Já ouviu falar em terrores noturnos? Trata-se de um distúrbio do sono que causa momentos de pânico enquanto a pessoa dorme, acontecendo, regra geral, nas primeiras horas depois de adormecer.
Os terrores noturnos são mais comuns nas crianças, especialmente entre os 2 e os 5 anos de idade. No entanto, isso não significa que não possam acontecer em outras fases da vida, nomeadamente durante a idade adulta.
Quando acontecem, as pessoas tendem a gritar e até mesmo a levantar-se ou correr, mesmo ainda estando a dormir. Os terrores noturnos têm algumas semelhanças a episódios de sonambulismo, todavia, ao contrário destes, estão associados ao medo, isto é, como se estivéssemos em perigo.
Neste artigo abordamos os terrores noturnos, nomeadamente as suas causas, sintomas e tratamentos, bem como algumas formas de evitar que aconteçam.
O que são terrores noturnos?
Ao contrário dos pesadelos, que consistem em “sonhos maus”, geralmente em virtude de preocupações ou de alguma experiência recente (uma história que ouviu ou um filme que viu), os terrores noturnos parecem não ter uma causa específica.
Outra diferença é que enquanto nos pesadelos é relativamente comum a pessoa lembrar-se no dia seguinte, os episódios de terrores noturnos não são, sendo como se não tivessem ocorrido – salvo raras exceções em que há alguns “flashes” na memória.
Por este motivo, é normal que esta parassónia gere mais preocupação nas pessoas que assistem a um episódio, do que propriamente na pessoa afetada – afinal de contas esta não se recordará.
Embora os episódios do terror noturno sejam relativamente semelhantes nos adultos e nas crianças, estas apresentam um comportamento mais marcado pelo medo, enquanto os adultos podem assumir uma postura de alguma agressividade.
Quais os sintomas dos terrores noturnos?
São vários os sintomas dos terrores noturnos durante o sono, todavia alguns são mais comuns que outros. Entre eles, destacamos:
- Gritar;
- Chorar;
- Sentar-se na cama;
- Levantar-se e correr;
- Expressão de medo no rosto;
- Olhos abertos e olhar fixo;
- Bater, chutar ou debater-se;
- Tentar lutar contra quem se aproxima;
- Suores frios e intensos;
- Respiração ofegante;
- Batimentos cardíacos acelerados;
- Agressividade (sobretudo nos adultos);
- Não reagir ao que as outras pessoas falam;
- Ter dificuldade em acordar, mesmo que alguém tente;
- Sentir-se confuso depois de acordar.
A duração média de um episódio de terror noturno poderá chegar aos 15 minutos. Estes costumam acontecer uma vez por semana ou a cada 15 dias. Todavia, quando passam a ser muito frequentes, inclusive várias vezes durante a mesma noite, é importante consultar um médico psiquiatra de forma a ser avaliado para lhe ser ou não confirmado o diagnóstico.
Assim como o sonambulismo, as insónias, a síndrome das pernas inquietas e apneia do sono, os terrores noturnos também comprometem a qualidade de vida. Além disso, há o risco de se magoar durante os episódios. Referir ainda que é possível, que ao acordar, mesmo sem se recordar do que aconteceu, a sensação de medo persista – mais uma razão para consultar um profissional de saúde.
Quais as causas dos terrores noturnos?
Não há uma causa definida, no entanto, acredita-se que o problema esteja relacionado com fatores genéticos e a perturbações no sistema nervoso central. Existem ainda outros fatores que podem aumentar as probabilidades de passar por episódios de terrores noturnos, nomeadamente:
- Privação de sono;
- Cansaço extremo;
- Stress emocional;
- Enxaquecas;
- Traumas na região da cabeça;
- Consumo de alimentos ricos em cafeína;
- Atividade física em excesso;
- Uso de determinados medicamentos;
- Febre (no caso das crianças);
- Dormir em lugares aos quais não está habituado;
- Luzes ou barulhos no ambiente de dormir.
É possível tratar os terrores noturnos?
Não existem tratamentos para terrores noturnos, mas sim medidas que devem ser adotadas de forma preventiva. Para o efeito, é recomendável:
- Criar uma rotina do sono, com horários regulares para dormir e acordar;
- Estabelecer hábitos calmos durante a noite, de forma a ficar mais relaxado;
- Evitar situações stressantes;
- Fazer acompanhamento com psicoterapeuta;
- Deixar o quarto o mais seguro possível, livre de objetos que o possam magoar;
- Fechar e trancar portas e janelas.
No caso das crianças, é natural que o problema desapareça com o tempo. No caso dos adultos é preciso um pouco mais de atenção para tentar entender e tratar as causas dos terrores noturnos.
Se os episódios foram causados por stress, por exemplo, o tratamento será combater o stress. Tudo irá depender do que está a ocasionar ou intensificar o problema. Em determinados casos, também pode ser recomendável o uso de medicamentos para garantir um sono mais tranquilo.
Se presenciar um episódio de terrores noturnos, deve, em primeiro lugar manter a acalma. Em seguida, proteger a pessoas de possíveis riscos para que não se magoe e esperar que a crise passe.
Tudo isso é importante para conseguir lidar melhor com os episódios de terrores noturnos. Esperamos que as dicas e informações tenham ajudado!