos a necessidade de procurar emprego, seja para entrar no mercado de trabalho pela primeira vez ou um reingresso caso tenha sido despedido, o seu contrato de trabalho tenha chegado ao fim ou simplesmente porque encontrou algo melhor.
Embora o conceito de procura ativa de emprego pareça algo um pouco vago, afinal de contas todos o fazemos, a legislação atribui uma definição a este conceito, assumindo particular importância para as pessoas que se encontram em situação de desemprego e a receber subsídio de desemprego.
Subsídio de desemprego: tenho obrigações?
Sim. De acordo com o disposto na legislação, as pessoas em situação desemprego a quem sejam concedidas prestações de desemprego, isto é, que recebam subsídio de desemprego, estão sujeitas a um conjunto de obrigações, nomeadamente a procura ativa de emprego pelos seus próprios meios e a apresentar comprovativos da procura de emprego junto do centro de emprego”.
O que é a procura ativa de emprego?
De acordo com o Decreto-Lei n.º 220/2006, a procura ativa de emprego consiste na “realização de forma continuada de um conjunto de diligências do candidato a emprego com vista à inserção socioprofissional no mercado de trabalho pelos seus próprios meios.” Simplificando, neste conceito cabem todas as diligências realizadas para a obtenção de emprego.
Exemplos de procura ativa de emprego
Como previamente referido, os desempregados que se encontrem a receber subsídio de desemprego estão obrigados à procura ativa de emprego, bem como a apresentar os respetivos comprovativos junto do centro de emprego. Caso se questione, fique a saber que, entre outros, a procura ativa de emprego concretiza-se, através de alguma das seguintes formas:
- Respostas a anúncios de emprego;
- Respostas ou comparência a ofertas de emprego publicadas pelo centro de emprego ou pelos meios de comunicação social;
- Apresentação de candidaturas a emprego espontâneas;
- Criação do próprio emprego ou criação de uma nova iniciativa empresarial;
- Respostas a ofertas de emprego na Internet;
- Registos de curriculum em páginas de emprego da Internet;
- Comparência em entrevista de emprego e ou de seleção;
- Inscrição em empresas que se dedicam ao recrutamento e seleção (incluindo trabalho temporário).
Importa referir que as respostas a anúncios e às ofertas de emprego publicadas pelo centro de emprego, o envio de candidaturas espontâneas e a resposta a anúncios de emprego na internet para serem consideradas como efetiva procura ativa de emprego devem ser adequadas às aptidões, habilitações e formação do candidato a emprego, mesmo que sejam funções diferentes das que desempenhou previamente.
Exemplo: O João é licenciado em direito e encontra-se desempregado e a receber subsídio de desemprego. Embora envie candidaturas para diversos empregos, o João candidata-se a anúncios para os quais manifestamente não tem qualificações (para funções médicas, por exemplo). Poderá isto ser considerado procura ativa de emprego? A lei diz-nos que não.
Como provar que à procura de emprego?
Comprovar perante o centro de emprego que se encontra ativamente à procura de emprego é hoje bem mais fácil do que era antigamente. O envio de candidaturas a anúncios de emprego por correio electrónico (a forma mais comum hoje em dia) tem a grande vantagem ser mais mais cómoda e permitir por definição guardar todos os registos das suas candidaturas, sem necessidade de papelada, assinaturas, carimbos ou até avisos de receção.
Não obstante existem outros meios que poderão ser utilizados como comprovativos de procura ativa de emprego que passamos a enumerar:
- Candidaturas espontâneas a empregos: exibição de cópia de cartas, do registo das remessas eletrónicas, através da exibição dos originais das respostas das empresas às candidaturas ou qualquer outra prova aceite pelo o Centro de Emprego considere válida.
- Respostas a anúncios de emprego: exibição de cópias de anúncios (com menção ao dia da sua publicação) e cópias das cartas e anexos remetidos, devidamente datados, ou através da exibição dos originais das respostas das empresas às candidaturas formuladas.
- Comparência nas entrevistas de emprego: exibição de declaração de comparência emitida pela “entidade empregadora” com a respetiva assinatura.
- Diligências com vista à criação do próprio emprego ou empresa: exibição do original ou cópia da candidatura já apresentado ou dos procedimentos ulteriores promovidos até ao deferimento, nomeadamente a inscrição de inicio de atividade na Repartição de Finanças, e/ou documento de “constituição de empresa na hora”;
- Participação em ações de aproximação ao mercado de emprego: apresentação de um documento que a respetiva organização promotora da ação possa emitir (a mesma deve conter a identificação do participante, a data e o local onde ocorreu);
- Participação em ações de formação promovidas por entidades externas ao Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP): exibição de um documento da inscrição ou de frequência de ação de formação;
- Respostas recebidas de entidades empregadoras.
- Comprovativo dos contactos estabelecidos com entidades empregadoras;
- Cópia dos anúncios colocados: deverá estar visível a data e o local onde foram colocados.
E caso não apresente os comprovativos?
A legislação determina que, em caso de incumprimento do dever de apresentar os comprovativos da procura ativa de emprego, junto do centro de emprego, poderá ser aplicada uma advertência escrita ou a anulação da inscrição no centro de emprego e perda do direito ao subsídio social de desemprego – no caso de segundo incumprimento.
Procurar emprego é só o enviar candidaturas?
Não! Procurar emprego é algo que todos sabemos fazer? Sabemos que passos dar, como desencadear esse processo tantas vezes stressante? Nem sempre. A procura ativa de emprego deve ser, em si mesmo, um trabalho. Com tarefas, timings e estratégias. E existem formas de potenciar e aproximá-lo da chegada ao objetivo: conseguir um emprego.
Procurar emprego é em si um trabalho
Estar desempregado não significa, necessariamente, ser inativo ou não ter nada para fazer. É fundamental que entenda a fase em que se encontra como sendo comandada pelo objetivo que o move e, como tal, envolvendo a realização de várias tarefas e o engrenar de vários passos. Por isso, esqueça o dormir até tarde ou passar o dia a ver televisão. Isso só o afastará da concretização do objetivo que pretende, para além de o atirar para um estado de espírito negativo.
A rotina e a consistência são fundamentais para a motivação e para o atingimento dos seus objetivos. Por isso, defina um horário, acorde cedo, muna-se de uma agenda ou outro dispositivo que lhe permita planear as suas tarefas. Planeie o seu dia pensando na procura ativa de emprego como um trabalho em si mesmo. Encontre um espaço onde se sinta motivado para trabalhar, seja a secretária de casa ou uma biblioteca, por exemplo. O processo começa-se fazendo.
Reflita sobre o que quer para a sua carreira
Estar desempregado ou a procurar ativamente um primeiro emprego pode ser uma excelente fase para parar e refletir sobre o que realmente pretende em termos profissionais. Ter uma carreira de sucesso não significa que vamos ser engenheiros ou vendedores toda a vida. Significa planear objetivos a médio prazo relativamente àquilo que queremos e desejamos neste momento da nossa vida.
Por isso, antes de se lançar numa procura desenfreada e aleatória, deve parar um momento para refletir sobre si e os seus objetivos. Sobre para onde quer dirigir a sua carreira neste preciso momento. Porque saiu do seu emprego anterior? Sentia-se satisfeito e realizado? É isso que quer continuar a fazer, ou pretende fazer uma mudança na sua carreira? Essa mudança de carreira implica um investimento na formação e aprendizagem? Será então o momento para fazer um curso ou uma formação?
Para ajudar neste processo de reflexão, propomos-lhe um exercício, em que deve procurar responder às seguintes questões:
- Quais são as minhas principais competências e capacidades?
- O que é que as pessoas dizem que eu faço bem?
- Que são as minhas paixões e interesses?
- Quando me sinto realmente feliz, em que situações estou e o que estou a fazer?
- Gosto de trabalhar ao ar livre ou não me importo de trabalhar num escritório?
- Prefiro ter um horário fixo ou um horário flexível e gerido por mim?
- Gosto de trabalhar por objetivos, com pressão para resultados?
- Gosto de trabalhar em equipa ou de forma mais individualizada?
- As relações que estabeleço no trabalho e a equipa com quem trabalho são importantes?
- A remuneração é um fator chave para mim na escolha de um emprego?
- O estatuto social da profissão é importante para mim?
- Tenho por objetivo criar um negócio próprio?
- Como pretendo conciliar a vida profissional com a vida familiar?
- Quero trabalhar no meu país ou gostava de ter experiências profissionais no estrangeiro?
- Pretendo ter um vasto reconhecimento no meu campo profissional?
- Como me imagino financeiramente daqui a 10 anos?
- Em que tipo de ambiente quero trabalhar?
- Que aspetos jamais tolero no local de trabalho?
- Que aspetos para mim são indispensáveis num emprego?
- Que pessoas é que eu admiro profissionalmente? Porquê?
- Como seria para mim um dia de trabalho ideal?
- O que significa para mim “ter sucesso”?
Como e onde procurar ativamente emprego?
No momento de procurar trabalho frequentemente focamo-nos nas formas habituais e comuns de o fazer: procurar anúncios online. No entanto, o mundo digital é vasto e existem inúmeros espaços onde figuram ofertas de trabalho. Além disso, também é importante que a procura ativa de emprego se processe fora do espaço digital.
- Conheça alguns dos principais motores de busca no que diz respeito à procura de emprego online: Netempregos, Sapo emprego, OLX, Emprego online, Alerta emprego, Carga de Trabalhos (emprego na área da comunicação);
- Apesar de ser um método hoje em dia menos utilizado, pode também procurar emprego ativamente em anúncios de jornais ou revistas físicas;
- Visite também sites governamentais ou institucionais: Bolsa de Emprego Público, Diário da República, sites de universidades e faculdades ou outras instituições do ensino superior;
- Visite os sites de agências de recrutamento (Randstad, Egor, Kelly, Adecco, FactorH);
- Não se esqueça das redes sociais. Frequentemente surgem grupos profissionais no Facebook, associados a determinadas áreas e de outras pessoas que também estão à procura de emprego ou que publicam ofertas de emprego. Uma boa alternativa é ainda criar um perfil no LinkedIn, a principal rede social profissional, onde pode procurar ofertas de emprego e conectar-se a diferentes pessoas e mesmo empresas ou empregadores;
- Visite sites e entidades que o ajudam na procura de emprego: Unidade de Inserção na Vida Ativa, Clubes de emprego (UNIVA), Gabinete de Inserção Profissional (GIP), Cidade das Profissões.
Para além de todas estas estratégias, importantes na procura ativa de emprego, é fundamental não esquecer o poder da rede de contactos e investir no networking. Em poucas palavras, podemos definir networking como o estabelecimento de relacionamentos pessoais e profissionais com o objetivo de partilhar informações, experiências e até de recursos.
Para encontrar emprego ou fazer crescer a sua carreira profissional, é fundamental conhecer a pessoa certa, no lugar certo. Estudos demonstram que cerca de 70% das ofertas de trabalho preenchidas não chegam a ser anunciadas. Apenas existem duas formas para os candidatos terem acesso a estas ofertas: realizando candidaturas espontâneas, ou através de contactos pessoais, sociais ou profissionais. Por isso, deve investir no networking, através de algumas estratégias:
- Revisite a sua rede de contactos e liste aqueles que lhe poderão ser úteis em termos profissionais. Por exemplo, antigos colegas de trabalho, colegas de faculdade, professores ou formadores, etc.
- Crie um cartão de visita para fins profissionais, para oferecer às pessoas que integram a sua rede de contactos, colocando informação essencial (identificação, área profissional, contactos, perfil do LinkedIn, interesses profissionais, etc).
- Sempre que possível e oportuno partilhe os seus objetivos profissionais com a sua rede de contactos e questione se possuem alguma informação ou contactos úteis.
- Participe em feiras de emprego ou eventos profissionais como conferências, seminários, ações de formação, etc. Neste tipo de iniciativas costumam estar presentes pessoas de reconhecido mérito profissional, pelo que são situações favoráveis para travar conhecimento e alargar os seus contactos.
- Integre a associação profissional da sua área, faça parte de algum grupo ou federação, ou até de uma ONG do seu interesse.
- Tente obter maior experiência e travar mais contactos na sua área profissional, por exemplo fazendo voluntariado ou participando em iniciativas de diferente natureza. Mantenha-se ativo na comunidade e envolva-se em atividades extra que podem valorizar a sua experiência e ajudá-lo a travar contactos importantes.
Invista e reinvente o seu currículo
Existem hoje em dia milhares de tipos de currículo. Devemos pensar no currículo como uma parte do processo de seleção e não como o mais importante. A forma como o currículo chega ao nosso empregador é mais importante que o currículo em si. Por isso:
- Se envia o CV em resposta a um anúncio de emprego:
- Envie junto com o currículo uma carta de apresentação / motivação onde se apresente e diga porque é que se candidata e porque seria uma mais-valia para a empresa, de uma forma breve e sucinta;
- Nalguns cargos ou posições, é importante enviar algum elemento diferenciador ou criativo – como um vídeo de apresentação ou um portfólio, no caso de profissões mais criativas e artísticas;
- Junte elementos que podem ser favoráveis e valorizá-lo ainda mais, como por exemplo cartas de recomendação.
- Se se trata de uma candidatura espontânea:
- Vá pessoalmente ao local, peça para falar com os Recursos Humanos e entregue o currículo em mão. Tem aqui uma oportunidade para ser diferente e deixar uma boa primeira impressão.
Na fase de construção do currículo é fundamental ter em conta alguns aspetos:
- Esqueça o CV universal. Um currículo não serve para todas as ofertas de emprego e para todas as empresas. Adapte o seu currículo conforme a posição, empresa ou cargo a que se candidata. Por exemplo, se trabalha em marketing e se está a candidatar a um posto numa empresa de tecnologia, destaque as experiências que teve nessa área, colocando-o numa área destacada do currículo ou pondo-as em primeiro lugar.
- Se a empresa não obriga a usar o formato Europass, opte por outro, personalizado, porque lhe dá maior liberdade para realçar os seus pontos fortes.
- Se se candidata a alguma área criativa, como design, marketing, artes, etc., use um CV criativo, como por exemplo o CV em vídeo, e construa também um portfolio com os seus melhores trabalhos.
- Coloque no currículo apenas a informação relevante, pensando naquilo que efetivamente será importante e que o fará destacar dos outros candidatos. Os recrutadores despendem poucos minutos a olhar para cada currículo, por isso não vale a pena encher o currículo de informação e colocá-la de uma forma confusa, mas sim destacar aquilo que realmente quer comunicar.
- Especifique o cargo a que se candidata, a área profissional, etc. Destaque esta informação para que se compreenda o propósito da sua candidatura.
- Muito cuidado com a linguagem, não cometer erros ortográficos.
- Cuidado com a fotografia que utiliza, deve usar uma fotografia profissional.
- Construa o currículo de forma a valorizar-se e a rapidamente poder fazer a diferença e marcar uma boa primeira impressão que o leve a ser chamado para uma entrevista.
Seja consciente do que quer comunicar
Na procura ativa de emprego é fundamental ter consciência do que pretende comunicar no mercado de trabalho e a possíveis empregadores. Não tem uma segunda oportunidade de criar uma boa primeira impressão, por isso é fundamental saber que primeira impressão quer criar.
Por isso, um primeiro exercício que o pode ajudar a definir o que quer comunicar é construir a sua própria afirmação pessoal, através do seguinte exercício:
- Que palavras-chave (3-4) definem melhor as suas qualidades essenciais?
- Qual é o seu “fator de essência”? Sei que estou no meu melhor quando…
- Qual é o seu “fator de autoridade”? ou seja, os seus conhecimentos e capacidades? As pessoas reconhecem que sou expert/profissional em…
- Qual é o seu “fator superstar”? as suas qualidades únicas? As pessoas comentem as minhas capacidades de…
A afirmação pessoal poderá ser algo como: “Com base no meu entusiasmo, criatividade e experiência de 20 anos em marketing e consultoria de imagem, ajudo os meus clientes a terem a imagem desejada para sentir mais autoconfiança e assim obter os melhores resultados”.
Depois, deve preparar a forma como vai comunicar, seguindo algumas estratégias:
- Preparação a “200%” quando temos de fazer uma comunicação importante ou causar uma boa impressão, seja uma apresentação de um trabalho, uma entrevista de emprego ou uma palestra. Treinar aquilo que queremos dizer em voz alta, em frente ao espelho, etc., são boas opções.
- Criar empatia. Isto significa sermos capazes de estabelecer uma ligação com quem estamos a falar. Para isso é fundamental conhecermos o nosso público. Se formos a uma entrevista de emprego, devemos fazer o nosso trabalho de casa e conhecer a empresa. Tentar perceber ao máximo a sua política, valores, etc. e adaptarmos a nossa comunicação.
- Ser autêntico e genuíno: fale de si, dê exemplos, utilize a sua experiencia pessoal para reforçar aquilo que quer transmitir, mostre as suas paixões e gostos. A mensagem vai ser muito melhor entendida!
- Tenha em atenção a sua linguagem não-verbal:
- Gestos q.b.: use gestos que acompanhem o seu discurso, mas de forma equilibrada e pausada, sem grandes exageros mas também sem manter uma postura demasiado rígida;
- Contacto ocular: olhe a outra pessoa nos olhos, sem ser de uma forma intrusiva, de forma a demonstrar confiança e passar uma imagem de maior credibilidade.
- Postura: mantenha uma boa postura, direta, com gestos de abertura à comunicação, evitando por exemplo cruzar os braços ou colocar as mãos à frente do rosto;
- Espaço pessoal: respeite o espaço pessoal da outra pessoa, sem ser intrusivo mas, ao mesmo tempo, sem se manter demasiado afastado.
Por fim, não se esqueça de algumas dicas fundamentais:
- Versatilidade e adaptação são palavras-chave no mercado de trabalho atual. Saiba adaptar-se, não tenha medo da mudança e encare-a de uma forma positiva;
- Esteja pronto para crescer e desenvolver-se continuamente. Invista em si, na sua formação: faça cursos, envolva-se em projetos, crie um blog, viaje, entre outros. Faça tudo o que o possa acrescentar;
- Seja visível, aposte na sua visibilidade e reconhecimento, reconhecendo o seu próprio valor e mérito;
- Não tenha medo do fracasso e encare os erros como degraus importantes para atingir o sucesso. Vale mais falhar do que não tentar de todo.
– artigo redigido com a colaboração de um jurista tendo por base o Regime Jurídico de Proteção Social da Eventualidade de Desemprego dos Trabalhadores por Conta de Outrem (Decreto-Lei n.º 220/2006)
E qdo termina o pagamento do subsídio de desemprego, os e-mails ou outros comprovativos da procura ativa de emprego podem ser eliminados? Obrigada.